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Fintech

O que é fintech e qual o impacto do setor no ecossistema de inovação

Guilherme Batista, 25/04/2022 - 10:30
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13 min leitura
O que é fintech e qual o impacto do setor no ecossistema de inovação

Entenda o que é uma fintech, qual o seu impacto no mercado de novas tecnologias, quais são as principais empresas do setor e mais!

Com um sistema financeiro historicamente engessado e burocrático, o Brasil se mostrou um terreno fértil para as startups que se propuseram a preencher as lacunas que os bancões não priorizam. 

Após décadas ditando as regras do relacionamento dos clientes, hoje as grandes instituições bancárias estão testemunhando o consumidor assumir o controle da sua própria vida financeira por meio de soluções inovadoras, como a das fintechs e a dos neobancos.

Dados da Comscore mostram que o Brasil lidera a digitalização bancária na América Latina, à frente de Chile, Argentina, Colômbia, México e Peru. Já o 2021 Global Fintechs Rankings, produzido pela britânica Findexable, revela que o país se consolidou como um dos grandes ecossistemas globais de fintechs, ocupando a décima quarta posição no mundo. 

Desse modo, cada vez mais pessoas e empresas estão escolhendo se relacionar com bancos digitais, descentralizando os serviços financeiros e impactando instituições financeiras há muito consolidadas no mercado nacional.

No resto do mundo, não é diferente: em geral, as fintechs figuram como a principal vertical do ecossistema de inovação global, sobressaindo-se em quase todos os aspectos observados, como investimentos, número de empresas em atividade, unicórnios, fusões e aquisições, IPOs, entre outros.

Neste texto, você irá entender tudo sobre fintechs: o que são, qual o seu impacto no mercado de novas tecnologias, as principais fintechs do Brasil e do mundo e quais as principais tendências do setor.

O que é fintech?

Fintechs são empresas que fornecem serviços financeiros através do uso da tecnologia. São negócios jovens que oferecem as mesmas soluções que as instituições financeiras tradicionais (bancos, corretoras, seguradoras, gestoras de fundos, casas de câmbio), mas que possuem a inovação tecnológica na base das suas operações. Desse modo, também a inovação, que compõe a base para o desenvolvimento de todo o modelo de negócio.

Como o modelo de distribuição de serviços das fintechs é digital, a maioria delas não possui grandes gastos com estruturas físicas, como agências. Por esse motivo, as fintechs podem oferecer produtos mais baratos ou até gratuitos, como cartões de crédito sem anuidade ou contas digitais grátis.

Fundado em 1998 na Califórnia, o PayPal é considerado a primeira fintech do mundo. A empresa é dona de um aplicativo de transferência online que opera com mais de cem moedas diferentes em duzentos mercados no mundo todo. Hoje, conta com cerca de 360 milhões de usuários ativos, inclusive no Brasil.


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Qual o impacto das fintechs na inovação tecnológica?

No mundo todo, as fintechs receberam um volume inédito de investimentos em 2021. De acordo com um estudo da empresa de análises indiana Tracxn, US$ 143 bilhões foram aplicados em startups de finanças no ano passado, ante US$ 58 bilhões em 2020.

Já a americana CB Insights publicou um relatório no qual indicava que esses valores foram de US$ 131,5 bilhões em 2021 e de US$ 49 bilhões em 2020.

Apesar da divergência nos números, o fato é que entre um ano e outro os investimentos em fintechs mais do que dobraram.

Na América Latina, as fintechs também são o principal destino dos investimentos de capital de risco. Em 2021, as startups de finanças latino-americanas receberam mais de 30% dos aportes no ecossistema de inovação do continente (Crunchbase).

No Brasil, as techs de finanças atraíram US$ 3,8 bilhões no último ano, o dobro do que o setor recebeu no ano anterior. Esse valor representa o acumulado de 199 rodadas de negociação ocorridas entre janeiro e dezembro.

Seja como compradoras ou adquiridas, as fintechs brasileiras estiveram envolvidas em 44 transações de fusões e aquisições no mesmo período. 

As startups de finanças ainda são as mais representativas da indústria nacional de tecnologia em termos de número de empresas. O último ano fechou com 1.264 fintechs em operação no Brasil, 17% a mais do que as startups de varejo (1.080) e 25% a mais do que as de marketing (1.013), segundo o banco de dados do Distrito.

