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SXSW: conheça o maior evento de inovação do mundo

SXSW: conheça o maior evento de inovação do mundo

30 de março de 2022
8 minutos de leitura
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Artigo atualizado em 30 de março de 2022

O South by Southwest (SXSW) foi um dos destaques do mês de março, marcando o seu retorno presencial após suas duas últimas edições terem ocorrido de forma remota. As expectativas para o evento eram bem grandes tanto por parte do público, artistas e palestrantes quanto por parte da cidade de Austin, à vista que o festival movimenta mais de US$ 400 milhões de receita para a capital do Texas.

História

Para compreender a importância do festival é interessante aprender sobre a sua história. O SXSW foi criado em 1987 e percorreu uma longa trajetória até assumir os moldes que possui nos dias de hoje. Inicialmente, o evento ocorria com o intuito de realizar apresentações musicais, já em sua primeira edição, que durou de doze a quinze de março, ocorreu a performance de 177 artistas distribuídos em 15 palcos.

Nos anos seguintes a dimensão do festival foi crescendo e em 1993 o SXSW ampliou a sua área de atuação ao realizar seu primeiro ano de conferência. Ao todo ocorreram 81 painéis, sessões e workshops, além da apresentação de 468 músicos.

A partir daí, o evento foi abraçando diferentes áreas em seu portfólio, em 1994 foi inaugurado o SXSW Film and Media Conference (SFMC) e em 1995 o SXSW Interactive. Desse modo, o evento foi se tornando uma referência tanto na arte e cultura quanto na área de tecnologia e inovação. As startups, por sua vez, entraram com força na edição de 2009 em que ocorreu a criação do SXSW Accelerator Pitch Competition, marcado pelo lançamento da Uber.

Importância da SXSW

A evolução do festival fez com que ele tomasse grandes proporções e por diversas vezes atraísse pessoas extremamente importantes e influentes no mundo e dentro do meio tecnológico. Barack Obama, Elon Musk, Mark Zuckerberg e Oprah Winfrey são alguns dos nomes que configuram nessa extensa lista.

A dimensão do evento fez com que fossem englobadas uma enorme quantidade de temas debatidos e analisados no evento. Quando se fala do prêmio de inovação, por exemplo, ele está dividido em treze categorias diferentes.

  1. AI & Machine Learning (IA & Machine Learning)
  2. Health, Med, & BioTech (Saúde, Medicina & Biotecnologia)
  3. Innovation in Connecting People (Inovação em Conectar Pessoas)
  4. Music & Audio Innovation (Inovação em Música & Áudio)
  5. New Economy (Nova Economia)
  6. Robotics & Hardware (Robótica & Hardware)
  7. Smart Cities, Transportation & Delivery (Cidades Inteligentes, Transporte & Energia)
  8. Social & Culture Impact (Impacto Social & Cultural)
  9. Speculative Design (Projeto Especulativo)
  10. Student Innovation (Inovação em Educação)
  11. Visual Media Experience (Experiência de Mídia Visual)
  12. VR, AR & MR (RV, RA & RM)
  13. Wearable Tech (Tecnologia Vestível)

Nesse cenário, o SXSW representa um evento com uma enorme explosão de criatividade, portanto é esperado que ele seja responsável por ditar a expectativa e tendências para o futuro. Entre alguns dos fatos mais marcantes da história recente do evento temos a revelação de artistas como John Mayer, James Blunt e The Strokes, a apresentação dos filmes “Boyhood” e “Ex Machina” e o lançamento do Twitter e Airbnb, além da Uber que já foi mencionada.

Principais tendências apontadas no evento

Para esse ano não foi diferente, é esperado que os principais tópicos e pautas do evento recebam bastante destaque ao longo dos próximos anos. Além disso, vale lembrar que a Amy Webb, futurista norte-americana e fundadora do Future Today Institute (FTI), realiza a divulgação do relatório Tech Trends do FTI por meio do SXSW, portanto é interessante olhá-lo com atenção em busca de outras tendências de inovação ou para aprofundar naquelas que serão apresentadas a seguir.

Metaverso

O tópico não se apresenta como uma novidade, à vista da relevância que ele adquiriu no ano passado, mas foi abordado por pontos de vista diferentes do tradicional. Foi amplamente debatido acerca da garantia de que o metaverso que está sendo construído seja aberto, acessível e justo, assim como a sustentabilidade da nova tecnologia.

