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Healthtechs: como elas ajudam na transformação do mercado

Healthtechs: como elas ajudam na transformação do mercado

13 de agosto de 2020
16 minutos de leitura
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Artigo atualizado em 13 de agosto de 2020

Os médicos e demais profissionais da área já não estão mais sozinhos na batalha pela saúde de seus pacientes, junto deles, também existe um exército de especialistas trabalhando no que conhecemos como healthtechs – startups voltadas a resolverem os problemas do setor de saúde.

É interessante observar que a área de atuação desses negócios é tão ampla quanto a área da saúde, abrangendo clínicas e hospitais modernizados, gestão otimizada de entidades públicas da saúde, consultórios médicos inteligentes, tecnologias avançadas para exames clínicos e laboratoriais, autoatendimentos e autocuidados.

Todos esses segmentos da área da saúde são beneficiados com alguma iniciativa inovadora de healthtechs especializadas, o que, além de fomentar o mercado, também traz novas soluções para um setor extremamente delicado, como estamos observando nos últimos meses.

Pensando nisso, elaboramos este conteúdo para mostrar que existem forças que combatem as pandemias, as limitações da medicina e as dificuldades do acesso à saúde com uma ferramenta muito eficiente: a inovação. Veja mais sobre:

  • o que são healthtechs e qual o significado desse termo?
  • qual sua área e como as healthtechs atuam?
  • como elas contribuem para o setor da saúde?
  • qual o panorama atual das healthtechs?
  • o que elas ensinam para as concorrentes tradicionais do mercado?
  • como as healthtechs estão ajudando no combate ao COVID-19?
  • quais os benefícios e como se conectar às healthtechs com a ajuda do Distrito?

Saiba porque em meio a incertezas e temores, temos muitos motivos para acreditar no nosso potencial inovador para descobrir soluções de longo prazo para a saúde.

O que são startups healthtechs?

Startups healthtech são aquelas empresas que desenvolvem tecnologias para otimizar o sistema de saúde e tudo a ele relacionado. Assim, trazem melhorias para a oferta de serviços de saúde, a forma como eles são valorizados e consumidos.

É importante lembrar que as startups são modelos de negócio com características distintas do restante do mercado: seus produtos e serviços devem ter escalabilidade, facilidade para replicar a ideia e ter um diferencial inovador mesmo em um cenário de incertezas.

O que significa healthtech?

O termo em inglês é a junção das palavras health e tech, ou seja, saúde e tecnologia, e explica fielmente qual é o foco desses modelos de negócio, trazer soluções de inovação para os cuidados médicos e toda a rede relacionada.

E, como as healthtechs atuam no mercado e quais são suas principais áreas de desenvolvimento? Vejamos a seguir. 

Qual a principal atividade desse tipo de startup?

As principais atividades das startups está na otimização dos serviços de saúde pessoal, prevenção e do sistema que realiza sua gestão.

Tecnologias desenvolvidas para procedimentos cirúrgicos, protótipos de exoesqueletos robóticos e outras invenções são voltadas para a área de pesquisa, muito embora também estejam diretamente relacionadas ao mercado.

Seguindo essa lógica, podemos dizer que suas principais atividades são:

  • medicina preventiva, para evitar ou minimizar efeitos das doenças;
  • medicina preditiva para identificar a predisposição de algumas doenças;
  • medicina proativa, que estreita e prolonga a relação médico-paciente positivamente e de maneira suportada pela tecnologia;
  • medicina personalizada, com o uso de dados pessoais ou do segmento para personalizar tratamentos e otimizar processos de gestão;

Essas atividades também terão outros desdobramentos, e, assim, é mais prático compreender quais são suas principais áreas de desenvolvimento e alguns exemplos práticos. 

Quais são suas áreas de desenvolvimento?

Entre suas principais áreas de desenvolvimento, podemos listar aquelas que possuem maior destaque e sucesso.

Prevenção e diagnóstico

Soluções inovadoras permitem a realização de exames menos evasivos, com agilidade na entrega do resultado utilizando dados e a inteligência artificial para identificar a probabilidade de desenvolvimento de doenças graves.

Em 2013, a atriz de Hollywood anunciou que havia retirado as mamas como medida preventiva a um câncer de mama que teria 87% de chances de desenvolver segundo o estudo genético realizado.

