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Coronavírus: impacto nos negócios e no mercado de Venture Capital

Coronavírus: impacto nos negócios e no mercado de Venture Capital

26 de março de 2020
20 minutos de leitura
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Artigo atualizado em 26 de março de 2020

A pandemia do coronavírus explicado pela lógica do cisne negro e como isso impacta o mercado de Venture Capital no Brasil.

Nassim Taleb defende que estamos constantemente à mercê de eventos completamente imprevisíveis, que ocasionam resultados altamente impactantes e, que após sua ocorrência, alteram a forma como compreendemos as situações, fazendo com que estes eventos se tornem menos aleatórios e mais explicáveis.

Esta teoria, criada por Taleb, recebeu a denominação de cisne negro. Animal que era considerado como inexistente até ser visto, pela primeira vez, na Austrália, lá atrás no século XVII. 

O sucesso surpreendente do Google foi um cisne negro, assim como o 11 de Setembro, as crises financeiras de 1928 e 2008 e bolha da internet ao final dos anos 90.

O surto de coronavírus tem causado estragos nos mercados financeiros ao redor do mundo, além de ter restringido a movimentação de pessoas e desafiado os sistemas de saúde. Estes acontecimentos  também podem ser classificados como inesperados e que trarão fortes consequências em nossa sociedade. Arrisco dizer que será o “Cisne Negro” que iremos enfrentar esse ano e, quem sabe, nesta década.

 

Impacto do coronavírus no mercado

No Brasil, a bolsa de valores teve dois pregões de pânico, em 10 e 12 de março. No dia 10, fechou com queda de 7,64%, mas chegou a bater desvalorização de 10% durante o dia, fazendo com que fosse acionado o mecanismo de circuit breaker, quando as negociações são paralisadas por meia hora quando a baixa do Ibovespa bate nos 10%.

No dia 12 a situação foi ainda pior, com o mecanismo de circuit breaker sendo acionado duas vezes no mesmo pregão. O mercado chegou a cair quase 20% durante o dia, para fechar com desvalorização de 14%. O câmbio também reagiu, com desvalorização do real diante do dólar. A cotação da moeda norte-americana subiu e, pela primeira vez, ultrapassou a marca dos R$ 5.

Esses movimentos refletem as expectativas dos agentes de mercado para o que vem pela frente. Para conter a onda de pânico e tentar aquecer a economia, os governos de vários países anunciaram medidas. Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (banco central do país) afirmou que iria oferecer mais de US$ 1,5 trilhão em liquidez ao mercado. 

Na Europa, a presidente do BCE (Banco Central Europeu), Christine Lagarde, confirmou que a pandemia terá “grande impacto” na economia da zona do euro. A instituição lançou um programa de empréstimos para pequenas e médias empresas, de forma que os bancos tenham condições de ajudar os negócios afetados pela epidemia a sobreviver até o fim do mês. O objetivo é impedir o desencadeamento de falências, o que teria consequências catastróficas. 

No campo doméstico, o governo já reduziu a projeção de crescimento da economia para este ano, de 2,4% para 2,1% e afirmou que a revisão para baixo estava relacionada aos efeitos do surto de coronavírus na economia mundial. Segundo o Ministério da Economia, pode haver “choques negativos”, como de produtividade, de demanda, de preços de commodities e nas condições financeiras, limitando o crédito.

O impacto no mercado de venture capital no brasil

Apesar do financiamento do mercado de Venture Capital no primeiro trimestre de 2020 ter começado aquecido, com U$$317 milhões sendo investidos por aqui, números bem semelhantes ao primeiro trimestre dos dois últimos anos, o volume investido no ano de 2020 tem sofrido uma desaceleração no mês de março. Do capital investido no ano, apenas US$ 9 milhões, aproximadamente 3%, foram investidos este mês, até agora.

O número de aportes também diminuiu. Ao todo, somente 10 rodadas de investimento foram mapeadas, até o momento, pelo Distrito Dataminer em março. Valor que representa uma queda de aproximadamente 47% em relação a fevereiro de 2020 e ao mesmo mês de 2019. Será que isso já é um reflexo do cisne negro?

A perspectiva, infelizmente, é termos um segundo trimestre de pouca movimentação. Isso certamente irá afetar o volume de investimento no ano e, na nossa opinião, não iremos superar o volume total investido em 2019 (US$ 2.9 bilhões). O que vocês acham?