Dos 21 unicórnios que havia no Brasil no final de 2021, seis eram fintechs – Nubank, Creditas, Ebanx, Cloudwalk, Mercado Bitcoin e C6 Bank. Além dessas, o PagSeguro e a Stone já haviam atingido valor de mercado bilionário por meio da abertura de capital em 2018, e portanto são consideradas “IPOgrifos”. 

Aliás, já no início de fevereiro, o banco digital Neon anunciou um investimento de US$ 300 milhões do grupo espanhol BBVA e se tornou a primeira startup a ultrapassar um bilhão de dólares em valuation no país.

Globalmente, nada menos do que 114 fintechs alcançaram valor de mercado superior a um bilhão ano passado, número cinco vezes superior ao de 2020. 

Esse cenário indica que, em 2022, a categoria de finanças tech continuará recebendo volumes bastante expressivos de venture capital. No primeiro trimestre deste ano, os investimentos globais em fintechs já atingiram US$ 28,8 bilhões através de 1.399 deals. No Brasil, US$ 1,1 bilhão foi aplicado em startups de finanças por meio de quarenta rodadas nos primeiros três meses de 2022.

Além disso, alguns debates que se popularizaram recentemente trouxeram consigo a ascensão da economia cripto, com o blockchain, NFTs e o metaverso. Essas tecnologias têm proporcionado o vislumbre de como poderá ser o futuro da internet e do mercado financeiro mundial.

Por que o termo ficou tão popular?

O termo fintech apareceu pela primeira vez nos anos 80, quando o jornalista Peter Knight juntou as palavras financial e technology para dar nome a uma coluna sobre negócios no jornal britânico The Sunday Times. Na época, Peter usava a expressão para se referir a operações de backoffice dos bancos tradicionais.

No entanto, foi apenas nos anos 2.000 que começaram a surgir as empresas conhecidas agora como fintechs. Isso porque, durante essa década, a popularização da internet tornou mais fácil criar e testar novos serviços e divulgá-los através de veículos digitais.

A declaração de falência do banco de investimentos Lehman Brothers em 2008, a maior na história dos Estados Unidos, causou uma desordem sem precedentes na indústria financeira global, mas também foi outro fator que contribuiu com a ascensão das fintechs.

Nos últimos dez anos, as fintechs chamaram a atenção dos capitalistas de risco e passaram a receber cada vez mais investimentos. Algumas delas cresceram tanto que se tornaram fortes concorrentes de grandes bancos estabelecidos há décadas no mercado. Muitas outras foram total ou parcialmente adquiridas por esses mesmos bancos, que não demoraram para perceber o enorme potencial das startups de finanças.

A chegada do Open Banking também facilitou o desempenho de diversas instituições financeiras – tradicionais ou não -, que a partir do compartilhamento de dados e informações possibilitou o desenvolvimento de um setor que há muito limitou a movimentação dos clientes e, consequentemente, sua liberdade e educação financeira.

Devido ao custo reduzido – ou mesmo inexistente –, acessibilidade e clareza dos serviços oferecidos, as fintechs caíram rápido no gosto do público, cansado da burocracia, filas e letras miúdas dos bancões.

Atualmente, existem no Brasil quase 1.289 fintechs em operação. De acordo com a empresa de análises alemã Statista, em novembro de 2021 havia mais de 26 mil dessas startups no mundo todo.

Quais são as principais fintechs brasileiras?

Esta é uma lista com as dez maiores fintechs do Brasil. Para selecionar as startups, utilizamos o Dataminer Score (DMS), um algoritmo de pontuação próprio que leva em conta o número de funcionários das startups, acessos ao site, faturamento presumido via análise de CNPJ, investimentos captados e dados de fonte aberta.

Nubank

Principal fintech do Brasil, o Nubank foi fundado em 2014 com um cartão de crédito sem anuidade e cobrando taxas menores do que a média do mercado. 

Em junho, o Nubank anunciou um aporte de US$ 500 milhões do Berkshire Hathaway, empresa do investidor Warren Buffett. A bolada foi acompanhada de um segundo aporte, este de US$ 250 milhões, do fundo americano Sands Capital em parceria com os brasileiros Absoluto Partners e Verde Asset Management. Somadas, as aplicações alcançaram US$ 1,15 bilhão, a maior já levantada por uma empresa de tecnologia privada na América Latina.

