Pular para o conteúdo
VoltarVoltar
Investimentos em healthtechs no Brasil e no mundo

Investimentos em healthtechs no Brasil e no mundo

20 de maio de 2020
7 minutos de leitura
time

Artigo atualizado em 20 de maio de 2020

Quando analisamos os investimentos realizados em healthtechs pelo mundo percebemos que a inovação em saúde é robusta e tem chamado a atenção de investidores ao redor de todo o mundo. 

Tanto é que em 2019 o financiamento a startups que no setor de saúde continuaram elevados. Ao todo, US$ 13.7 bilhões foram investidos nas healthtechs por meio de 727 aportes de capital. Isso fez com que 2019 se tornasse o segundo ano de maior financiamento da história.

Apesar do volume de financiamento ter sido quase 7% inferior a 2018, isso não necessariamente significa que o mercado desacelerou.

Só para se ter ideia, apenas nesta última década, cerca de 4.300 startups foram financiadas e os volumes de investimento também continuam aumentando. Ao todo, nesta última década, aproximadamente US$ 70 bilhões foram investidos em healthtechs.

infográfico
Fonte: StartUp Health Insights

Interessante notar que o boom de crescimento em 2014, que abriu caminho para a megatendência das healthtechs, ocorreu principalmente devido ao interesse das grandes empresas de tecnologia no setor – Google, Microsoft, IBM, dentre outras – que passaram a investir pesado em tecnologia no setor. Isso possibilitou que aportes, antes tímidos, se tornassem cada vez mais robustos nas principais promessas do mercado.

Quer estar por dentro de tudo que está acontecendo quando o assunto é financiamento em healthtechs aqui no Brasil? Assine o Inside Venture Capital.

Contexto das healthtechs no Brasil

Nos últimos cinco anos, o número de healthtechs brasileiras explodiu. Eram 160 startups do segmento, em 2014, e, este ano, já são mais de 400 – uma alta de mais de 150%.

Quando analisamos os números de financiamento nestas startups aqui no Brasil, percebemos que, apesar do setor estar recebendo cada vez mais a atenção dos investidores nos últimos anos – especialmente em 2020 por conta da disseminação do novo coronavírus – ainda não é um um setor que movimenta cifras milionárias e está bem longe da maturidade do mercado norte-americano. 

Considerando desde 2011, aproximadamente US$ 325 milhões foram investidos em healthtechs por meio de 145 rodadas de investimento aqui no Brasil. Sendo 2017 o ano de maior injeção de capital neste mercado, por conta da Dr. Consulta que recebeu duas rodadas de financiamento que totalizaram cerca de US$ 142 milhões.

infográfico

Com exceção de 2017, percebemos que em nenhum outro ano o volume de capital investido em healthtechs ultrapassou a marca de mais de US$ 50 milhões. Cenário que tem tudo para mudar neste ano. 

Somente em 2020, 11 investimentos em startups da área da saúde já foram mapeados pelo Distrito Dataminer, somando mais US$ 33 milhões investidos. 

Apesar da grande concentração de rodadas de investimento estar nos estágios iniciais, Pré-Seed e Seed (que concentram 72% aportes realizados), os aportes estão concentrados  nos estágios mais avançados, graças as rodadas Series B recebidas pela pela Sanar (US$ 11.7  milhões) e Memed  (US$ 4.7 milhões). A rodada Series A recebida pela SouSmile (US$ 10 milhões) também contribuiu para que o volume no primeiro quadrimestre fosse elevado.

infográfico

Confira as três healthtechs que receberam os maiores investimentos neste ano.

STARTUPESTÁGIODATAINVESTIDORES/ ADQUIRENTESVOLUME DE INVESTIMENTO (EM US$)
SanarSeries Babr. de 2020DNA Capital, Valor Capital Group, Vox Capital, e.bricks11.700.000
SouSmileSeries Amar. de 2020Global Founders Capital, KaszeK Ventures, Canary10.000.000

Entrevista completa com o fundo DNA Capital

A DNA Capital é um dos fundos de Venture Capital especializados e focados em investir em healthtechs, sendo que participou de duas das maiores rodadas de investimento realizadas no ano de 2020. Para compreender mais sobre a atuação do fundo, o Distrito Dataminer entrevistou Luiz Noronha, partner da DNA Capital.