Startups e empreendedores, apertem os cintos

De acordo com Steve Blank, uma das referências do empreendedorismo no mundo, uma startup é uma organização temporária, projetada para procurar um modelo de negócio que seja repetível e escalável.

Via de regra, como estas empresas não possuem respostas prontas sobre como será a aceitação do produto, quais serão os canais de aquisição de cliente, dentre outras incontáveis questões sobre sua operação, torna-se necessário captar recursos no mercado para viabilizar todos esses testes. 

Assim, as startups já nasceram preparadas para queimar caixa e, sempre após validarem suas hipóteses, voltam a captar recursos para financiar mais 12 (ou 18) meses de testes. Será que isso é sustentável no longo prazo? Ou deveríamos repensar o modelo de capital intensivo durante o desenvolvimento dessas empresas? 

Agora, em decorrência da pandemia do COVID-19, as startups que já utilizaram a maior parte do caixa para desenvolverem e testarem suas soluções, e que ainda não avançaram nas negociações com investidores, devem apertar os cintos e cortar gastos enquanto este momento não passa.

Infelizmente, uma das formas que certamente será utilizada para ajustar o orçamento será o corte de funcionários. Segundo o presidente da XP Investimentos, Guilherme Benchimol, existe possibilidade do desemprego atingir mais de 40 milhões de brasileiros.

Agora, vem a notícia boa para você que está trabalhando diretamente, ou indiretamente, para conter o avanço do vírus: a FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) liberou R$ 30 milhões para financiar startups e pesquisadores que estejam desenvolvendo projetos sobre o coronavírus. Se o projeto for aprovado, cada empreendedor deve receber R$ 1,5 milhão para desenvolver produtos ou serviços.

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O que tem sido feito e falado,  mundo afora?

Softbank 

Existem rumores de que o SoftBank está tentando levantar um fundo de USD 10 bilhões para auxiliar as startups que receberam investimentos através do Vision Fund. Diversas delas já vêm sofrendo os impactos do COVID-19. Um dos exemplos é a Uber, que já sentiu uma queda de 50% em suas ações só no último mês.

GGV Capital 

Jeff Richard, managing Partner da GGV Capital, um dos maiores gestores de Venture Capital no mundo e que já investiu em empresas como Slack, Airbnb, Lime, dentre outras, passou a sua percepção e alguns conselhos para startups para esse momento tão delicado. 

Por sinal, diversos destes conselhos devem ter sido dados pessoalmente para o pessoal do Airbnb. A empresa viu suas reservas cairem em 95% na Ásia, 75% na Europa e 50% nos EUA e tudo indica que companhia irá postergar o IPO que deveria acontecer ainda neste ano.

Sequoia

A Sequoia foi um dos primeiros gestores de Venture Capital a soar o alarme de quão ruim seria o impacto econômico do surto de coronavírus. Alfred Lin, sócio da Sequoia Capital, nesta entrevista, abre o jogo e discute sobre o memorando que a companhia enviou há cerca de duas semanas.

Existem rumores também de que a gestora pretende levantar cerca de US$ 7 bilhões para realizar investimentos em startups nos Estados Unidos e na Ásia. Será que existe apetite dos investidores mesmo nesse momento de turbulência? Vamos acompanhar!

Investidores, sem pânico! mas também…sem muitos investimentos

Do lado dos investidores tradicionais de Venture Capital, a palavra de ordem é auxiliar as companhias que estão no portfólio atual antes de se aventurarem em novas oportunidades. Agora é o momento de utilizar todo o networking e promover a conexão com outros players importantes do mercado ou, até mesmo utilizar toda a experiência para auxiliar no planejamento estratégico e financeiro nesse período. 

O momento também não é muito favorável para a captação por parte dos investidores. Dificilmente veremos os grandes gestores nacionais captarem recursos e aportarem valores milionários nesse momento e, provavelmente, assim será até o início do segundo semestre deste ano. 

Para aprofundar ainda mais na visão de quem conhece sobre o assunto, fizemos três perguntas para a Mônica (Maya Capital) e para o Henrique Ferreira (DGF Investimentos), confira as respostas! Do lado dos investidores tradicionais de Venture Capital, a palavra de ordem é auxiliar as companhias que estão no portfólio atual antes de se aventurarem em novas oportunidades. Agora é o momento de utilizar todo o networking e promover a conexão com outros players importantes do mercado ou, até mesmo utilizar toda a experiência para auxiliar no planejamento estratégico e financeiro nesse período.

