Case: Como capacitação corporativa em IA destravou governança em multinacional
Artigo atualizado em 27 de outubro de 2025
A inteligência artificial generativa não é mais uma promessa distante; é o principal motor de crescimento da próxima década. Empresas que dominam essa tecnologia ganham uma vantagem competitiva relevante, enquanto as que hesitam silenciosamente abrem mão de um recurso tecnológico que pode transformar seus processos e operações.
No entanto, a implementação eficaz da IA no ambiente corporativo vai muito além da simples adoção de ferramentas. O verdadeiro desafio é cultural e estratégico, exigindo uma profunda capacitação em IA em todos os níveis da organização para que a tecnologia possa ser profundamente integrada, do cotidiano de trabalho até a tomada de decisões.
Para uma das maiores fabricantes de bens de consumo duráveis do mundo, uma multinacional com mais de 10 mil funcionários no Brasil, o dilema era claro. A liderança reconhecia a urgência de integrar a IA em seus processos, mas a organização enfrentava dificuldades para democratizar o uso de inteligência artificial e de ferramentas relacionadas.
Tanto o conhecimento teórico sobre o potencial da IA quanto a capacidade prática de executá-lo precisavam de melhorias dentro da empresa. Foi nesse cenário que o trabalho conjunto com o Distrito, por meio de uma capacitação corporativa em IA, se tornou um divisor de águas. Vamos entender como isso funcionou na prática nesse estudo de caso.
Confira o que você vai encontrar neste artigo:
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- O cenário: o desafio da inovação na era da IA
- O desafio: da teoria à prática na IA corporativa
- A solução Mastering AI: um programa de capacitação em IA multifacetado
- Resultados: a construção de uma cultura de IA sustentável
- Conclusão
O cenário: o desafio da inovação na era da IA
No ambiente corporativo atual, o hype da inteligência artificial e a pressão constante por inovação se combinam para dar vida a um cenário único e particularmente delicado.
A IA generativa surgiu como a tecnologia com o maior potencial de impacto desde a internet, prometendo revolucionar a produtividade e a eficiência. Esse alvoroço não passou despercebido pela esfera das empresas e, segundo a Bain & Company, 67% das organizações brasileiras já consideram a IA como uma de suas cinco prioridades estratégicas de 2025.
Ademais, outro levantamento de dados do Gartner revelou que, dentre os tantos benefícios possíveis da IA, a melhora da produtividade (77%), a redução de custos (50%) e o aprimoramento da experiência do cliente (56%) são alguns dos retornos mais esperados ao investir na tecnologia.
Contudo, muitas corporações enfrentam um grande desafio. Elas reconhecem o valor da tecnologia e investem em soluções pontuais com o intuito de inovar, mas o despreparo dos times e a desconexão das tecnologias com a realidade corporativa faz com que a inteligência artificial não gere os resultados desejados. De acordo com um estudo do Distrito, a integração da IA enfrenta quatro grandes barreiras:
- Falta de compreensão e talentos especializados: 37.4% das empresas indicam falta de talentos especializados e 35% apontam falta de compreensão e suporte interno.
- Infraestrutura inadequada: 37.4% veem a infraestrutura tecnológica inadequada como uma barreira.
- Direcionamento corporativo: 23.9% citam a falta de direcionamento corporativo.
- Outros desafios incluem problemas de governança e conformidade (15.3%) e outros não especificados (8%).
Essa desconexão gera sintomas clássicos: projetos piloto que nunca ganham escala, ferramentas caras que são subutilizadas e uma crescente frustração entre as equipes que desejam inovar, mas não têm o caminho. A falta de uma estratégia clara, somada à escassez de talentos e a uma cultura organizacional resistente, cria uma inércia que impede o avanço.
Para saber mais sobre os entraves para a adoção de IA nas empresas brasileiras, confira nosso artigo sobre o assunto.
O desafio: da teoria à prática na IA corporativa
O principal obstáculo para a multinacional era incorporar a inteligência artificial aos processos da empresa, dos mais cotidianos aos mais estratégicos. A organização possuía o impulso para inovar e adotar a tecnologia, mas faltava conhecimento técnico entre os colaboradores e autoridade da liderança sobre o assunto para promover a verdadeira mudança digital.
Para este cliente, de modo mais específico, os desafios se manifestavam em três frentes principais:
- Falta de alinhamento estratégico: A alta liderança precisava não apenas entender os conceitos de IA, mas também visualizar suas aplicações práticas no negócio para patrocinar as iniciativas de forma assertiva.
- Lacuna de conhecimento técnico e cultural: As equipes operacionais e táticas precisavam ser capacitadas para usar as novas ferramentas de IA, como o Microsoft Copilot, e para identificar oportunidades de automação e otimização em suas rotinas.
- Ausência de governança e estrutura: Faltava um plano claro para criar uma estrutura interna, como um Centro de Excelência (COE), que pudesse guiar, governar e escalar o uso da IA de forma responsável e sustentável.
O desafio, portanto, não era tecnológico, mas humano e organizacional. Era preciso criar uma ponte entre a estratégia e a execução, garantindo que toda a empresa, do C-level ao analista, falasse a mesma língua.
A solução Mastering AI: um programa de capacitação corporativa em IA multifacetado
Para superar essas barreiras, o Mastering AI do Distrito desenhou um programa de capacitação completo e customizado. A abordagem não se limitou a um treinamento pontual, mas sim a uma jornada de imersão estratégica e prática, atacando os desafios em diferentes níveis da organização para construir uma base sólida e coesa.
