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Fundadora da B2Mamy revela desafios da maternidade para as empreendedoras

Fundadora da B2Mamy revela desafios da maternidade para as empreendedoras

9 de maio de 2021
4 minutos de leitura
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Artigo atualizado em 9 de maio de 2021

imagem da Dani Junco, fundadora da B2Mamy

Artigo escrito para o Female Founders Report  por Dani Junco, fundadora e CEO da B2Mamy, a primeira empresa que capacita e conecta mães ao ecossistema de inovação e tecnologia para que elas sejam líderes e livres economicamente. Originalmente, o título do artigo é: Estou com medo de contar que estou grávida. Só que a empresa é minha. 

Deixa eu te contar uma coisa: gravidez e carreira não são desafios só para quem está no mundo corporativo. Há 4 anos, quando me aprofundei no universo das startups, notei algo que está passando despercebido: as fundadoras e CEOs escondem a gravidez durante rodadas de investimento, fusões e aquisições.

“Dani, não posso falar nada nessa fase. Não sei como o investidor reagiria. A equipe achou melhor esconder, mas estou engasgada me sentindo uma fraude e não honrando a felicidade que cresce em mim. Estou errada?” O que responder nessa hora? Eu acolho e deixo meus canais de comunicação à disposição – qualquer que seja a decisão, ela terá meu apoio – mas, convido a pensar que, ao esconder a gestação por medo, atrasamos uma transformação necessária.

Segundo pesquisa da FGV, 48% das mulheres são demitidas após a licença maternidade. Dados do IBGE mostram o nascimento de 320 crianças por hora no Brasil – um segmento que fatura 50 bilhões de reais por ano. É um paradoxo retirar do “jogo” quem precisa consumir quase 3 vezes mais do que consumia antes da maternidade, o medo dessas mulheres em serem demitidas fica claro.

De acordo com a pesquisa feita pela Boston Consulting Group (BCG) em parceria com a Mass Challenge, startups fundadas por mulheres recebem em média US$935 mil em investimentos, contra US$ 2,1 milhões em aportes de capital de risco por empresas fundadas por homens – mesmo dando um retorno maior a longo prazo, esse desequilíbrio ocorre por vários fatores, um deles o número discrepante de mulheres atuando na área de tecnologia.

No entanto, vejo uma luz no ecossistema em que estou inserida, onde empresas escaláveis resolvem problemas reais, com mais dificuldades em encontrar linhas de investimento no formato “normal”. Por isso, há tantos movimentos de linhas de créditos e fundos se formando somente para fomentar negócios liderados por mulheres.

Recortar ainda é preciso e muito, quando uma mulher consegue os primeiros processos para as rodadas, a gravidez vem com um recado de que a “full life” da CEO, deverá ser reorganizada em suas prioridades. Alguns pontos: 

  1. Se crianças não nascem, seu dinheiro não faz sentido; 
  2. A mãe não é a única pessoa responsável por criar uma criança. Durante a amamentação essa dependência é mais evidente, mas a primeira coisa que aprendemos é desenvolver uma rede de apoio. E pasme, você pode ser uma dessas pessoas;
  3. Embora o caos da primeira infância exista, estamos no nosso estado mais criativo, produtivo, alerta e pleno. Estamos fazendo um ser humano sobreviver;
  4. Quem nos acolhe nessa fase com boa vontade, vai experimentar um senso de compromisso e gratidão nunca antes visto, porque remetemos ao nosso filho esse carinho;
  5. Estamos na quarta revolução industrial, experimentando a nova economia em que os maiores unicórnios do país possuem comunidade, colaboração e compartilhamento em seu modelo de negócio – essas palavras estão em cada célula do nosso corpo;
  6. Outra coisa relevante: a empresa é dela. Ela é a fundadora. Decidiu empreender no que ela sonhou e agora chegou a um programa de aceleração natural porque nossos filhos nos dão uma energia dobrada para lutar pelo que acreditamos.

Acesse o Female Founders Report aqui.