Segundo os dados, seu gene BRCA1 era falho e a tecnologia utilizada garantiu que ela não abreviasse sua vida. Ainda é considerada uma tendência da medicina já que não está amplamente divulgada e ofertada para todos, mas já aponta o direcionamento que o setor vai adotar.

Wearables, telemedicina e soluções de educação sobre a saúde também fazem parte dessa área. Com a evolução do isolamento social para o combate do COVID-19, por exemplo, muitos planos de saúde lançaram plataformas que orienta seus clientes sobre os sintomas, como e quando prosseguir para o atendimento presencial.

Além de evitar o acionamento desnecessário do sistema, isso também representa uma economia para sua gestão, ou seja, todos são beneficiados.

Gestão e eficiência

A gestão de planos de saúde, liberação de exames e tratamentos, regulação e administração de leitos têm particularidades que tornam seus processos complexos e demorados. E, para alguns pacientes, o tempo pode ser crucial.

Com o desenvolvimento de soluções de gestão pelas healthtechs, tais liberações podem ser automatizadas obedecendo às regras governamentais e contratos particulares dos planos de saúde.

É válido lembrar que o governo brasileiro possui uma Avaliação de Tecnologias em Saúde que dá diretrizes como elas devem ser escolhidas e adotadas em seu sistema.

Além de agilizar o atendimento médico, tais soluções garantem a otimização dos recursos do sistema de saúde, que muitas vezes estão em falta em um hospital, mas subutilizados em outros. Mas, ainda assim, são avaliados considerando seu potencial para solucionar os desafios enfrentados pelos governantes, sendo alguns deles:

  • recursos limitados;
  • diversidade cultural;
  • informação e dados disponíveis;
  • sistema político;
  • estrutura do sistema de saúde;
  • capacidade tecnológica atual.

Tratamento

A área que envolve os tratamentos médicos lida com tecnologia de ponta, como sistemas para cirurgia remota, exoesqueletos ou wearables para idosos serem monitorados a distância, por exemplo.

Internet of Things, Big Data, IA, nanotecnologia e robótica, dentre outras, são colocadas a disposição dos médicos e profissionais da saúde para o atendimento hospitalar ou de acompanhamento dos tratamentos.

Podemos citar, por exemplo, o uso da nanotecnologia para o tratamento de câncer, evitando ou diminuindo a necessidade do uso da quimioterapia que causa alguns efeitos colaterais danosos para o organismo do paciente, seja durante o processo, seja depois que ele é finalizado.

Nesse caso, as nanopartículas magnéticas de um sensor reduzido de ressonância conseguem detectar o câncer precocemente, diminuindo o número de seções de quimioterapia.

O setor da saúde é muito amplo e envolve diversas entidades e organizações. Assim, enquanto algumas startups focam seus desenvolvimentos para equipamentos que agilizam resultados de exames, outras, focam na gestão da qualidade hospitalar, por exemplo.

Qual sua importância para o setor?

A área da saúde enfrenta alguns problemas no seu cotidiano que sua estrutura e processos atuais não conseguem dar vazão ou solucionar. Ou seja, situações como a falta de leitos não é nova e acontece também fora de pandemias.

Para entender, o sistema de saúde é a forma como o conjunto de instituições prestadoras de serviços de saúde, públicas e privadas, se relacionam. E, para que ele seja eficiente, é preciso ter equilíbrio e sincronismo entre todas elas.

A gestão da saúde, portanto, visa trazer equiparação na qualidade e oferta que os serviços particulares proporcionam, assim como também criam ações de prevenção já que muitos problemas da saúde de uma sociedade podem ser resolvidos com muito mais facilidade e redução de despesas, se tratados com antecedência.

Porém, os países possuem sistemas e necessidades de saúde diferentes. Suas situações econômicas também são extremamente relevantes, como é o caso do saneamento básico e o número de doenças que a falta dele pode causar.

Ou seja, cada um deles demanda soluções personalizadas, mas, sem dúvidas, que ofereçam escalabilidade sem grandes impactos nos custos para o governo.

Nesse cenário, as healthtechs buscam soluções para esses gargalos, inovam trazendo produtos e serviços que mitigam o acionamento do sistema de saúde, trazem respostas mais claras e rápidas para um atendimento ao paciente mais eficiente.

Se o mercado é carente e demanda soluções urgentes, o panorama do mercado é favorável aos profissionais e empresas que queiram atuar na área. Vejamos.

Qual o panorama atual do mercado de Healthtechs?

