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Por que a indústria das fintechs cresce de maneira acelerada?

Por que a indústria das fintechs cresce de maneira acelerada?

8 de julho de 2019
8 minutos de leitura
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Artigo atualizado em 8 de julho de 2019

A indústria das fintechs está dominando , literalmente, o Brasil. Até alguns anos atrás o termo não era tão conhecido, mas aos poucos foi ganhando repercussão à medida que muitas fintechs foram surgindo e ganhando espaço, como é o caso das startups unicórnio Nubank e Stone.

Em menos de quatro anos, a indústria das Fintechs cresceu de maneira acelerada. Em 2015, segundo estudo do FintechLab, haviam 56 fintechs mapeadas e, atualmente, são mais de 550 fintechs, de acordo com estudo realizado pelo Distrito Dataminer.

De acordo com o estudo, os maiores segmentos dentro da indústria de fintechs são Meios de pagamento (20%), Crédito (15%), Backoffice (12%), Risco e Compliance (9%) e Criptomoedas (7%). Algo interessante de se observar é que nos últimos quatro anos surgiram 59 novas startups no segmento de Crédito, 44 em meios de pagamento e 34 em Criptomoedas, o que faz esses segmentos os mais “quentes” do mercado.

Já deu para perceber o quão promissora a indústria de fintechs é, certo? Neste artigo, trazemos informações importantes sobre tudo o que está rolando com as startups do mercado financeiro. Para você que é da área é importante se manter atualizado e entender o que está rolando no setor. E mesmo que você não seja, conhecimento é sempre importante.

Confira o estudo completo sobre as fintechs brasileiras

O lado da indústria de fintechs que você precisa conhecer

Você confere algumas informações inéditas retiradas do Fintech Mining Report e que mapeiam todo o ecossistema de Fintechs.

Divisão por região

Ecossistema – Aceleradoras

Ecossistema – Investidores

Startups para ficar de olho

Conheça as fintechs unicórnio

Das 6 startups unicórnio brasileiras, duas delas são fintechs. Elas são: Nubank e Stone. É importante que você conheça um pouco mais sobre cada uma.

Nubank

A proposta da startup se baseou em oferecer um cartão de crédito sem anuidade e gerenciado totalmente via aplicativo, reduzindo custos de agência, funcionários, burocracia e taxas. Com isso, aliado a uma marcante estética roxa e um atendimento humanizado, o Nubank cresceu em ritmo acelerado. A empresa é conhecida por seu ótimo gerenciamento de marca e presença nas próprias redes sociais.

O lançamento da NuConta e a transformação em banco digital, em 2017, fez com que a startup captasse cada vez mais investimentos e usuários, dos quais hoje já tem mais de cinco milhões.

Uma rodada de investimentos Série E no valor de US$150 milhões foi o empurrão que faltava para fazer do Nubank um Unicórnio. O aporte chegou pouco depois de a empresa começar a gerar caixa operacional, e foi justificado como uma forma de acelerar o crescimento ainda mais.

Uma curiosidade é que a febre por compartilhar fotos do roxinho, movida pelo MARKETING BOCA-A-BOCA, chegou ao ponto de levar a empresa a tirar os números da frente do cartão, para evitar fraudes.

Stone

A Stone Pagamentos surgiu de uma brecha no mercado, ocasionada pelo fim do monopólio das adquirentes VisaNet (atual Cielo) e Redecard, que detinham direitos exclusivos sobre as bandeiras Visa e Mastercard, respectivamente.

A lei que proibiu essa exclusividade em 2010 não só permitiu que comerciantes usassem uma única maquininha para todos os cartões como também abriu espaço para que outras adquirentes surgissem no setor.

A aquisição da Elavon e o crescimento violento entre 2015 e 2017 – de 15x no número de funcionários e 1.500x no número de clientes – levaram a Stone a conseguir controlar cerca de 5% do mercado de adquirentes.

Isso foi o suficiente para que seu IPO na Nasdaq fosse um sucesso, e hoje a empresa conta com uma capitalização de mercado de mais de US$ 5 bilhões.

Na véspera do IPO na Nasdaq, a Stone anunciou à SEC que era vítima de um vazamento de dados, e que estava sendo chantageada. Isso não impediu a oferta pública de ter um SUCESSO ALÉM DAS EXPECTATIVAS, brevemente atingindo um market cap de US$ 9bi.

