World: entenda projeto que paga para escanear sua íris
Artigo atualizado em 15 de janeiro de 2025
Recentemente, o projeto World tem ganhado destaque e viralizado nas redes sociais devido ao seu modelo inovador de validação de identidade. Recompensando financeiramente usuários que realizam o escaneamento de suas íris, a proposta tem chamado atenção não apenas pelo conceito tecnológico, mas pelas discussões em torno da privacidade e segurança de dados.
O avanço da Inteligência Artificial e a crescente presença de bots e contas automatizadas na internet levantaram a necessidade de ferramentas para diferenciar humanos de sistemas automatizados. Dessa forma, o projeto World foi criado com o objetivo de validar a identidade humana de forma anônima, utilizando a biometria da íris e recompensas em criptomoedas para incentivar a adesão.
Este artigo busca apresentar as informações disponíveis sobre o projeto, seu funcionamento e as reações ao redor do mundo. Confira o que vamos abordar por aqui:
- O que é World?
- Como funciona?
- Worldcoin no Brasil
- Controvérsias e concordâncias
- Conclusão
O que é World?
O que é World?
O World, anteriormente conhecido como Worldcoin, é um projeto de identidade digital e criptomoeda desenvolvido pela Tools for Humanity, co-fundada por Sam Altman, criador da OpenAI, e Alex Blania. A proposta central é criar uma forma de “prova de humanidade” para diferenciar humanos de bots e inteligências artificiais, especialmente em um mundo cada vez mais digital.
O projeto utiliza a tecnologia World ID, um passaporte digital baseado em biometria de íris, que permite que uma pessoa prove ser humana de forma anônima. Desde o seu lançamento em 2023, o World já alcançou mais de 10 milhões de usuários verificados globalmente. E a mudança de nome de Worldcoin para World ocorreu no final de 2024, acompanhada do lançamento do blockchain próprio, o World Chain, e atualizações no World App, aplicativo da iniciativa.
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Como ele funciona?
O World utiliza um processo baseado em escaneamento de íris para comprovar a identidade humana. Dessa maneira, o processo acontece em duas etapas:
- Download do World App: O usuário faz o download do aplicativo oficial e configura sua conta. Esse app também funciona como uma carteira digital conectada a moedas digitais e tradicionais.
- Verificação de íris com o Orb: O usuário agenda uma verificação presencial em São Paulo, com o dispositivo Orb, uma esfera desenvolvida pela Tools for Humanity que escaneia a íris e gera um código criptografado. A empresa afirma que as imagens não são armazenadas, apenas o código gerado, que comprova a humanidade do indivíduo.
Como incentivo para participação, o World oferece recompensas em sua criptomoeda nativa, o token WLD. Após o escaneamento, o usuário recebe uma quantia de tokens, sendo parte entregue imediatamente e o restante distribuído de forma mensal ao longo de 12 meses. Em janeiro de 2025, o valor estimado de um token WLD era de aproximadamente R$ 470.
Worldcoin no Brasil
O projeto chegou ao Brasil em novembro de 2024 e rapidamente atraiu atenção. Em menos de um mês, 115 mil brasileiros haviam concluído o processo de verificação. Segundo a Tools for Humanity, mais de 540 mil brasileiros já baixaram o World App, e 416 mil estariam aptos a concluir a verificação.
As verificações ocorrem em locais físicos, geralmente shoppings, e os usuários recebem tokens WLD como recompensa. O valor aproximado recebido por usuário no Brasil tem girado em torno de R$ 740.
No entanto, a entrada no mercado brasileiro chamou a atenção da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), que iniciou um processo para avaliar se a coleta de dados biométricos cumpre as diretrizes da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Controvérsias e Concordâncias
Apesar de a proposta do World ter conquistado milhões de usuários globalmente, o projeto enfrenta críticas e questionamentos em relação à privacidade e transparência. Em relação à privacidade de dados, especialistas apontam que o código gerado pelo escaneamento da íris é um dado biométrico sensível e irreversível. Isso levanta preocupações em caso de vazamentos.
Além disso, em países como Coreia do Sul, Portugal e Argentina, o World enfrentou sanções. A Coreia do Sul aplicou uma multa de US$ 830 mil alegando falhas no tratamento de dados. Já em Portugal, o projeto foi proibido por falta de transparência na coleta de informações.
Apesar disso, na Malásia, por exemplo, o governo firmou parceria com a Worldcoin Foundation para integrar a tecnologia ao sistema de identidade digital do país. Eles afirmam que existe um potencial de inclusão e segurança oferecido pela biometria.
Conclusão
A World afirma que nenhuma informação pessoal como nome, e-mail ou telefone é coletada, e todas as imagens capturadas são deletadas após a criptografia. Desse modo, o projeto continua em expansão, mas a crescente vigilância regulatória destaca a importância de maior clareza e conformidade no uso de dados biométricos, especialmente em iniciativas dessa magnitude.
Portanto, apesar de o projeto World propor uma abordagem inovadora para validação de identidade em um mundo cada vez mais digitalizado, as críticas em relação à privacidade e transparência indicam a necessidade de uma regulação cuidadosa e contínua.
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