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Fintechs: o que são e como impactam o mercado financeiro

Fintechs: o que são e como impactam o mercado financeiro

16 de março de 2024
9 minutos de leitura
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Artigo atualizado em 16 de março de 2024

De modo resumido, o termo “fintech” se origina do inglês financial technology, ou seja, tecnologia financeira. Refere-se a startups — empresas jovens de base tecnológica — que trazem inovações para os serviços oferecidos no mercado financeiro. Com certeza você já ouviu falar do Nubank, por exemplo. 

Com um sistema financeiro burocrático, o Brasil se tornou terreno fértil para fintechs que ocupam as lacunas deixadas pelos grandes bancos, permitindo que os consumidores assumam o controle da sua vida financeira por meio de soluções inovadoras.

Confira o que vamos abordar neste artigo:

  • O que é fintech?
  • Como surgiu o termo e qual é a primeira fintech do mundo?
  • Como as fintechs cresceram tanto?
  • Investimentos em fintechs
  • Quais são as principais fintechs brasileiras?
  • O que é o fenômeno de “fintechização” das empresas?
  • Conclusão

O que são fintechs?

Como dito na introdução do artigo, as fintechs são empresas que fornecem serviços financeiros por meio do uso da tecnologia.

Isto é, negócios que oferecem as mesmas soluções que as instituições financeiras tradicionais (bancos, corretoras, seguradoras, gestoras de fundos, casas de câmbio), mas que possuem a inovação tecnológica na base das suas operações.

Além disso, como a estrutura de distribuição de serviços das fintechs é digital, a maioria delas não possui grandes gastos com infraestruturas físicas, como as agências tradicionais dos bancos, por exemplo. Por esse motivo, elas podem oferecer produtos mais baratos ou até gratuitos, como cartões de crédito sem anuidade ou contas digitais grátis.

Leia também: O que é inovação, qual a importância e como fazer?

Como surgiu o termo e qual é a primeira fintech? 

O termo “fintech” surgiu nos anos 80, quando o jornalista Peter Knight, do The Sunday Times, combinou as palavras financial e technology para nomear uma coluna sobre negócios. Na época, ele usava o termo para se referir às operações administrativas dos bancos tradicionais.

Foi só nos anos 2000 que as fintechs, como as conhecemos hoje, começaram a aparecer. Nessa época, a popularização da internet facilitou a criação, o teste e a divulgação de novos serviços através dos meios digitais.

Fundado em 1998 na Califórnia, o PayPal é considerado a primeira fintech do mundo.

Como as fintechs cresceram tanto?

A ascensão das fintechs foi impulsionada por vários fatores, como a evolução histórica e a demanda por serviços mais completos. A falência do Lehman Brothers em 2008, a maior da história dos EUA, também foi um marco, causando uma desordem financeira global e abrindo espaço para novas soluções no mercado.

Nos últimos dez anos, as fintechs chamaram a atenção dos investidores de risco e atraíram cada vez mais capital. Algumas cresceram tanto que se tornaram concorrentes de grandes bancos tradicionais. Outras foram adquiridas por esses mesmos bancos, que logo perceberam o potencial dessas startups.

Com a chegada do Open Banking, o setor financeiro também se abriu para novas oportunidades. O compartilhamento de dados permitiu que instituições — tradicionais ou não — oferecessem mais liberdade e educação financeira para seus clientes.

Assim, as fintechs conquistaram rapidamente o público ao oferecer serviços acessíveis, com custos reduzidos e sem a burocracia dos bancos tradicionais. No mundo, existem aproximadamente 30 mil fintechs, segundo dados da Statista de maio de 2024.

Investimentos em fintechs

Por conta da sua alta capacidade de gerar valor, os serviços oferecidos pelas fintechs são muito populares. Por conseguinte, quando o assunto é Venture Capital (investimentos em startups), essas empresas são protagonistas.

Em 2021, as fintechs da América Latina receberam um volume inédito de U$ 5.7 bilhões, segundo relatório do Distrito. Isso ocorreu devido à necessidade de digitalização dos serviços, impulsionada pelo distanciamento social provocado pela COVID-19.

Para exemplificar, dos 21 unicórnios (startups que atingiram U$ 1 bilhão em valor de mercado) que existiam no Brasil no final de 2021, seis eram fintechs: Nubank, Creditas, Ebanx, Cloudwalk, Mercado Bitcoin e C6 Bank.

Nos anos seguintes, as fintechs continuaram liderando esse cenário. Em 2024, o volume captado durante o primeiro semestre atingiu U$ 800 milhões na região. Atualmente, existem 2.712 dessas empresas na América Latina, segundo o Fintech Report 2024 do Distrito.

Leia também: O que é Venture Capital (VC)? Conheça esse tipo de investimento

Quais são as principais fintechs brasileiras?

Neste momento, você deve estar curioso para conhecer algumas fintechs. Diante disso, criamos uma lista com as 10 maiores fintechs do Brasil!

Para selecionar as startups, utilizamos um algoritmo de pontuação próprio que usa critérios específicos para classificar o nível de maturidade das startups. O produto está disponível para os assinantes da nossa plataforma. Conheça os planos com a ferramenta Busca de Startups!