Em dezembro, o Nubank abriu o capital para o público na New York Stock Exchange (NYSE). Com alta de 25% logo na estreia, a fintech chegou ao mercado valendo quase US$ 52 bilhões e tomou o lugar da Ambev como 3ª empresa nacional mais valiosa em uma bolsa de valores, atrás apenas da Vale e da Petrobras.

PicPay

O PicPay surgiu como um aplicativo de pagamentos online cujo objetivo era facilitar a transferência de dinheiro entre usuários.

Atualmente, a fintech conta com mais de 60 milhões de clientes e movimenta R$ 6,8 bilhões todos os meses. Também está presente em mais de 5 milhões de estabelecimentos comerciais e, em 2021, ultrapassou a marca dos R$ 5 bilhões em saldo nas carteiras dos usuários, um aumento de 400% em relação ao valor registrado em 2020.

Em 2019, a fintech realizou um acordo de acionistas no qual concedeu o controle societário para o Banco Original, que é controlado por empresas da família Batista, dona da J&F, que comanda o frigorífico JBS e outras empresas.

PagSeguro

O PagSeguro atende médias, pequenas empresas e microempreendedores através de soluções financeiras como conta digital sem tarifa, sistemas antifraude e ferramentas de gestão de negócios.

Em janeiro de 2018, a fintech arrecadou US$ 2,7 bilhões por meio de uma oferta pública inicial na bolsa de valores de Nova York e então deu início a uma estratégia de aquisições, entre elas a da WireCard Brazil e a da Concil.

Em 2021, o PagSeguro adquiriu 2,9 milhões de clientes em um único trimestre, tornando-se a empresa de pagamentos com o maior número de clientes do Brasil.

Neon

A Neon foi fundada em 2014 como pioneira no mercado brasileiro de contas digitais. Desde então, a instituição de pagamento, como a Neon se define, começou a chamar a atenção de diversas casas de venture capital no Brasil e no exterior. Uma delas foi a BlackRock, a maior empresa de gestão de ativos do mundo, com sede em Nova York. 

Eis que, em fevereiro, a Neon anunciou um aporte de US$ 300 milhões do grupo espanhol BBVA, elevando sua avaliação privada para US$ 1,6 bilhão e conferindo status de unicórnio à startup. No entanto, alguns analistas afirmam que na verdade o valor de mercado da Neon já havia ultrapassado um bilhão de dólares em sua rodada de investimentos anterior, ocorrida em setembro de 2020 e liderada pelo fundo americano General Atlantic.

Creditas

A Creditas foi criada em 2012 e se tornou a maior plataforma online de crédito com garantia do Brasil, tendo recebido 9,8 milhões de solicitações de empréstimos pessoais até hoje.

Ao todo, a fintech já levantou US$ 854 milhões em investimentos, inclusive de grandes fundos internacionais, como Softbank e QED Investors. O título de unicórnio veio no final de 2020, após um aporte de US$ 255 milhões liderado pela LGT Lightstone. 

Na época, a Creditas foi avaliada em US$ 1,75 bilhão.

Agibank

O Agibank nasceu mais de vinte anos atrás com a meta de tornar serviços financeiros acessíveis aos brasileiros. 

A fintech foi um dos primeiros grupos no Brasil a colocar em prática o omnichannel, estratégia de uso simultâneo e interligado de canais de comunicação físicos e online (redes sociais, site, lojas, eventos presenciais, e-mail) para aprimorar a experiência do cliente.

Aliás, além da forte atuação do Agibank nos meios digitais, a startup ainda possui novecentas agências espalhadas por todo o Brasil.

C6 Bank

Em dezembro de 2020, o C6 levantou capital por meio de um instrumento de dívida conversível em ações com prazo de dois anos emitido pela holding Carbon, que controla a fintech.

A operação foi vendida a aproximadamente quarenta clientes privados, na condição de que caso o IPO do C6, sugerido para 2021, ficasse abaixo do valuation indicado, o detentor das notas receberia um retorno mínimo de 33% sobre o valor investido. Caso contrário (se o valuation ficasse acima), o detentor das notas participaria dos lucros.

O valor do investimento, de R$ 1,3 bilhão, avaliou a fintech em R$ 11,6 bilhões.