O momento também não é muito favorável para a captação por parte dos investidores. Dificilmente veremos os grandes gestores nacionais captarem recursos e aportarem valores milionários nesse momento e, provavelmente, assim será até o início do segundo semestre deste ano.

Para aprofundar ainda mais na visão de quem conhece sobre o assunto, fizemos três perguntas para a Mônica Saggioro, da Maya Capital, e para o Henrique Ferreira, do DGF Investimentos. Confira as respostas na sequência! Para aprofundar ainda mais na visão de quem conhece sobre o assunto, fizemos três perguntas para a Mônica (Maya Capital) e para o Henrique Ferreira (DGF Investimentos), confira as respostas!

O surto de coronavírus tem causado estragos nos mercados financeiros ao redor do mundo, além de ter restringido a movimentação de pessoas e desafiado os sistemas de saúde. Como vocês enxergam esse momento que estamos vivendo? O quanto isso impacta no mercado de Venture Capital aqui no Brasil?

[Monica Saggioro] Este é o típico unknown unknown. Não adianta tentarmos prever o futuro, pois essa é uma situação muito diferente de tudo o que ja vivemos antes. De qualquer forma, esperamos investidores mais receosos, com menos liquidez e mais exigentes com modelos de negócio que tenham um caminho claro de rentabilização e também com valuations mais razoáveis.

[Henrique Ferreira] O DGF enxerga esse desafio global como algo nunca visto antes, podendo ser considerado pior que a crise dos subprimes em 2008. Não é um problema de liquidez financeira, o sistema financeiro mundial e principalmente o Brasileiro, estão sólidos, e os pacotes de suporte do Estado estão sendo anunciados, em montantes jamais vistos. É um momento de muitas incertezas, com o principal desafio de manter as empresas “de pé”, visto que apenas os chamados “serviços essenciais” estão funcionando, e as pessoas estão com medo desse vírus que, além de ainda não ter cura, se espalhou de maneira acelerada ao redor do mundo. Acreditamos que a dispersão do Covid-19 foi a “gota d’água” para o movimento de correção nos preços dos ativos que já esperávamos que ocorresse.

Ao mesmo tempo que é um desafio para muitas empresas, principalmente as que não estão capitalizadas e sem um plano de contingência claro, também pode ser a oportunidade para alguns setores, como o de saúde (telemedicina), supply chain e cloud infrastructure. No mercado de VC no Brasil, é esperada uma correção dos múltiplos de valuation no curto prazo, além de uma redução na oferta de capital, maior foco dos investidores em empresas com modelos de negócio mais sustentáveis, capazes de se equilibrar ou gerar caixa num intervalo de curto/médio prazo, em detrimento de crescimento a todo custo. Além disso, o processo de captação será muito afetado, com muitas empresas que estavam em processo de fundraising provavelmente irão finalizar o processo em um intervalo mais longo, caso consigam passar por essa crise. Muitas das previsões econômicas mostram uma queda profunda no 2ºT de 2020 e logo após uma recuperação, mas não se escapará de uma recessão mundial neste ano.

Várias startups também estão sofrendo em decorrência da pandemia do COVID-19, principalmente aquelas que foram mais descuidadas com o caixa ou que não conseguiram captar recursos no mercado antes da proliferação do vírus. Que tipo de startups vocês acham que estão mais ou menos sensíveis a esse momento? Como elas estão representadas no portfólio de vocês?

[Monica Saggioro] Investimos em negócios que estão resolvendo os grandes problemas na América Latina, e esses problemas continuarão existindo após a normalização da pandemia. Passaremos por momentos difíceis que afetam todos os negócios, salvo algumas exceções, mas nós estamos alinhadas com nosso portfólio no longo prazo então esperamos poder voltar a atividades normais em breve.