Fintechs aspirantes a startups unicórnio

Outro dado interessante são as fintechs aspirantes a startups unicórnio. Segundo o mapeamento que o Distrito Dataminer fez, foram elencados 9 aspirantes a unicórnios. O mais curioso é que desse número, três deles são fintechs. Elas são:

Creditas

A empresa fornece produtos relacionados a crédito com garantia imobiliária ou automotiva. O modelo de negócio da startup possibilita que sjam oferecidas taxas abaixo das praticadas em linhas de crédito pessoal ou cartões. Dessa forma, os valores chegam  são inferiores até ao crédito consignado, um dos menores disponíveis.

Para conquistar o sucesso no mercado, foi preciso fazer parcerias estratégicas, como com a Brazilian Mortgages, que permitiu a entrada no mercado de empréstimos garantidos, e também uma fusão, com a GranaAqui.

Mas, afinal, por que ela pode se tornar um unicórnio? Além da quantia já considerável captada de Venture Capital, a Creditas pode se gabar de um crescimento invejável. De 2016 para 2017, a receita da empresa cresceu 700% e, de 2017 para 2018, 500%. A empresa fechou o último ano com uma carteira de R$500 milhões e mais de 500 funcionários na equipe.

Conta Azul

A catarinense startup, por meio de seu software, tem como objetivo facilitar a gestão operacional e financeira de pequenas e médias empresas. A empresa mira na simplificação das relações entre contador, gestor e cliente, com soluções proprietárias locais e em nuvem. Atualmente, a ContaAzul conta com milhares de usuários ativos. Além disso, mais de R$ 30 bilhões passam por ano em seu sistema, na forma de notas fiscais emitidas.

Mas, afinal, por que ela pode se tornar um unicórnio? A base de clientes em potencial ainda disponíveis para a ContaAzul é gigantesca – hoje, cerca de 60% das empresas não utilizam qualquer plataforma de gestão. Assim, a empresa vem crescendo a passos largos, inclusive por meio de aportes financeiros. O mais recente, da Tiger Global Management, de US$30 milhões, financiou a plataforma em nuvem para contadores, a ContaAzul Mais.

A indústria de fintechs está em seu limite?

Muitos acreditam que a indústria das fintechs no Brasil já está no seu limite ou que todas as oportunidades já foram exploradas, no entanto acreditamos que este é só o começo. O mercado financeiro brasileiro é gigante e a participação das fintechs ainda não chegou nem perto do seu potencial máximo. A alta concentração bancária, mal entendimento do usuário e muitas brechas nos serviços atuais dão oportunidade para novas fintechs surgirem.

Os números demonstram oportunidade

Segundo o Banco Central, o Brasil possui cerca de R$ 792 bilhões de saldo aplicado em poupança. Para especialistas, essa é uma das piores opções de investimento disponíveis.

Dessa forma, você percebe o quanto o brasileiro ainda pode ser ensinado sobre educação financeira? Essa é uma brecha que muitas fintechs já perceberam, como também investidores e especialistas. Não é à toa que vemos crescer constantemente conteúdo específico sobre o tema, seja em vídeo ou em artigos.

Outro fato interessante são as mais de 60 milhões de pessoas desbancarizadas no Brasil. Muitas fintechs já perceberam o valor desse mercado. Elas investem em soluções para esse público, que é ignorado pelo sistema bancário atual.

Outra fonte de oportunidade são os próprios inadimplentes. Hoje, são 63 milhões de inadimplente, segundo o SERASA. Muitas startups surgem com a intenção de trazer soluções para dívidas e ajudar a negociá-las. Há também aquelas que compram dívidas e as renegociam.

A segurança digital também é outra direção que as fintechs estão olhando. Segundo SPC Brasil são 7,8 milhões de brasileiros vítimas de fraudes apenas em 2018. Esse dado demonstra o quanto ainda é possível melhorar em iniciativas anti-fraudes.

Esses números comprovam que o Brasil é um dos lugares com mais oportunidades paa se empreender em fintechs no mundo. Afinal, onde há um “problema” sempre pode haver uma solução. Assim, as startups surgem com a intenção de trazer a solução para esses tipos de problemas e obter lucro por meio das oportunidades que as grandes instituições financeiras ainda não estão olhando ou investindo.

A pergunta que fica

Vale lembrar que, em 2018, os bancos brasileiros, em conjunto, obtiveram um lucro de R$ 98,5 bilhões. Ou seja, eles bateram recorde e alcançaram o maior patamar em sete anos. Podemos fazer dois questionamentos e reflexões a partir desse dado:

  • Essa rentabilidade ajuda os bancos a fecharem os olhos ainda mais para as oportunidades?
  • Os bancos estão se aproveitando dessa rentabilidade alta para investir em novas iniciativas de inovação e não ficar para trás?

No momento não é possível responder a essas perguntas. Afinal, apenas o futuro poderá trazer a resposta para os questionamentos acima e dizer o que será da indústria das fintechs.

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