Contudo, em junho, o banco tradicional americano J.P. Morgan adquiriu 40% do C6 Bank e adiou os planos da startup de abrir uma oferta pública inicial. Os valores da transação não foram divulgados, mas especialistas do Estadão/Broadcast estimaram que foi de aproximadamente R$ 10 bilhões.

Ebanx

O Ebanx surgiu em 2012 como uma fintech de pagamentos global (o site da startup é todo em inglês) para auxiliar grandes empresas como AliExpress, Airbnb e Spotify a vender os seus serviços no Brasil.

Em 2019, o Ebanx se tornou o primeiro unicórnio da região Sul do Brasil depois de receber um investimento do fundo americano FTV Capital, de valor não divulgado.

Pravaler

O Pravaler é uma plataforma digital de crédito estudantil fundada em 2001 e que, até o início deste ano, já havia beneficiado mais de 200 mil alunos de graduação por meio de R$ 4 bilhões em empréstimos.

A fintech terminou 2021 com faturamento de R$ 300 milhões, um crescimento de 15% em relação ao ano anterior. Sua meta é atender um milhão de jovens estudantes até 2025.

Mercado Bitcoin

No último mês de julho, o Grupo 2TM divulgou um investimento de US$ 200 milhões conduzido pelo Softbank, conglomerado japonês de telecomunicações dono do maior fundo de venture capital do mundo. O 2TM é a holding que controla o Mercado Bitcoin, maior corretora de ativos digitais do Brasil e primeiro unicórnio de criptomoedas da América Latina, avaliado em US$ 2,1 bilhões na época do aporte.

O Mercado Bitcoin foi fundado em 2013 e já conquistou mais de 3 milhões de clientes no Brasil e no mundo. Ao todo, a fintech já captou US$ 268 milhões em investimentos.

Principais fintechs do mundo

As fintechs abaixo foram consideradas as dez maiores e mais influentes do mundo pela empresa de consultoria britânica Utility Bidder. Os critérios de avaliação utilizados pela companhia foram volume investimentos recebido, avaliação privada, número de seguidores no Twitter e quantidade de pesquisas pela empresa no Google.

Robinhood

Do início da pandemia até o final de 2021, a corretora digital Robinhood conquistou cerca de 10 milhões de novos clientes, a maioria jovens sem nenhuma experiência prévia em investimentos.

A estratégia da Robin foi transformar a navegação dos usuários do seu aplicativo em um jogo de fases, como nos videogames. Conhecido como “gamificação”, o modelo criativo foi abandonado após receber críticas de que encobria o risco do mercado de capitais. Porém, o fato é que a fintech cresceu e estreou na Nasdaq ano passado valendo US$ 32 bilhões graças ao seu jeito diferente de educar os clientes no universo das finanças.

Ao todo, a Robinhood levantou US$ 5,6 bilhões em capital de risco e obteve 28 milhões de pesquisas no Google entre agosto de 2020 e julho de 2021.

Stripe

Depois que levantou uma rodada de série H no valor de US$ 600 milhões, a fornecedora de infraestrutura de pagamentos para a internet Stripe triplicou o seu valor de mercado e passou a valer impressionantes US$ 95 bilhões.

Além de oferecer o software de pagamentos, a fintech também ajuda empresas a combater fraudes, enviar faturas, emitir cartões virtuais e físicos, obter financiamento e gerenciar despesas empresariais.

Kraken

Em termos de seguidores no Twitter, a Kraken é a grande campeã desta lista, com 1,4 milhão de followers em sua página. 

A fintech é uma das maiores corretoras de criptomoedas do mundo, trabalhando com 65 moedas digitais em mais de 170 países.

Klarna

Fundada em 2005, a sueca Klarna é nada menos do que a empresa de capital fechado mais valiosa da Europa e o principal player mundial no setor de buy now, pay later (BNPL).

Em junho, a startup captou US$ 639 milhões do Softbank, aporte que elevou a precificação da fintech para US$ 45,6 bilhões e colocou o negócio na lista dos IPOs mais aguardados deste ano.

O número de pesquisas pela Klarna no Google também é expressivo. Entre agosto de 2020 e julho de 2021, foram 27 milhões.

Wise

A TransferWise foi lançada em 2011 com o propósito de tornar as transferências internacionais de dinheiro baratas e simples. Quando abriu o capital para o público na London Stock Exchange, a fintech britânica mudou o nome para apenas Wise. Com o IPO, o negócio foi avaliado em US$ 11 bilhões.