[Henrique Ferreira] Dado o contexto da crise, a economia como um todo é altamente impactada. Já é consenso o cenário de recessão da economia global para 2020, com algumas casas estimando uma contração da economia americana de cerca de 20% para o primeiro semestre. No entanto, alguns setores conseguem prevalecer, como o setor varejo de alimentação, e alguns possuem claras oportunidades de ascensão, como o setor de saúde com a regulamentação da telemedicina, por exemplo. No geral, modelos capital eficiente tendem a ser mais resilientes em momentos como esse, como o de SaaS (Software as a Service), o qual é um dos pilares da tese de investimentos do DGF. Em nosso portfólio, assim como na economia, algumas empresas são mais suscetíveis à crise, visto que, em termos de setores da economia, nossa tese de investimentos é agnóstica, e possuímos investimentos em empresas de tecnologia para os mais diversos setores da economia.

No curto prazo, apesar de ainda termos pouca visibilidade do impacto que a crise irá causar, estamos percebendo que alguns setores estão sendo mais impactados, como o de eventos, turismo e mobilidade. Porém, outros estão sendo menos impactados ou até beneficiados, como o de cloud infrastructure, cybersecurity, saúde, ferramentas colaborativas, MDM (mobile device management) e ferramentas de conciliação de meios de pagamentos.

Estamos percebendo que alguns gestores, tanto nacionais quanto internacionais, têm se movimentado para auxiliar o seu portfólio de investimento. Seja promovendo a conexão com outros players do mercado, como até mesmo captando mais recursos que serão destinados para auxiliar as investidas. Vocês tem planejando algum tipo de ação específico? Quais são as estratégias para os próximos meses?

[Monica Saggioro] Em geral apoiamos nossas investidas quanto possível (que acaba sendo bastante). Então passamos as últimas semanas fazendo calls individuais com as empresas do portfólio para reforçar a importância de priorizar caixa agora. Entramos no detalhe dos planos de contingência e, em paralelo, continuamos suportando os negócios com intros para potenciais clientes que possam ajudar em vendas.

[Henrique Ferreira] Além das discussões nas reuniões de conselho com uma frequência maior do que em um período normal, estamos dando todo o suporte necessário, de maneira bem próxima e ativa, para que nossas investidas consigam contornar a crise, principalmente no direcionamento financeiro e estratégico, através de planos de contingência, modelos para equilíbrio financeiro e preservação de caixa, suporte jurídico, entre outros. Além disso, o DGF mantém em seu fundos mais recentes recursos em caixa e contato constante com sua rede de investidores e fundos, tanto nacionais quanto internacionais, para eventual demanda por nova captação pelas investidas. Nossa tese de gestão ativa do portfólio nos permite tratar essas questões com dinamicidade, para que as decisões possam ser tomadas da maneira mais rápida possível, a fim de preservar a saúde financeira da empresa e o bem-estar de seus colaboradores.

Voltando um pouco no tempo

Mais de 110 países pelo mundo já registraram casos de coronavírus. Um dos dados mais preocupantes é que metade deles notificaram o primeiro caso em março de 2020, o que mostra que a pandemia ainda está se alastrando em ritmo acelerado. Além da evidente questão da saúde pública, isso tem impacto direto na economia.

Em muitos lugares escolas e universidades suspenderam aulas, trabalhadores foram liberados para fazer home office, viagens e eventos foram cancelados e, especialmente na Itália, bares, restaurantes e o comércio foram fechados. Além disso, algumas empresas já reveem os investimentos para este ano.

Bolsa de valores e os pregões

Diante desse cenário, os mercados financeiros reagiram com fortes quedas. No Brasil, a bolsa de valores desabou e, em 12 de março, encerrou o pregão com 72 mil pontos, uma desvalorização de 40% em relação à pontuação máxima de aproximadamente 120 mil pontos que havia sido alcançada em janeiro de 2020.

Esses movimentos que estão acontecendo na bolsa refletem as expectativas dos agentes de mercado para o que vem pela frente. Para conter a onda de pânico e tentar aquecer a economia, os governos de vários países anunciaram medidas. Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (banco central do país) afirmou que iria oferecer mais de US$ 1,5 trilhão em liquidez ao mercado. 

Na Europa, a presidente do BCE (Banco Central Europeu), Christine Lagarde, confirmou que a pandemia terá “grande impacto” na economia da zona do euro. A instituição lançou um programa de empréstimos para pequenas e médias empresas, de forma que os bancos tenham condições de ajudar os negócios afetados pela epidemia a sobreviver até o fim do mês. O objetivo é impedir o desencadeamento de falências, o que teria consequências catastróficas. 