A DNA Capital é uma gestora de investimentos voltada para o setor de saúde, como surgiu a ideia de focar nesse setor? Qual a tese de investimento de vocês?

A DNA foi fundada em 2013 para ser uma gestora de fundos 100% focada no setor de saúde. O projeto teve esse foco em sua concepção devido ao expertise de Pedro Bueno, co-fundador da gestora, seu pai executou uma das trajetórias empreendedores de maior sucesso do mercado de saúde Brasileiro.

Entre 2013 e 2017, muito do que fizemos foram investimentos de private equity, originalmente buscando consolidar setores importantes de saúde ou correlatos, construindo teses de grande porte. Como por exemplo a Lavebrás (rede de lavanderias industriais), ou a Mafra (distribuidora de medicamentos e consumíveis para hospitais).

Em 2017 me uni ao time da DNA para auxiliar a montagem da prática de venture capital. Fizemos uma expansão para os Estados Unidos e abrimos nosso escritório em São Francisco. Hoje somos três sócios tocando a prática, estamos investindo globalmente e já realizamos 14 investimentos em companhias em estágio inicial.

Buscamos criar um ecossistema de companhias do setor de saúde, onde construímos sinergias entre as empresas, o que auxilia a acelerar a jornada dos nossos empreendedores.

Olhamos também para outras geografias, como China, Índia, Israel. Hoje somos uma gestora global, mono setor e multi estratégia. Conseguimos fazer tickets de venture, como Seed ou Series A, mas também tickets maiores de private equity, então conseguimos ajudar o empreendedor ao longo de toda sua jornada.

Em qual fase das startups a DNA Capital busca realizar seus investimentos, vocês investem em todos os estágios?

Sim, investimos ao longo de toda a jornada da companhia. Fizemos investimentos em estágios iniciais, como seed, series A, series B, e vamos até teses maiores de private equity onde os volumes de capital são bastante significativos.

Como está o portfólio de vocês hoje?

Em VentureCapital  temos 14 investimentos feitos, espalhados por diversas geografias, mas concentrados principalmente nos Estados Unidos e no Brasil. Temos também companhias chinesas, e estamos analisando oportunidades na Índia e Israel.

Possuímos teses diferentes em cada geografia, a tese no Brasil está relacionada a digitalizar a jornada do paciente e do médico, trazendo eficiência para a cadeia de saúde. Já no mercado americano as teses estão mais ligadas a startups que estão na linha de frente na inovação tecnológica em saúde. Estamos analisando tecnologias como CRISPR e microfluidics, além de aplicações de soluções para biópsia líquida, detecção de câncer em estágio inicial, entre outras.

A gente vê que a diferença de teses vêm muito da maturidade do ecossistema. Como você vê o futuro do ecossistema e das healthtechs?

Depende muito do aspecto que estamos analisando, o mercado de venture capital no Brasil é jovem ainda. Os primeiros fundos são de 2008/2009, então é natural que comecemos a ver o mercado crescer, os primeiros unicórnios começaram a aparecer, estamos acompanhando o nascimento de uma indústria.

Sem dúvidas o ecossistema é promissor, o nível de qualidade dos fundos e das companhias aumentou consideravelmente nos últimos anos. Já temos diversos exemplos de companhias Brasileiras competindo globalmente e, inclusive, no mercado americano. Este é um sinal claro da maturidade que nossas companhias atingiram.

Para conferir a entrevista completa, conheça mais sobre o Inside Venture Capital Brasil, maior fonte de informação sobre o mercado brasileiro de Venture Capital. Ao assinar o material, receba mensalmente dados, estatísticas e insights sobre o mercado de investimentos, fusões e aquisições em startups no Brasil.