Exclusivo: fintech Cora recebe US$ 116 M em rodada de investimentos Series B
Artigo atualizado em 24 de agosto de 2021
Tudo está acontecendo muito rápido para a Cora: a fintech foi fundada em 2019 e, nesse mesmo ano, já recebeu um investimento de US$ 10 milhões liderado pela Kaszek Ventures e Ribbit Capital — a maior rodada Seed da América Latina, aliás. Em outubro de 2020, veio o lançamento oficial do seu produto, uma conta digital PJ (pessoa jurídica) completa para pequenos empreendedores e donos de negócio. Poucos meses depois, já neste ano, a startup de finanças anunciou outro aporte, desta vez um Series A de US$ 26 milhões. Além dos dois fundos anteriores, participaram também desta última transação o QED Investors e o Greenoaks Capital.
Eis que, na semana passada, a Cora comunicou um investimento de US$ 116 milhões (cerca de R$ 600 milhões) liderado pelo próprio Greenoaks, com participação de todos os outros fundos anteriores e mais dois novos: o Tiger Global e o Tencent. O aporte, que estava previsto apenas para 2022, foi antecipado pelo Greenoaks, que enxergou na Cora o compromisso de fornecer produtos e serviços nunca antes vistos no mercado. De acordo com Igor Senra, fundador e CEO da fintech: ‘Chegamos para libertar os pequenos negócios dos grandes bancos e suas burocracias. Enfrentamos toda a papelada, demora e falta de apoio das instituições financeiras com um produto simples e acessível. Não queremos só desafiar um sistema que não funciona, queremos oferecer um serviço que faça sentido para deixar a escolha de empreender mais leve’.
A Cora investirá o dinheiro do novo aporte nas áreas de tecnologia, produtos de crédito e operação da empresa. Hoje com 140 mil clientes, o banco digital tem como meta ultrapassar os 380 mil até o fim deste ano. Para alcançar esse número, a Cora aumentou o seu quadro de funcionários em mais de 50%, quase todos sócios por meio do programa de partnership da fintech. Além disso, apostou também na contratação de duas mulheres C-Level: Susana Yamamoto como CFO (Chief Financial Officer) e Mônica Leite como CLO (Chief Legal & Compliance Officer). Conforme explica Senra: ‘A diversidade traz mais experiência e conhecimento’.
Hoje, a Cora oferece um portfólio completo de soluções financeiras para pequenas e médias empresas, que, além da conta digital, ainda inclui cartão de débito Visa, Pix sem taxas e ferramentas de gestão de negócios. No ano passado, a startup recebeu autorização do Banco Central para operar como instituição financeira, sob o código bancário 403.
Com a palavra, Igor Senra:
Que fatores motivaram a antecipação do investimento do fundo Greenoaks Capital na Cora?
O principal fator foi o crescimento acelerado da Cora, com um aumento de resultados muito rápido que impressionou e ultrapassou metas. Por isso, pouquíssimo tempo depois da Series A, a Greenoaks nos procurou para conversar. Foi uma surpresa, pois não esperávamos que essa Series B acontecesse tão rápido. Eles nos disseram que o mais importante agora é que a Cora foque no que realmente importa sem precisar se preocupar com dinheiro.
Com o novo aporte, quais as metas da fintech ainda para este ano?
Nossas principais metas para este ano são potencializar as seguintes áreas:
- Crédito (estender nossa concessão de crédito, com mais carteira e mais produtos)
- Crescimento (intensificar o crescimento)
- Operação (zelar para que o nível de serviço da nossa operação só melhore)
- Produtos (aumentar a prateleira de produtos)
Hoje, estamos com 140 mil clientes e esperamos chegar ao final de 2021 com 380 mil. Com relação ao time, no fim do ano vamos ter 250 pessoas; hoje, somos 168 colaboradores. Para o final de 2022, esperamos ter 500 profissionais trabalhando na Cora.
A conta digital da Cora foi lançada oficialmente há menos de um ano e já conta com 140 mil clientes. Qual o principal fator que levou a startup a crescer tão rápido?
Acredito que três coisas muito fortes potencializaram o crescimento da Cora. A primeira é nossa expertise e profundo conhecimento com o público PME. Desde 2006, com o Moip, trabalhamos nessa vertente de mercado e conseguimos entender as reais demandas desses empreendedores. A Cora nasceu e trabalha insistentemente para dar liberdade para pequenas e médias empresas crescerem, para que não precisem se preocupar com o lado financeiro.
A segunda coisa é que nós cocriamos nossos produtos com os clientes. Isso potencializa a nossa efetividade. Tudo o que fazemos na Cora é para beneficiar e dar mais tempo para o empreendedor focar no seu próprio negócio e, de fato, poder mudar a vida dele com os nossos produtos. O terceiro aspecto é essa tendência mundial de digitalização, que também impacta os bancos e instituições financeiras. A Cora nasceu nesse mercado e já está impactando milhares de pessoas. Queremos ser o principal banco digital para PMEs no Brasil.