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COP26: Conheça duas startups que participaram da conferência

COP26: Conheça duas startups que participaram da conferência

21 de janeiro de 2022
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Artigo atualizado em 21 de janeiro de 2022

Não é mais uma novidade que o mercado ESG teve um boom no ano de 2021, e a tendência é que continue em alta neste ano que só está começando!  No final do ano passado, mais precisamente em novembro, ocorreu a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP26), um evento que contou com a presença de mais de 200 países e que teve como principal objetivo discutir medidas para reduzir drasticamente a emissão de Gases do Efeito Estufa (GEE). 

O evento foi também como uma vitrine global para que startups com impacto ESG apresentassem suas soluções a investidores e empresários do mundo inteiro. Através de programas gerenciados por entidades públicas, privadas e do terceiro setor, mais de 20 startups brasileiras foram selecionadas para participar da conferência. 

Conversamos com algumas startups que participaram desse evento. Conheça duas delas, suas soluções e a experiência que tiveram na COP26! 

Umgrauemeio: com o objetivo no próprio nome

A startup Umgrauemeio tem como um de seus principais objetivos manter a elevação da temperatura global abaixo de 1.5 ºC, e uma das formas de atingir essa meta é através de uma inteligência para combater o incêndio florestal “Hoje, nossa plataforma integrada para gestão de incêndios florestais Pantera® cobre 7.7MI hectares em todos os 5 biomas do Brasil entre áreas de reserva, florestas plantadas e áreas de agricultura. Reduzimos perdas em até 90% e isso tem refletido no resultado dos nossos negócios pelo reconhecimento dos nossos clientes e renovação de 100% dos contratos”, contou Osmar Bambini, Cofounder e CIO da empresa. 

A startup participou da COP26 através do programa organizado pelo The Civitech Alliance na sede do Governo Escocês em Glasgow e um dos pontos fortes dessa participação foi a possibilidade de expandir o  network “A oportunidade de estar no centro mundial das discussões pelo clima nos colocou em contato com startups fantásticas, entidades de impacto ESG de diversas naturezas e membros do governo escocês”, disse o co-founder. 

Além disso, tiveram a oportunidade de conhecer diferentes projetos, como iniciativas de conservação e esportes ao ar livre que são organizadas pela sociedade civil, tiveram contato também com algumas manifestações de rua, como o ecofeminismo – movimento que une questões ecológicas e a luta social. 

Osmar contou também sobre o impacto das emissões com a implementação da tecnologia. “Quanto ao nosso impacto como empresa, na relação com nossas operações, iniciamos a mensuração das nossas próprias emissões de CO2 e iremos avançar em metas de redução e mapeamento da nossa rede de fornecedores, equipamentos”. A empresa recebeu em dezembro de 2021 o selo Ilmpact, o qual reconhece negócios de impacto socioambiental na América Latina.

No que diz respeito ao atual cenário ESG e sobre o que devemos esperar do futuro desse mercado, Osmar acredita que o tema realmente esteve presente nas falas de CEOs de grandes empresas no última ano, e acredita também no impacto positivo que a sigla tem, mas apenas quando as práticas responsáveis saem da teoria e ocupam a realidade das corporações.“No deslumbre do discurso ESG emergente, é preciso cautela e também não acreditar que apenas dizer o termo ESG irá mudar a realidade dos fatos e dos desafios que se apresentam, como um passe de mágica. Compensar o impacto não basta, é preciso reduzir o impacto na fonte”, defendeu. Para Osmar é preciso uma mudança radical no modelo de produção e consumo. 

Nanotex: a união da nanotecnologia e ESG

A nanotex é um startup de impacto com base tecnológica, que foca em sustentabilidade e usa a nanotecnologia nacional para desenvolver novos materiais avançados, biodegradáveis e sustentáveis. A startup participou remotamente da Conferência, mas garante que isso não foi problema já que tiveram a sorte de estar no mesmo local onde o IdeiaGov – o hub de Inovação Aberta do Estado de São Paulo – lançava um coworking, e lá  promoveram eventos que proporcionaram uma expansão de networking. 

“Além disso, tivemos a oportunidade de, além de interagir com as demais startups participantes, ter contato com empresas importantes do ecossistema de inovação, tecnologia e empreendedorismo; como empresas renomadas de Venture Capital, Venture Builders, ONG’s, entes do governo, órgãos de fomento e agentes de investimento e financiamento”, contou o CEO e cofundador da Nanotex, Rafael Santos.

Rafael nos contou um pouco sobre a origem do desenvolvimento da tecnologia da empresa. “A crescente demanda de energia […]; a crise hídrica que se repete com a escassez de chuvas, gerando sobrecarga no sistema elétrico; a alta utilização de geração de energia por termelétricas a base de carvão ou derivados de petróleo; e ainda a preocupação com a diminuição de emissão de gases poluentes […]”. 

A solução tecnológica de Processo e Insumo de produto (Superfície Seletiva): a NanoSelect, tem potencial de reduzir a emissão de 1Tn de CO2/ano  por metro quadrado. Além disso, eles estão trabalhando em um novo produto que promete ser uma inovação para o mercado de placas solares “(Essa solução) será capaz de ser instalada em diversas direções – horizontais em telhados, ou verticais em paredes prediais – que virá para revolucionar o mercado de coletores solares no Brasil e no mundo de forma híbrida, produzindo energia elétrica e térmica de forma simultânea, com expectativas de redução de 2Tn a 5Tn de CO2/ano por metro quadrado instalado diretamente” explicou o CEO.

Outro ponto interessante levantado por Rafael foi o desenvolvimento, junto com a UFRJ, de uma tecnologia disruptiva de saúde e proteção da vida, a NPROTEXTM, que teve o objetivo de ser usada contra a COVID-19. “Fomos capazes de criar, em um único processo, superfícies protetoras ativas, hidrofóbicas, antivirais, antimicrobianas e ignífugas (repele água, elimina vírus e bactérias, além de atuar como retardante de chamas), trazendo benefícios de segurança, saúde e sustentabilidade”. 

Principais discussões da COP26

O texto final da 26ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre o Clima teve avanços em relação ao uso dos combustíveis fósseis, mas não garante o objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5ºC e não atende às demandas dos países menos desenvolvidos pela criação de um mecanismo específica para reparação dos efeitos da mudança climática em suas regiões.

“A Catástrofe climática continua batendo em nossas portas”, advertiu o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres.