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4Equity Media Ventures: como um fundo de media for equity está impulsionando o venture capital

4Equity Media Ventures: como um fundo de media for equity está impulsionando o venture capital

3 de maio de 2024
6 minutos de leitura
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Artigo atualizado em 3 de maio de 2024

Conversamos com Felipe Hatab e Renato Mendes, cofundadores da 4Equity Media Ventures, primeiro fundo de investimento independente de media for equity da América Latina.

Já falamos por aqui que o modelo de media for equity (MFE) está emergindo como uma inovação significativa no cenário do venture capital, transformando a forma como as startups buscam financiamento e promovem suas marcas.

Tradicionalmente, as startups enfrentam muitos desafios ao tentar entrar no mercado e alcançar visibilidade em meio à concorrência acirrada. Portando, o financiamento, principalmente em mídia é essencial, mas muitas vezes as opções são limitadas, especialmente para as startups.

Nesse ínterim, o media for equity surge como uma solução inovadora. Ao invés de pagar diretamente por publicidade, as startups podem negociar com os investidores para trocar participação acionária por espaço publicitário. Assim, essa abordagem oferece várias vantagens tanto para as startups quanto para os investidores de venture capital.

É sob esse contexto que surge a 4Equity Media Ventures, fundo que tem como missão proporcionar às startups uma maneira acessível e eficaz de aumentar sua visibilidade no mercado, ao mesmo tempo em que oferece aos investidores a oportunidade de diversificar seus portfólios e potencialmente obter retornos significativos.

A saber, o fundo é pioneiro independente desse modelo no Brasil e já investiu em grandes nomes, como QuintoAndar, Daki e Shopper.

Com um histórico comprovado de sucesso, e um compromisso com a inovação contínua, a 4Equity Media Ventures está se consolidando como uma das principais empresas de media for equity no Brasil.

Conversamos com Felipe Hatab e Renato Mendes, cofundadores da 4Equity Media Ventures, que nos contaram um pouco sobre a receita desse sucesso. Boa leitura!

O que motivou a criação do 4equity?

A 4Equity nasce de uma inquietação nossa em relação a um duplo problema do nosso mercado. De um lado, temos startups B2C com grande dependência de compra de mídia para seguir crescendo e baixo conhecimento de como fazer a alocação correta de orçamento para otimizar esse investimento. Por outro lado, veículos de mídia com um grande desafio de monetizar seu inventário e elevada dependência de um número restrito de CNPJs.

A 4Equity nasce com a missão de trazer uma solução a esses dois universos, numa lógica ganha-ganha. Por isso, criamos um fundo de media por equity que opera num formato de marketplace. De um lado, ajudamos startups a acessarem formatos premium de mídia sem dispêndio de caixa e com know how de quem entende como fazer essa alocação nos canais. Do outro, operamos como um CVC dos players de mídia, dando acesso a startups tier 1 e gerando uma safra de futuros clientes em potencial.

Qual a visão de vocês sobre o potencial desse modelo no Brasil? Como o MFE contribui para o desenvolvimento de um ecossistema de inovação mais robusto?

O modelo de media for equity nasceu lá atrás com a Globo Ventures que fez um trabalho incrível criando do zero e desenvolvendo bastante esse mercado no Brasil. O momento atual é muito interessante porque existem uma série de novas iniciativas além da 4Equity. Somos o único player independente, mas, em paralelo, estão surgindo fundos de MFE vinculados a grupos regionais de mídia como a RBS Ventures ou Nexpon por exemplo. Ou seja, vivemos um momento de aceleração do modelo, com crescente número de aportes e ganho de credibilidade. Entendemos que o MFE pode ser muito em breve uma alternativa viável de funding para startups assim como foi o Venture Debt em seu momento de maturação.

Como as empresas de mídia podem melhor se preparar para aproveitar ao máximo a oportunidade oferecida pelo MFE em termos de visibilidade e crescimento?

Para empresas de mídia, existem duas grandes oportunidades em deals de media for equity. A primeira é de montar um portfólio de startups, ganhando equity em troca da sua mídia. Esse investimento tem o potencial de trazer um retorno financeiro desproporcional, a um custo marginal muito baixo. A segunda é de gerar uma safra de potenciais clientes. Uma startup que usa sua mídia e vê resultado, certamente irá voltar a querer usar essa alavanca. Só que da segunda vez, ela o fará pagando em cash.

Poderiam detalhar os critérios que vocês utilizam para selecionar startups para investimentos em media for equity?

Nossa tese de investimento mira em startups B2C, que operem no Brasil, tenham um valuation superior a R$ 100 milhões e tenham domínio do unit economics de aquisição de novos clientes pelo digital. São startups que normalmente estão entre uma serie A e C e que já fizeram ou pretendem fazer seus primeiros investimentos em mídia offline. Somos agnósticos em relação ao setor de atuação. Nosso foco está em entender se a mídia pode ser uma alavanca de crescimento para aquele negócio.

Quais dicas vocês dariam para startups que desejam captar recursos via media for equity?

Primeiro, entender se é a hora de fazer isso. Para uma startup fazer um deal de media for equity, ela deveria já ter dominado a lógica do uso de mídia como alavanca de crescimento. Se ela ainda estiver aprendendo, é melhor amadurecer um pouco essa frente. Não faz sentido colocar gasolina num carro que não está pronto para acelerar.

Segundo, ela deveria entender o papel de cada tipo de mídia em seu funil de aquisição. Para dar um exemplo prático: trazer uma celebridade da televisão para ser seu sócio / sócia pode trazer awareness para sua marca e, ao mesmo tempo, não gerar uma única venda. De novo, a discussão aqui é sobre qual o papel que este canal na sua dinâmica de aquisição. É preciso entender essa dinâmica e colocar as peças certas no lugar correto para que esse ecossistema funcione em harmonia e otimize seus investimentos.

O que podemos esperar para o futuro do mercado de media for equity no Brasil?

Como falamos, o modelo vive seu momento áureo. A perspectiva é de surgirem ainda mais novos fundos e temos um número ainda maior de investimentos. O amadurecimento deste modelo, a nosso ver, envolve um modelo híbrido de investimento que combina mídia e cash.