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O mercado de Bitcoin no Brasil

O mercado de Bitcoin no Brasil

25 de maio de 2020
5 minutos de leitura
time

Artigo atualizado em 25 de maio de 2020

A crise gerada pela pandemia do Covid-19 não impediu o avanço do mercado de Bitcoin no Brasil. O volume negociado nas corretoras vem crescendo de forma consistente nos últimos anos.

As corretoras brasileiras de Bitcoin declararam ter movimentado 395,209.48 Bitcoins de 01/04/2019 a 31/03/2020 que, na cotação de 31/03/2020, cujo valor do Bitcoin no Brasil era de R$ 32.950,97, equivale a pouco mais de R$ 13 bilhões. Só no primeiro trimestre de 2020, o mercado transacionou 93,653.57 Bitcoins, equivalentes a R$ 3 bilhões na mesma cotação. 

Para fins de comparação, o mercado de Bitcoin movimentou cerca de R$ 113 milhões em todo ano de 2015. No auge de euforia, em 2017, o consolidado foi de R$ 8,3 bilhões. Já na “crise do Bitcoin” em 2018, o volume foi de R$ 6,79 bilhões. Em um espaço de 5 anos, o mercado cresceu mais de 11.424% em termos de volume.

Volatilidade gera oportunidade

O Bitcoin ainda é um ativo com bastante volatilidade, o que gera oportunidades de compra e de venda. Com isso, muitos traders procuram plataformas brasileiras para negociar criptomoedas em busca de lucros. As plataformas costumam cobrar entre 0,2% e 0,5% por execução de ordem (transação). 

Estimando uma média de 0,3% por execução de ordem, não seria errado afirmar que o mercado brasileiro de corretoras faturou mais de R$ 9,2 milhões no primeiro trimestre de 2020. No entanto, essa é apenas uma estimativa superficial, dado que o mercado é muito maior do que o volume reportado nas corretoras.

Há notáveis players que se denominam “OTCs”, modelo semelhante ao tradicional mercado balcão, que transaciona grandes volumes de criptomoedas por meio de um intermediário da empresa para os clientes, e também transacionam volumes muito maiores do que as principais corretoras. 

A diferença é que eles não tornam essa informação pública através de APIs, que são soluções automatizadas para clientes corporativos. Como há ausência de informações, é difícil estimar com exatidão, mas o mercado OTC compõe uma parte significativa do mercado.

Portanto, os volumes transacionados podem ser muito maiores do que os reportados pelas corretoras através dos sites de dados do mercado brasileiro, como BitValor e Cointradermonitor. Esses dados geralmente são compartilhados pelas próprias empresas de corretagem.

Modelos de negócio parecidos

Apesar do número de corretoras, todas seguem um modelo parecido: abrir uma plataforma (software online de compra e venda) e cobrar pela intermediação nas negociações de criptomoedas entre os usuários. 

Ainda não existem muitas iniciativas que trabalham com Bitcoin como meio de pagamentos, pois o ativo ainda tem um volume de adoção pouco relevante, o que diminui a atratividade deste modelo de negócio.

Ainda assim, o mercado passa por amadurecimento no que se refere a Bitcoin como uma forma de investimento. O ano de 2019 marcou a popularização dos primeiros fundos de investimentos regulados com criptomoedas, que operam de acordo com a circular nº11/2018 da CVM.

A Hashdex, um dos fundos de maior destaque, já totaliza um patrimônio líquido de R$ 40,68 milhões em seus três fundos, que já são distribuídos por Agentes Autônomos da XP. A BLP Crypto, de acordo com suas lâminas divulgadas, concentra R$ 9,49 milhões em seus dois principais fundos.

A Nox Bitcoin também segue com um modelo diferenciado de atuação, oferecendo investimentos estruturados e personalizados de acordo com o perfil de cada cliente. Montagem de contratos que definem ganhos por volatilidade e até mesmo com capital protegido. 

Pensando em serviços de carteiras de investimentos com gestão ativa utilizando contratos futuros de Bitcoin e opções. Além de disponibilizar uma plataforma para que seus clientes possam comprar e vender  Bitcoin de maneira simples, segura e com alta liquidez.

A BitcoinTrade, que se posiciona como corretora, também criou uma interessante iniciativa de Cashback com Bitcoin, onde clientes das principais redes varejistas na internet conseguem comprar e receber parte da compra em Bitcoins. 

Como perspectiva de investimento, o Bitcoin tem evoluído e ganhado espaço no mercado tradicional. Até mesmo renomados gestores como Luis Stuhlberger já começam a chamar atenção para o ativo. De fato o Bitcoin pode começar a ganhar mais espaço como ativo para diversificação de carteira, dada a sua limitação momentânea para servir como moeda.

pessoas reunidas pousando para foto
Time da Nox Bitcoin

Mercado em franca expansão

Olhando do ponto vista de Bitcoin como investimento, o potencial muda completamente. É de se esperar para os próximos anos que o criptoativo seja negociado como se fosse uma ação nas bolsas de valores através de um instrumento chamado ETF (Exchanged Traded Fund), que possibilita isso. 

Um caminho parecido com um ETF é o Grayscale Bitcoin Trust, que seria uma espécie de Bitcoin regulado. A Grayscale, gestora do Bitcoin Trust, já mantém uma custódia de mais de US$ 2,6 bilhões, com o número em pleno crescimento.

Comparativamente falando, o mercado de Bitcoin no Brasil ainda é ínfimo comparado ao internacional. China, Japão e Estados Unidos e União Europeia representam os locais com os mercados mais proeminentes. Como exemplo, a Coinbase, principal corretora dos Estados Unidos, movimentou US$ 48 bilhões no ano de 2019.

Esta semana, o Bitcoin apagou completamente a baixa do fatídico dia 12 de março, dia no qual todos os ativos do mundo caíram. Atualmente 1 BTC está custando R$ 47.948 e só precisa subir mais 5% para recuperar a alta do ano passado!

Este dado apenas reflete o quanto o mercado brasileiro tem a crescer. Contudo, o ativo deverá encontrar seu espaço entre a carteira dos investidores brasileiros com a narrativa do Bitcoin como um ativo de “reserva de valor”. As perspectivas do ativo e do mercado são animadoras para os próximos anos. Se você ainda não presta atenção, é bom começar a fazer.

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