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Guiabolso: como a fintech está se preparando para o Open Banking

Guiabolso: como a fintech está se preparando para o Open Banking

30 de dezembro de 2020
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Artigo atualizado em 30 de dezembro de 2020

No Brasil, as startups que trabalham dentro da categoria de Open Banking são definidas como fintechs provedoras de base tecnológica para outras empresas e instituições financeiras. 

Atualmente, segundo o Distrito Dataminer, existem mais de 40 delas em atuação no país. A subcategoria de Melhorias de Processos representa 27,5%; a de Open Banking as a Service, 25%; e a de Oferta de Melhores Produtos Bancários, 22,5%. Em 2017, houve um pico de aportes em empresas relacionadas a esse ecossistema.

Já em 2020, elas receberam US$ 44,1 milhões em investimentos, tendo o Guiabolso e a Rebel levado as maiores captações. De lá para cá, essas fintechs levantaram ao todo mais de US$ 125 milhões por meio de 32 rodadas de investimento.

Gráfico que apresenta o volume de investimentos em fintechs de categoria Open Banking

O Banco Central pretende implantar o Open Banking no Brasil em quatro fases. A primeira delas estava prevista para novembro, mas atrasou e foi adiada para o início de fevereiro. A fase final será no dia 15 de dezembro de 2021. Até lá, as grandes instituições e fintechs do setor deverão se adaptar às novas regras para garantir a aplicação e segurança do novo sistema.

Entrevista exclusiva com o CEO do Guiabolso

Em entrevista exclusiva ao estudo mensal Inside Fintech do Distrito, Thiago Alvarez, fundador e CEO do Guiabolso, contou como a startup está se preparando para o open banking e quais são os planos futuros.

Como funciona o Guiabolso Connect? O sistema já atua no modelo de Open Banking?

O Guiabolso Connect é uma solução B2B desenvolvida pelo Guiabolso como uma forma simples para que empresas possam ter dados bancários de seus clientes mediante consentimento. Com isso, as empresas conseguem acessar informações de conta corrente, cartão de crédito e investimentos de seus clientes em diversas instituições financeiras no Brasil a partir de uma única integração com o Guiabolso.

As empresas podem consumir as informações em formato bruto de transações, em formato trabalhado de variáveis ou já modeladas em score de crédito. Com isso, o serviço pode ser utilizado para diversos casos, sendo alguns o de onboarding de clientes, avaliação de risco para concessão de crédito ou comprovação de renda. O modelo antecipa parte dos benefícios do Open Banking para o empoderamento do usuário em relação à portabilidade de seus dados financeiros. 

A diferença é que o Guiabolso Connect utiliza tecnologia proprietária para o acesso às informações. Com o Open Banking, as instituições financeiras fornecerão uma API (Application Programming Interface) para que possamos extrair os dados bancários. O Guiabolso Connect ainda será uma alternativa interessante para instituições que não desejam se integrar com cada outra instituição e apenas centralizar em uma integração única com o Guiabolso, podendo ainda usufruir de toda a nossa inteligência desenvolvida nos seis anos do Guiabolso de antecipação de Open Banking.

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Você acredita que o Pix e o open banking irão ajudar a reduzir o número de desbancarizados no Brasil? Por quê?

Provavelmente sim, principalmente o PIX, pois ele irá reduzir drasticamente o custo das transações financeiras para o usuário final. Vai ficar mais barato fazer uma transação financeira utilizando um banco, o que provavelmente ampliará o seu uso. Além disso, o PIX facilitou o fluxo e velocidade das transações financeiras, permitindo que qualquer instituição financeira ou de pagamento (pequena ou grande) pudesse criar soluções competitivas de pagamento. Com isso, surgirão cada vez mais opções disponíveis para os brasileiros. Para finalizar, um dos objetivos do PIX é digitalizar ainda mais as transações financeiras no Brasil ao torná-las mais baratas e fáceis e, com isso, substituir gradualmente as transações feitas ainda com dinheiro papel moeda. Logo mais brasileiros vão se bancarizar.

O Brasil tem dezenas de milhões de inadimplentes. Como o Guiabolso pode ajudar o brasileiro a organizar melhor suas contas?

O Guiabolso é uma boa opção para essa parte da população. O Guiabolso para o usuário hoje é formado por três pilares: curadoria de produtos, transação e pagamento e gestão financeira. Ou seja, com o Guiabolso, a pessoa tem toda a sua vida financeira na palma da mão.

Com isso, além de contratar produtos para ajudá-la no momento atual, com o Guiabolso o usuário consegue ter o controle das suas finanças de maneira automatizada e simples, o que acaba quebrando algumas barreiras que são comuns. Por exemplo: disciplina para anotar e acompanhar os seus gastos, saber realmente quanto ganha ou quanto gasta e por aí vai. Vemos que as pessoas que começam a usar o Guiabolso têm melhoras expressivas na sua vida financeira. Um exemplo é que 60% dos usuários que começam a usar a nossa plataforma têm uma melhora no seu score após três meses.

Como foi a primeira rodada de investimentos do Guiabolso?

Em meados de 2012, com o projeto do Guiabolso em mãos, eu e meu sócio, Benjamin Gleason, batemos de porta em porta em busca do investimento inicial. Recebemos mais de 60 respostas negativas, mas não desistimos. A primeira rodada de investimento foi liderada pela e.Bricks, que aportou R$ 1 milhão, e contou também com o fundo de investimento americano Valor Capital. Assim, fortalecemos o contato com investidores institucionais. Desde então, o Guiabolso já conseguiu captar mais de US$ 80 milhões em cinco rodadas de investimentos e já impactou a vida de mais 6 milhões de pessoas que conectaram a sua conta no aplicativo – e agora também tem em