Algumas startups demoram a conquistar aderência do mercado, seja por ter uma solução que não existia antes, seja pela presença de fortes concorrentes.

Essa dinâmica, porém, não acontece no mercado de healthtechs, afinal de contas, a área da saúde demanda soluções ágeis e de custo reduzido para que consiga atender sua demanda.

De acordo com a pesquisa Global Health Care Outlook de 2015 publicada pela Deloitte, esse setor da indústria é avaliado em US$7.2 trilhões de dólares, e não é por acaso.

A mesma pesquisa lista quais os desafios que as healthtechs estão ajudando a resolver. Eles são:

  • custos dos tratamentos, que, com agilidade e precisão nos diagnósticos, podem ser reduzidos consideravelmente;
  • adaptação as forças do mercado, como as preferências, características e comportamentos dos principais consumidores dos sistemas de saúde;
  • Transformação Digital, como um movimento que envolve outras áreas relacionadas ou não a saúde, mas que são relevantes para a sociedade;
  • Regulação e Compliance, fazendo uma gestão dos custos e recursos mais eficientemente.

O Distrito Healthtech Report 2020 corrobora essas informações e traz uma visão apurada do panorama do mercado brasileiro. O estudo mapeou mais de 540 startups, desvendando que metade delas têm menos de cinco anos de operação e ainda estão em seus primeiros estágios de desenvolvimento. 

No entanto, o volume de aportes captados por estes empreendimentos é relevante: foram investidos desde 2014 US$ 430 milhões, ao longo de 189 rodadas de Venture Capital. 

Veja a apresentação completa da versão de 2019 do report:

https://www.youtube.com/watch?v=tyrhp3IDMUo

Ao observar os levantamentos anteriores realizados pelo Distrito Dataminer é possível perceber que o número de startups dobrou em dois anos. Em 2018 foram mapeadas 248 e, atualmente, já são 542. Esses dados demonstram o quanto o setor se solidificou nesse período. 

A categoria mais representativa do setor continua sendo Gestão e PEP – prontuário eletrônico. Cerca de 25% (131) das startups mapeadas atuam nessa categoria. Em seguida, estão as empresas que fornecem soluções de Acesso à Informação (17,3%), de Marketplace (13,7%) e, ainda, as de Farmacêutica e Diagnóstico (10,5%).

As healthtechs empregam juntas quase 10 mil pessoas no país. Essas startups estão numa curva crescente, mas se comparadas a outros setores o número é menos representativo.  As Fintechs, por exemplo, possuem aproximadamente 40.000 empregadas – segundo levantamento realizado pelo Distrito Dataminer. 

Outro ponto que vale ressaltar é que 91,7% das healthtechs possuem até 50 funcionários. Isso demonstra que essas empresas ainda estão em estágio inicial de desenvolvimento.

O Distrito HealthTech Report 2020 aponta ainda quais são as 10 maiores startups do setor, considerando elementos como número de funcionários, visibilidade, investimento captado e faturamento.

banner distrito healthtech report com as top dez startups

Quer saber mais sobre o setor de HealthTech? Baixe o estudo completo!

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Como as grandes corporações podem aprender com as healthtechs?

Se os investidores estão aplicando seus recursos nas health techs, é porque elas são promissoras e trazem grandes benefícios para o sistema de saúde e quem apoia elas, certo? Mas, o que elas fazem de diferente?

Resposta rápidas às demandas do mercado

Para alguns pacientes, os minutos até seu diagnóstico podem ser cruciais. No mercado da saúde, isso também é verdadeiro e as health techs levam isso a sério.

Assim que identificam uma demanda não atendida ou que pode ser melhorada, desenvolvem rapidamente uma solução viável.

Isso aconteceu recentemente, quando a startup Hi Technologies do Paraná desenvolveu um teste para o coronavírus logo que os primeiros casos foram identificados no Brasil. Além de trazer uma solução, a iniciativa também cumpriu os requisitos de escalabilidade, já que o protótipo que avalia os testes remotamente pode ser produzido em larga escala.

Foco nos custos

Seja para o Sistema Único de Saúde (SUS), seja para planos de saúde particulares, a redução de custos é uma das necessidades mais latentes, o que é a essência de toda startup.

Assim, quando inserem inovações e tecnologias que permitem o barateamento do processo sem a perda da qualidade e usam a inteligência para identificar desperdícios e gargalos, estão otimizando uma área que não dispõe de todos recursos financeiros que precisava para um bom funcionamento. Considerando isso, elas minimizam um problema.