Começando pelo topo com as lideranças e passando pela formação de um grupo de especialistas em IA internos, a solução foi estruturada em quatro pilares complementares, desenhados para funcionar de forma integrada.
A estrutura da capacitação
- Imersão para liderança: Um dia inteiro de imersão presencial para os principais líderes da companhia. O foco foi duplo: inspirar com os conceitos fundamentais da IA generativa e seu impacto nos negócios, e capacitar com uma oficina prática de prompt engineering e uso do Microsoft Copilot. Essa etapa foi crucial para transformar os executivos em patrocinadores informados e engajados, garantindo o alinhamento estratégico e o apoio necessários para as fases seguintes.
- Formação de Champions: Um grupo de 30 colaboradores estratégicos foi selecionado para um programa online de 10 horas. Eles foram treinados para se tornarem multiplicadores da cultura de IA, com a missão de disseminar o conhecimento, engajar os colegas e promover o uso estratégico das ferramentas no dia a dia. Essa frente foi essencial para capilarizar o conhecimento e criar uma rede de apoio interna, garantindo que a iniciativa não ficasse restrita à alta gestão.
- Bootcamps para criação de portfólio de projetos de IA: Para cada área corporativa, passando desde o time RH até o time de compras,, foram realizados bootcamps intensivos de um dia. A abordagem pragmática conectou a tecnologia diretamente aos desafios do cotidiano, resultando em um portfólio inicial de projetos com valor de negócio claro.
- Mentoria para o futuro Centro de Excelência (COE): O Distrito atuou como parceiro estratégico na estruturação do futuro COE de IA da empresa. A mentoria apoiou na definição de papéis, políticas de uso, diretrizes de IA responsável e na construção de um roadmap para a implementação do centro. Este pilar foi fundamental para garantir a sustentabilidade da iniciativa, criando a governança necessária para escalar a IA com segurança e eficiência.
Essa abordagem multifacetada garantiu que a capacitação de lideranças estivesse conectada à capacitação das equipes, criando um movimento coeso e sinérgico em toda a empresa. Em vez de ações isoladas, a companhia construiu uma fundação robusta para a inovação contínua.
Resultados: a construção de uma cultura de IA sustentável
Ao contrário de projetos com um ROI puramente financeiro e imediato, o maior resultado desta iniciativa, assim como almejado por projetos de educação e capacitação corporativa em IA, foi a construção de um ativo estratégico de longo prazo: a capacidade interna de inovar com inteligência artificial.
Em termos práticos, o uso de Copilot dentro da companhia era de 9 a 12% antes da capacitação começar e saltou para 36% com o progresso da jornada do Mastering AI, indicando a rápida e sólida consolidação do conhecimento a nível América Latina.
Mas os benefícios não pararam por aí. Entre especialização de colaboradores e lideranças, oportunidades identificadas para casos de uso e elaboração de protótipos, os principais ganhos observados foram:
- Aceleração da maturidade em IA: A empresa evoluiu de um estágio “Explorador”, com conhecimento limitado e pouca prática, para um nível “Promotor”, onde a IA se tornou parte da estratégia e começou a impulsionar resultados concretos, além de contribuir para a tomada de decisões corporativas.
- Criação de um portfólio de projetos priorizado: Os bootcamps resultaram em um portfólio inicial de casos de uso com potencial de alto impacto, mapeados e validados pelas próprias áreas de negócio.
- Empoderamento e engajamento das equipes: Os colaboradores, especialmente os evangelistas, tornaram-se agentes de transformação, aplicando o conhecimento em suas rotinas e ajudando a disseminar uma mentalidade orientada a dados e à automação inteligente.
- Fundação para a governança: Com o roadmap para o COE, a empresa estabeleceu as bases para escalar o uso da IA de forma segura, ética e alinhada aos objetivos de negócio, mitigando riscos e garantindo a sustentabilidade das iniciativas.
Em suma, o programa entregou conhecimento e domínio prático da tecnologia, mas não se limitou a essa dimensão: com uma jornada personalizada, estratégica e imersiva, desenhada para contemplar a todos e atacar diferentes problemas internos, o AI Squad da multinacional traduziu-se em um motor de inovação autossustentável, preparando a organização para o futuro orientado por IA.
Conclusão
O case desta multinacional de bens duráveis ilustra uma verdade fundamental: a transformação digital impulsionada pela IA é, acima de tudo, uma jornada de capacitação humana. Antes dos processos automatizados e dos resultados numéricos, cultivar conhecimentos e habilidades é o segredo para destravar o verdadeiro potencial de inovação.
A tecnologia é a ferramenta, mas são as pessoas alinhadas, capacitadas e engajadas que geram valor real. Por isso, capacitação corporativa em IA e soluções de educação como o AI Education, apesar de serem pontos frequentemente ignorados no processo de adoção de inteligência artificial, são necessárias para o sucesso a longo prazo.
Ao investir em um programa estratégico de capacitação corporativa em IA, a empresa conseguiu quebrar a inércia, alinhar suas lideranças e equipes e construir as fundações para uma cultura de inovação duradoura. O trabalho com o Distrito foi essencial para fornecer a metodologia e a expertise necessárias para transformar um desafio complexo em uma vantagem competitiva real.
Se a sua empresa também busca desbloquear o potencial da inteligência artificial e transformar sua cultura, conheça o AI Education do Distrito e descubra como podemos construir juntos o seu futuro por meio de uma capacitação em IA corporativa desenhada para seu negócio.