1. Nubank

Principal fintech do Brasil, o Nubank foi fundado em 2014 com um cartão de crédito sem anuidade e cobrando taxas menores do que a média do mercado.

Em julho de 2024, ele ultrapassou o Paypal em valor de mercado, atingindo U$ 62,9 bilhões e se tornando a fintech “mais valiosa” do mundo.

2. PagSeguro

A fintech, fundada em 2006, atende médias, pequenas empresas e microempreendedores por meio de soluções financeiras como conta digital sem tarifa, sistemas antifraude e ferramentas de gestão de negócios.

Em 2021, o PagSeguro adquiriu 2,9 milhões de clientes em um único trimestre, tornando-se a empresa de pagamentos com o maior número de clientes do Brasil.

3. Creditas

A Creditas foi criada em 2012 e se tornou a maior plataforma online de crédito com garantia do Brasil, tendo recebido 9,8 milhões de solicitações de empréstimos pessoais até hoje.

4. Pismo

A Pismo é uma empresa de tecnologia fundada em 2016, especializada em plataformas de processamento de pagamentos e serviços bancários. Com soluções escaláveis e personalizadas, a empresa atende mais de 1.000 clientes globalmente, facilitando transações e oferecendo serviços financeiros integrados.

5. Ebanx

O Ebanx surgiu em 2012 como uma fintech de pagamentos global para auxiliar grandes empresas como AliExpress, Airbnb e Spotify a vender os seus serviços no Brasil.

6. Mercado Bitcoin

Fundado em 2023, o Mercado Bitcoin é considerado a maior corretora de ativos digitais do Brasil e primeiro unicórnio de criptomoedas da América Latina, com mais de 3 milhões de clientes no Brasil e no mundo.

7. Cloudwalk

A CloudWalk resolve o problema de gestão de pagamentos para empresas de diferentes setores. Ou seja, oferece soluções completas de pagamento, como plataforma de pagamentos digital, máquinas de cartão, integração com sistemas de gestão, pagamentos online e por QR Code, pagamentos de consultas e mensalidades.

Ademais, ela oferece serviços de consultoria para ajudar empresas a gerenciar suas soluções de pagamento.

8. Stone

A Stone é uma fintech de 2012, especializada em soluções de pagamentos como maquininhas, links de pagamento, Pix, boletos e contas digitais. Atendendo mais de 1,5 milhão de clientes, a empresa se destaca por sua inovação e suporte ao mercado de adquirência no Brasil.

9. Omie

A Omie oferece uma plataforma de gestão empresarial em nuvem, focada em pequenas e médias empresas. Suas soluções incluem gestão financeira, controle de estoque, automação de processos e CRM integrado, otimizando operações e facilitando a tomada de decisões para PMEs.

10. GetNet

De 2003, a Getnet oferece soluções de pagamentos para diversos tamanhos de empreendedores, contribuindo para o crescimento e a prosperidade de negócios.

Faz parte da PagoNxt, uma empresa global de soluções de pagamentos do Grupo Santander, sendo uma das três maiores empresas de pagamentos da América Latina em termos de base de clientes e faturamento.

Leia também: Conheça as 100 maiores fintechs brasileiras do mercado.

O que é a “fintechização” das empresas?

Por acaso, você já foi abordado por um vendedor em uma loja de departamento, oferecendo para você fazer o cartão da loja?

Então, nem toda empresa que oferece serviços financeiros é um banco ou uma fintech! Hoje, grandes varejistas, por exemplo, oferecem cartões de crédito, contas correntes, seguros e carteiras digitais.

Esses produtos financeiros estão “embutidos” em empresas que não atuam originalmente no setor financeiro, prática conhecida como embedded finance (finanças embutidas).

Essa tendência, no entanto, não se limita ao varejo. Na última década, a digitalização permitiu que qualquer empresa pudesse adicionar produtos financeiros ao seu portfólio. Grandes nomes da tecnologia, como Google e Apple, adotaram carteiras digitais com o Google Pay e Apple Pay.

No Brasil, desde 2013, o Banco Central, por meio da Lei 12.865/13, permitiu a criação de fintechs que oferecem infraestrutura de pagamentos e plataformas de banking as a service (banco como serviço).

Portanto, elas utilizam APIs a fim de integrar seus serviços aos sites e aplicativos de outras empresas. As APIs funcionam como pontes digitais que conectam diferentes programas e facilitam a troca de informações. Um exemplo é o uso da API do Facebook para login rápido em e-commerces, ou a do Google Maps para inserir mapas em sites.

O embedded finance ganhou força no Brasil em 2018, quando o Banco Central eliminou a necessidade de autorização prévia para uma instituição de pagamento começar a operar no país.

Conclusão

Por fim, pode-se afirmar que o mercado de fintechs está em constante crescimento e inovação. Para empresas que desejam se destacar nesse cenário, o Distrito oferece uma plataforma com mais de 38 mil startups – incluindo fintechs – da América Latina, além de relatórios personalizados para apoiar decisões estratégicas com dados de mercado e benchmarks de concorrência.

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