Soluções escaláveis e personalizadas

Assim como agilidade e custos são fundamentais para a área da saúde, a possibilidade de contemplar o maior número de pacientes também é fundamental. E, na medida que as healthtechs visam modelos escaláveis, essa necessidade é integralmente atendida sem prejuízo da qualidade.

Percepção da mudança comportamental

As health cares também focam em áreas do mercado que não são amplamente atendidas, e isso garante que elas correspondam às expectativas de parte da sociedade.

Um exemplo disso é que as pessoas estão mais preocupadas com a saúde, querem monitorar suas performances e indicadores físicos. Dessa forma, elas desenvolvem soluções que vão ter aderência no mercado.

Crise: como as healthtechs podem ajudar em momentos como o coronavírus?

Sem dúvidas, pelas lições que as healthtechs ensinam para as demais empresas do setor já é possível compreender como elas podem ajudar em momentos de crise, como é o caso da pandemia do coronavírus.

Mas, essa intervenção pode ser potencializada por soluções que contribuem para uma abordagem multidisciplinar e setorial. Faz parte da cultura das startups e seu ecossistema, atuar em parcerias que podem agilizar o tempo de resposta a um problema.

Além disso, fica claro que as soluções para uma crise como a pandemia do coronavírus 19 não são restritas a uma ferramenta ou medicamento, mas sim, as questões comportamentais e de gestão pública.

A forma como as startups se relacionam é um bom exemplo para os governantes pois, enquanto buscam desenvolver tecnologias inovadoras, também fazem parcerias que vão contribuir para um objetivo comum, a melhoria do sistema de saúde, o que fica muito claro no Hub criado pelo Distrito e o Hospital das Clínicas.

Esse hub, inclusive, ganhou destaque recentemente em um dos principais jornais brasileiro, o que mostra que a inovação na área da saúde é de interesse público e tem sido cada vez mais valorizado.

Como o Distrito pode ajudar você a se conectar com as healthtechs?

O Distrito conecta o ecossistema inovador com o intuito de construir um futuro inteligente. Se você, como profissional ou empreendedor tem esse mesmo objetivo, parece lógico buscar uma iniciativa como esta certo?

No caso do Distrito, essa opção ainda é mais valiosa porque o segmento de Healthtech tem grande importância para o Distrito, prova disso é o evento Hackmed promovido recentemente.

Nos moldes de uma maratona de hacks, a Hackathon, os participantes de diferentes áreas e formação foram convidados a desenvolverem novas soluções e ideias para o setor da saúde.

banner Distrito for Startups

Quais os benefícios de se conectar com uma healthtech?

Para entender os benefícios de se conectar a uma healthtech, um exercício de imaginação pode ajudar: e se o sistema de saúde do país fosse capaz de suprir todas as necessidades da população?

Desde seus serviços de prevenção até a resposta rápida e definitiva às situações de emergência como a pandemia do COVID-19. Consegue imaginar os efeitos disso para a economia, relações internacionais, satisfação da sociedade, etc?

Agora, uma outra reflexão: porque alguns países já conseguiram responder muito mais rapidamente à pandemia do que outros?

Com toda certeza, as tecnologias aplicadas ao sistema de saúde têm grande contribuição, e não somente aquelas relacionadas ao atendimento, mas também as de comunicação, logística das cidades, transporte, indústria e todo o restante.

Dessa forma, ao se conectar a uma healhtech, o profissional, investidor ou empreendedor vai observar resultados, como:

  • participação em um mercado valorizado, em ascensão e com potencial para mudar problemas críticos da sociedade;
  • conexão com outras startups e empresas inovadoras;
  • mercado em crescimento e em constante mudança pelas características da sociedade (faixa etária, doenças ocupacionais, mutação de vírus etc);
  • acesso a recursos e incentivos governamentais e privados já que desenvolvem soluções para questões prioritárias;
  • oportunidade de transformar a saúde por meio da tecnologia.

Apesar de nem sempre estar associado, a possibilidade de transformar um setor como a saúde move muitos empresários e profissionais que se dedicam às healthtechs, e, considerando esse aspecto, podemos dizer que outro benefício é trabalhar com algo relevante e de interesse pessoal.

Seja qual for a razão, sem dúvidas, as health techs devem ser observadas e apoiadas pela promessa de trazerem soluções cada vez mais impactantes para o futuro da sociedade.