O que é Private Equity? Entenda como funciona e importância
Artigo atualizado em 15 de agosto de 2022
Em suma, o Private Equity, ou Capital Privado, é um tipo de investimento em empresas que não estão na bolsa de valores, ou seja, que não têm ações negociadas publicamente.
Investidores e fundos compram uma parte dessas empresas diretamente, ajudando-as a crescer ou se reestruturar. O objetivo é aumentar o valor da empresa para, no futuro, vender essa participação com lucro, ou prepará-la para abrir capital e negociar suas ações na bolsa.
Confira o que mais vamos abordar neste artigo:
- O que é Private Equity?
- Como funciona o PE?
- Eventos de liquidez (exits)
- Qual a diferença entre Venture Capital e Private Equity?
- Panorama do Private Equity no Brasil
O que é Private Equity?
Como dito anteriormente, o termo Private Equity (PE), também chamado de Capital Privado, refere-se a uma forma de capital investido em empresas que não estão listadas na bolsa de valores. Diferente do mercado de ações públicas, onde as ações das empresas são negociadas livremente, o private equity se concentra em investimentos em negócios de capital fechado.
Esse tipo de investimento apresenta tanto oportunidades quanto riscos, desempenhando um papel relevante no financiamento e desenvolvimento das empresas, além de contribuir para a competitividade e inovação na economia.
Quem são os investidores?
O investimento pode ser feito por empresas, instituições, gestoras de capital ou até mesmo por investidores individuais. Da mesma forma que ocorre com o Venture Capital, o investimento de private equity também pode prever outros tipos de suporte, como participação na gestão do empreendimento e fornecimento de expertise aos empreendedores.
Como funciona o Private Equity?
O private equity, embora tenha semelhanças com investimentos em empresas públicas, é uma classe à parte devido a algumas características específicas, como:
- Maior risco;
- falta de liquidez;
- duração limitada.
Além disso, diferente das empresas públicas, os gestores de PE trabalham diretamente com a equipe de gestão, garantindo uma comunicação mais rápida e eficaz.
Em outras palavras, essa “gestão ativa” envolve atuação em diversas áreas da empresa, como aumento de receitas, redução de custos e melhorias em marketing, vendas etc. Normalmente, os investimentos duram cerca de seis anos, ao final dos quais a firma de private equity vende sua participação por meio de uma oferta pública de ações (IPO), venda para outra empresa ou para outro investidor.
Os investimentos em PE focam em empresas com margens lucrativas, fluxo de caixa estável e capacidade de lidar com dívidas. As gestoras observam métricas financeiras como o EBITDA, o fluxo de caixa e a taxa interna de retorno (IRR), indicadores essenciais para avaliar o sucesso do investimento.
Quando essas empresas crescem e se consolidam no mercado, o fundo retira sua participação por meio dos exits.
Eventos de liquidez (exits)
Os exits, também chamados de eventos de liquidez, por sua vez, representam o momento em que os investidores vendem suas participações na empresa. Ou seja, realizam o retorno sobre o capital investido. Esses eventos podem ocorrer de diversas maneiras, sendo as mais comuns:
- Aquisição: A empresa investida é comprada por outra empresa.
- Oferta Pública Inicial (IPO): A empresa abre seu capital, permitindo que suas ações sejam negociadas publicamente na bolsa de valores.
- Recompra pelos Fundadores: Os próprios fundadores da empresa decidem comprar de volta as participações vendidas anteriormente.
- Venda em nova rodada de captação: Durante uma nova rodada de captação de recursos, o investidor vende sua participação para outros investidores.
Esses eventos são a principal forma de o fundo de private equity obter lucro e encerrar sua participação na empresa investida, após o período típico de investimento.
No entanto, como os investimentos ocorrem em empresas maduras, a expectativa dos investidores é que o exit ocorra por meio de IPO ou de aquisição.
Leia também: O que é Venture Capital? Conheça esse tipo de investimento
Qual a diferença entre Venture Capital e Private Equity?
A principal diferença entre venture capital e private equity está no estágio das empresas investidas. O VC foca em empreendimentos em fase inicial, como startups, sendo mais arriscado. Em contrapartida, o PE investe em companhias mais maduras, geralmente em reestruturação ou expansão.
Aliás, o PE pode atuar em diversas indústrias e mercados, enquanto o VC costuma participar de setores inovadores e de tecnologia.
Em ambos os casos, há riscos e gestores e investidores colaboram para agregar valor à empresa. Portanto, direcionando os investimentos para setores com grande perspectiva de crescimento e rentabilidade no longo prazo.
Leia também: O que é uma startup e como funciona?
Panorama do mercado de Private Equity no Brasil
Já há alguns meses, a instabilidade econômica global vem dificultando a captação de novos investimentos para startups de todos os estágios de desenvolvimento. Diante desse cenário de incertezas, alguns investidores preferiram resguardar o próprio caixa, enquanto outros estão selecionando os aportes de modo mais cauteloso.
Contudo, por serem maiores, as startups late-stage (de série C+) são as mais afetadas por movimentos macroeconômicos, como a alta dos juros e da inflação e o aumento no preço do barril de petróleo.
Nos últimos onze semestres, em média, 58% dos valores investidos no mercado de tecnologia brasileiro foram para startups late-stage, que são as que recebem investimentos de private equity. No primeiro semestre de 2022, essa porcentagem caiu para 43%.
Em comparação com o primeiro semestre de 2021, as startups late-stage levantaram 68% menos dinheiro nesse primeiro semestre de 2022. Em relação a todo o ano de 2021, o valor do ticket médio dessas startups diminuiu 23% nos primeiros seis meses de 2022.
Porém, empresas grandes como a Dock, Flash e unico IDtech captaram mega rounds de mais de US$ 100 milhões neste ano, mesmo em meio à turbulência do mercado. Se essas companhias mais maduras forem capazes de apresentar bons resultados no curto ou médio prazo, é possível que elas não sofram impactos tão drásticos em termos de financiamento.