Um dos principais líderes dessa transformação, Mark Zuckerberg, esteve presente no evento para defender o que ele acredita ser o próximo passo da evolução tecnológica, porém sofreu com certo pessimismo de outros convidados presentes. Scott Galloway, professor da Universidade de Nova York, ex-presidente da Nintendo Reggie Fils-Aimé e a futurista Amy Webb foram algumas das vozes que não enxergam o futuro da mesma forma que o CEO da Meta.

NFTs

Lado a lado ao Metaverso, as NFTs estavam espalhadas ao longo de todo o evento e levantaram a questão se este seria o futuro da maneira como os conteúdos são distribuídos. Para promover uma grande imersão no universo do blockchain, o SXSW 2022 contou com o Blockchain Creative Labs (BCL) como seu patrocinador. Entre as diversas ações promovidas pelo grupo, foi possível que as pessoas visitassem galerias de NFTs ou que recebessem um “crachá NFT” que simbolizava a participação em um evento específico.

Outro destaque foi o lançamento do livro “Run, Rose, Run” e do álbum homônimo da artista norte-americana Dolly Parton. A ação foi feita em conjunto para promover as vendas de NFTs do “Dollyverse” que contém artes inspiradas na cantora e seu novo álbum. Além disso, os espectadores puderam coletar um NFT gratuito associado à estrela do country.

Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI)

A pauta vêm ganhando força nos últimos anos e ela foi um dos temas centrais do SXSW, sendo que a inclusão de mais um elemento nesta equação, a tecnologia, pode ser o caminho para a solução. Realidade virtual, aumentada e expandida, assim como a popularização do 5G são algumas das novidades que podem colaborar nesse processo.

Para citar algumas das palestras que se destacaram, Storm Smith apresentou um painel chamado Big Bold Ideas for a More Inclusive World (Ideias grandes e ousadas para um mundo mais inclusivo) e o painel Trans Texans Need Us: Hear from the Front Lines (Texanos trans precisam de nós: ouça das linhas de frente) também chamou bastante atenção.

Environmental, social and corporate governance (ESG)

A importância das corporações buscarem e avaliarem seus impactos, além da busca pela maximização de seus lucros foi amplamente debatida no evento. Apesar de haver um palco destinado somente a essas discussões, o tema extrapolou seu espaço e sua presença foi observada em diversos momentos do evento.

"Don't choose extinction", campanha na SXSW.

Fonte: Divulgação/SXSW

Entre alguns dos acontecimentos vale mencionar a aparição de um dinossauro em diversas salas de reuniões, o símbolo da campanha Don’t Choose Extinction traz um paralelo com a expressão “elefante na sala” e revela que as mudanças climáticas muitas vezes são ignoradas. A futurista Amy Webb também não deixou de mencionar a questão ambiental, enquanto o autor Neal Stephenson, considerado o criador do metaverso, surpreendeu a todos e dedicou seu tempo de fala quase que em toda sua totalidade ao tópico em questão.

Outras Tendências

Dada a dimensão do evento, é evidente que muitos outros tópicos foram debatidos e tendências estabelecidas, porém não é possível abordar todas. Portanto, serão listadas algumas outras tendências que estiveram presentes no festival.

  • Inteligência Artificial
  • Web 3.0
  • You of Things
  • Home of Things
  • Agtechs

Brasil no SXSW

O Brasil já havia marcado forte presença nas últimas edições, sendo o líder entre o maior número de comitivas estrangeiras. Em 2022 não foi diferente, o Reino Unido foi o único país capaz de levar mais pessoas ao evento do que o Brasil.

Não podemos deixar de mencionar os brasileiros que atuaram como protagonistas no festival. Etienne Du Jardin e Monique Lima, co-fundadoras da Mimo Live Sales, estiveram presentes em um estande como referência em live-commerce, tecnologia esta que está se tornando realidade ao redor do mundo.

Diversos brasileiros também lideraram conferências, como foi o caso de Pedro Chiamulera (Fundador da Clearsale), Emily Ewell (Fundadora da Pantys) e Edu Lyra (Fundador da Gerando Falcões), além de diversos artistas que realizaram apresentações musicais.

O Brasil também se destacou por ser um dos finalistas na categoria Student Innovation nos Innovation Awards. O Colégio Santo Agostinho de Belo Horizonte representou o Brasil por meio de seu ecossistema de educação chamado Campus, plataforma que permite que os alunos utilizem inteligência de dados para auxiliar na jornada de aprendizado e desenvolvimento dos alunos.