No campo doméstico, o governo já reduziu a projeção de crescimento da economia para este ano, de 2,4% para 2,1% e afirmou que a revisão para baixo estava relacionada aos efeitos do surto de coronavírus na economia mundial. Segundo o Ministério da Economia, pode haver “choques negativos”, como de produtividade, de demanda, de preços de commodities e nas condições financeiras, limitando o crédito.

Eventos de inovação cancelados

Segundo levantamento da Bloomberg publicado em 10 de março, mais de 50 eventos corporativos haviam sido cancelados só nos Estados Unidos em decorrência do avanço do surto. O ecossistema de inovação não está imune ao vírus e também teve eventos suspensos ou cancelados, para evitar aglomerações que possam ajudar a espalhar a epidemia. 

Veja a seguir alguns dos principais eventos do setor que foram cancelados ou suspensos e o impacto do coronavírus na inovação.

SXSW

O festival de cultura e tecnologia SXSW, também conhecido como South by Southwest, foi cancelado devido ao avanço do coronavírus. O evento anual aconteceria entre os dias 13 e 22 de março em Austin, no Texas. O SXSW é realizado todo ano desde 1987 e é um dos principais eventos no cenário de música e cultura alternativo e também na indústria de inovação e tecnologia.

F8

O F8 é uma conferência anual que o Facebook promove na Califórnia, voltada para desenvolvedores. Neste ano, estava marcada para os dias 5 e 6 de maio, no McEnroe Convention Center, na cidade de São José. A empresa programava apresentar novidades sobre as suas plataformas, mas, no dia 27 de fevereiro, anunciou que havia decidido cancelar o evento devido à preocupação com a disseminação do coronavírus.

Congresso Mundial de Mobilidade

O Mobile World Congress, maior evento de smartphones e tecnologias em fio do mundo, foi cancelado no dia 11 de março devido à epidemia. É a primeira vez em 33 anos que os organizadores cancelam o evento, que atrai cerca de 100 mil pessoas e quase 3 mil expositores de vários países. O congresso deveria ocorrer em Barcelona, entre os dias 24 e 27 deste mês.

Women Will

O Google cancelou o Women Will, que seria realizado no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, em 13 de março. A empresa esperava um público de 10 mil pessoas para o evento, que tinha como objetivo treinar mulheres a desenvolver habilidades de empreendedorismo e oferecia uma agenda voltada para ferramentas digitais, negociação, técnicas de vendas e liderança feminina.

Importância da tecnologia no combate à pandemia do coronavírus

A tecnologia e a inovação também podem colaborar no combate à epidemia e as empresas do setor já anunciaram diversas medidas para isso.

O Google, por exemplo, liberou o acesso gratuitamente à categoria avançada das videoconferências do Hangouts Meet para todos os clientes do G Suite e G Suite Education até 1º de julho de 2020. A companhia também está trabalhando para dar suporte a mais transmissões ao vivo e públicas no YouTube.

Na China, grandes empresas do país colocaram capital, equipamentos e soluções à disposição das autoridades. A Baidu estabeleceu um fundo de R$ 180 milhões para pesquisa e desenvolvimento de cura do coronavírus, bem como para medidas de prevenção a longo prazo para possíveis novas epidemias. A gigante da internet chinesa também disponibiliza aos pesquisadores soluções de análise de dados e inteligência artificial.

Já a Meituan Dianping, principal empresa de delivery do país, abriu um fundo de mais de R$ 120 milhões dedicado a auxiliar as equipes médicas de zonas mais afetadas pelo vírus, especialmente a cidade de Wuhan.

Outra iniciativa interessante veio da divisão de saúde da Alibaba, que abriu, gratuitamente, os serviços de telemedicina para residentes de Hubei. Por meio de seus canais de comunicação, a gigante do e-commerce está encorajando pessoas que apresentarem quaisquer sintomas de doenças a realizarem um atendimento remoto, visando identificar casos de contaminação do vírus o quanto antes.

Assim, podemos ver que o impacto do coronavírus nos negócios é grande, levando a cancelamentos de eventos e a revisões para baixo em relação ao crescimento do PIB. Por outro lado, também notamos todo o potencial que o setor de tecnologia e a inovação têm para ajudar no combate à disseminação da doença e na busca pela descoberta da cura.

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