Gestão de pessoas em 2024: o que líderes da área de produtos têm a dizer?
Artigo atualizado em 7 de março de 2024
Uma pesquisa realizada pela BossaBox com 50 especialistas e líderes de produtos constatou que uma boa gestão de pessoas vai desde redução do ciclo de entregas até apresentar respostas ágeis frente aos desafios contemporâneos. Leia mais abaixo.
É consenso: o ano de 2023 não foi fácil para o mercado. O aumento da taxa de juros associado a outros fatores macroeconômicos, trouxe consigo diversos down rounds (quando uma empresa capta uma nova rodada com um valuation menor que a rodada anterior), cautela por parte dos investidores e escassez de capital.
Essas dificuldades macroeconômicas, somadas ao boom de novas tecnologias, como a inteligência artificial (IA), demandou que as empresas se adaptassem em tempo recorde para oferecer soluções eficientes para o cliente final.
Um cenário tão desafiador exigiu que os líderes de produtos compreendessem que há mudanças que podem moldar o futuro da gestão de pessoas na área de produtos.
Para entender um pouco mais sobre os desafios e tendências que a pairam sobre a área de produtos, a BossaBox, startup que aloca e gere profissionais de tecnologia para empresas e scale-ups, ouviu 50 líderes de produtos e reuniu insights valiosos. Confira abaixo!
1. A área de produtos precisa se voltar para negócios
Em primeiro lugar, é necessário entender que, até 2021 e meados de 2022, as empresas tinham uma disponibilidade enorme de capital. A saber, só em 2021, as startups latino-americanas captaram mais de US$ 17,1 bilhões. Para se ter uma ideia, esse valor é mais alto que o Produto Interno Bruto (PIB) de 74 países.
Porém, em 2023, as coisas esfriaram. De acordo com dados do Distrito, startups latino-americanas captaram pouco mais de US$ 3,1 bilhões em 2023.
Essa queda do mercado fez com que as empresas trocassem sua prioridade, que antes estava em crescer a qualquer custo, para a sustentabilidade financeira. Como resultado, as áreas de produtos tiveram que se adaptar para atender à essas novas demandas.
Anteriormente, as áreas de produtos eram consideradas como equipes para gestão de projetos. Agora, elas são cobradas como parceiras para a estratégia do negócio.
De acordo com João Zanocelo, Co-fundador e Head de Produto e Marketing da BossaBox, “sempre deveria ter sido assim, mas na prática não era o que acontecia. Até hoje, algumas organizações de Produto ainda estão aprendendo a realizar essa transição, mas finalmente estamos vendo o cenário mudar”, enfatiza.
Por isso, o foco agora é mais voltado para os resultados e diminuição de riscos do que para a entrega.
Com isso em mente, as áreas de produtos devem se voltar mais para negócios e fazer uma gestão de pessoas baseada no planejamento, priorização e gestão de expectativas.
No planejamento, é essencial utilizar as necessidades do negócio como premissa. Por sua vez, é necessário priorizar abordagens mais racionais e que diminuam os impactos financeiros. Por fim, é preciso ainda lidar com as expectativas da alta liderança, o que demanda mais senso crítico e a cobrança por resultados.
2. Ciclos de entrega precisam ser menores
Conforme apresentado anteriormente, antes da crise econômica que pairou sobre o mundo, as empresas tinham mais recursos. Por sua vez, a área de produtos tinha mais tempo e disponibilidade para testar e descobrir novas formas de aperfeiçoar a entrega.
Agora, com a escassez orçamentária, aumenta a pressão por resultados rápidos, que, por consequência, demanda uma reestruturação dos ciclos de entrega.
Assim, líderes das áreas de produto estão adotando estratégias como a redução no escopo e nos métodos aplicados ao discovery para acelerar o processo.
3. A importância de diferentes estruturas organizacionais
A diminuição nos ciclos de entregas mudou também a composição dos times das áreas de produtos. Assim, ainda no início de 2024, os times ficaram mais enxutos, horizontais e elásticos.
Por um lado, a onda de layoffs que atingiu o mercado tech no começo do ano também afetou as áreas de produtos. Por outro lado, isso diminuiu a quantidade de camadas nos times, aumentando a eficácia da comunicação e da tomada de decisão.
“Tivemos várias áreas que reduziram pela metade mas que continuam produzindo o mesmo resultado, sem que as pessoas trabalhem mais. Quando o foco era crescimento todos faziam várias coisas, agora fazemos menos coisas mas as mais certas.”, destaca Francielle Rodrigues, GPM da Blip para estudo da BossaBox.
Isso também aumentou a flexibilidade das organizações. Por sua vez, organizações mais flexíveis são capazes de lidar melhor com desafios repentinos.
Por fim, é importante destacaro e declínio. Apesar dos desafios, essas mudanças impulsionam o setor e os profissionais de produt que o mercado de tecnologia, como outros, experimenta ciclos frequentes e intensos de crescimentos a evoluir, adquirindo maior maturidade, resiliência e importância no que realmente agrega valor às empresas.