O que a RTM busca no ecossistema de startups?
Artigo atualizado em 16 de fevereiro de 2021
O termo “Open Innovation” (ou inovação aberta, em português) foi criado, em 2003, pelo professor de Harvard, Henry Chesbrough, e, na época, esta era uma expressão ainda pouco difundida e conhecida no mercado. Hoje, o número de pesquisas sobre este conceito no Google já passa da casa do bilhão e a tendência é que aumente cada vez mais.
Resumidamente, a inovação aberta nada mais é que a abertura de empresas para a colaboração de agentes externos, como startups, clientes ou fornecedores, ou internos, em novas ideias e projetos para tornar processos ainda mais produtivos.
Mas por que este modelo de inovação vem crescendo tanto dentro das corporações?
Se antes as empresas ainda tinham um certo receio de envolver pessoas de fora em seus processos produtivos, hoje o mercado já amadureceu bastante esta ideia e está disposto a buscar cada vez mais startups e empreendedores para gerar valor aos negócios.
Uma prova disso foi o número de investimentos realizados em fintechs brasileiras nos primeiros trimestres de 2020, que chegou em US$ 939 milhões, segundo o report Inside Fintech do Distrito.
Essa interação entre grandes corporações e startups se tornou natural e é capaz de trazer muitos benefícios para ambos, conseguindo solucionar problemas ou dores de forma muito mais rápida, barata e eficiente.
O time-to-market, ou seja, do tempo entre o desenvolvimento e comercialização de um produto ou serviço, tende a diminuir muito neste processo, sendo um forte atrativo em grandes empresas.
Além disso, a prática da inovação aberta também influencia de forma positiva a cultura interna dos colaboradores destes lugares, pois as startups estão mais acostumadas a trabalharem com velocidade nas respostas e interações e a terem visões diferentes para tornar processos mais eficazes.
A inovação aberta na RTM
Muita gente não sabe, mas a RTM – Rede de Telecomunicações para o mercado nasceu de um método muito parecido de inovação pelo qual os empreendedores, especialmente startups, passam.
Tudo começou com uma pesquisa de dores do mercado e, em 1997, a principal delas era relacionada às dificuldades em ter uma tecnologia de comunicação que suportasse as necessidades e os requisitos de segurança do setor financeiro. Nesta época, a internet ainda engatinhava e estava longe de ter a abrangência que tem hoje.
A conectividade entre instituições e provedores e órgãos regulatórios, como Sisbacen, ANBIMA (antes ANDIMA), Bolsa B3 etc., era muito deficiente e difícil, especialmente para empresas menores.
Diante deste cenário, a RTM foi criada para montar uma rede privada que facilitaria esta comunicação, assumindo também a gestão e o monitoramento desta estrutura, sempre seguindo os pilares do setor, que são segurança, agilidade, confiabilidade. Desta forma, as instituições puderam voltar a focar no seu core business, deixando questões de infraestrutura com a RTM.
Naquele momento, não se falava no termo startup, mas o modelo de criação do negócio – partindo da premissa de atender uma dor do mercado – foi basicamente o mesmo. Atualmente, a RTM já é uma empresa consolidada no mercado, mas continua buscando estar neste ambiente de transformação, apoiando o empreendedorismo e disseminando inovações para outras instituições do setor financeiro.
Uma das principais formas que a RTM encontrou de estimular a inovação aberta foi através do programa Conecta, que tem como objetivo proporcionar a troca de informações e experiências e o desenvolvimento de soluções aplicáveis.
Segundo a diretora Comercial e de Produtos da RTM, Adriane Rêgo, em live promovida pela Darwin Startups, ainda hoje, poucas instituições do mercado – principalmente as pequenas – possuem um setor de inovação interno. “Como já temos este DNA de inovação, faz todo o sentido centralizarmos o que vemos de transformação no mercado e sermos um grande replicador”, afirmou.
Por meio do Conecta, a RTM realiza diversos fóruns de conhecimento presenciais e online trazendo especialistas para comentarem as principais tendências e seus possíveis impactos no mercado. São lives, comitês, eventos e um podcast com o objetivo de estimular o pensamento inovador e propagar novas ideias.
Além disso, a Rede é uma das parceiras corporativas do programa Darwin Startups, participando da aceleração e apresentação de diversas startups ao mercado, é associada ACATE – Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia, estimulando o relacionamento entre empresas, e uma das mantenedoras do Distrito, hub de inovação.
Aprendizados do processo de inovação aberta
Para Adriane Rêgo, a convivência com startups e a interação constante com empreendedores, universidades e espaços de aceleração acaba por promover uma nova forma de olhar aos problemas e processos de uma empresa.
“É uma relação de troca constante. Aprendemos muito com o empreendedor, que nos lembra a época em que criamos a empresa. A RTM atua no setor financeiro, um nicho muito rígido em que não é possível errar. Já as startups partem da premissa que você deve errar para melhorar. Isto representa visões quase antagônicas, porém essa diversidade é muito importante para uma mudança de mindset”, ressaltou Rêgo.
Por meio da inovação aberta, a RTM conseguiu ser um grande agente da transformação, levando informação ao mercado, apresentando startups que possuem sinergia com alguns clientes e investindo em algumas delas, para atender importantes necessidades do setor.
“É bom para todo mundo. É bom para a RTM porque ela está cumprindo seu objetivo de prestar mais serviços à comunidade financeira, bom para as startups porque elas crescem e bom para as instituições financeiras, que têm acesso a um serviço de qualidade”, conclui Rêgo.