Current

Apesar de contar com apenas 3 milhões de usuários, a Current possui uma das páginas no Twitter mais robustas entre as grandes fintechs, com 554 mil seguidores. 

A startup de série D é dona de um aplicativo que ajuda as pessoas a gastar, economizar e gerenciar o seu dinheiro da melhor forma possível.

Até agora, a Current levantou um total de US$ 403 milhões em capital de risco. O aporte mais recente, de US$ 220 milhões, foi liderado pelo Andreessen Horowitz.

Chime

A Chime é o maior neobanco dos Estados Unidos, conhecida por oferecer serviços bancários sem taxas, antecipar salários e permitir que a conta dos seus clientes fiquem negativadas sem cobrar tarifas de cheque especial deles.

O último aporte da Chime foi anunciado em agosto, um série G de US$ 750 milhões do SoftBank e da Sequoia Capital. A rodada cravou o preço da fintech em US$ 25 bilhões.

Gemini

A exchange de ativos digitais Gemini Trust foi fundada em 2014 pelos irmãos gêmeos Tyler e Cameron Winklevoss, os mesmos que acusaram Mark Zuckerberg de roubar deles a ideia do Facebook.

Em novembro, a fintech de série A arrecadou US$ 424 milhões em uma aplicação liderada pela Morgan Creek Digital e acompanhada por outros quinze investidores. Com o aporte, a empresa atingiu a avaliação de US$ 7 bilhões.

Carta

Criada em 2012, a Carta é uma fintech de série G que produziu um software para auxiliar companhias e investidores a gerenciar sua participação em empresas por meio da digitalização de certificados de ações.

A Carta tem escritórios nos Estados Unidos, na Oceania e um no Rio de Janeiro.

BlockFi

A BlockFi é uma casa de criptoativos que permite que os seus clientes comprem e vendam moedas digitais.

A companhia foi fundada em 2017, arrecadou US$ 504 milhões em investimentos de risco até agora e está avaliada em US$ 3 bilhões.

Ano passado, a BlockFi entrou na mira da SEC – a CVM dos EUA –, que investigou se a fintech estaria operando sem o registro necessário. Em fevereiro deste ano, a startup confirmou que iria pagar, como parte de um acordo, US$ 100 milhões em multas à instituição reguladora, que exigiu que a BlockFi registrasse seus produtos como valores mobiliários.

O processo de fintechização das empresas

Nem toda empresa que fornece serviços financeiros é um banco ou uma fintech. Hoje é comum, por exemplo, que grandes varejistas também ofereçam cartões de crédito, conta corrente, seguro, crédito, carteira digital etc. Ou seja, os produtos financeiros estão apenas “embutidos” (embedded) nessas varejistas, cujo setor de atuação não é, em princípio, o de finanças. A prática tem até nome: embedded finance, ou “finanças embutidas”.

Aliás, as primeiras experiências do embedded finance começaram a surgir justamente no varejo. As Casas Bahia, por exemplo, possuem o banQi, conta digital para saques, depósitos, pagamentos, transferências, Pix, entre outros serviços.

No entanto, a tendência não se restringe a esse setor. Na verdade, na última década, a digitalização dos serviços e a democratização da tecnologia permitiram que qualquer companhia pudesse embutir a oferta de produtos financeiros no seu portfólio de soluções. Lá fora, gigantes da tecnologia como Google e Apple adotaram a estratégia com as carteiras digitais Google Pay e Apple Pay.

No Brasil, a partir de 2013, o Banco Central autorizou (por meio da Lei 12.865/13) a criação de fintechs provedoras de infraestrutura de pagamentos e plataformas de banking as a service (“sistema bancário como serviço”) para os seus clientes. Entre as que se destacaram, está a Transfeera, dona de um programa de gestão e processamento de pagamentos, cobrança e validação de dados bancários para pessoas jurídicas. Há também a Dock, que reúne emissão de cartões, digital banking e adquirência em uma única plataforma..

Os softwares dessas fintechs são embutidos nos sites e aplicativos de outras empresas através de APIs (sigla em inglês para “interface de programação de aplicações”), espécie de área digital compartilhada que funciona como uma ponte que conecta os programas de duas empresas e facilita a troca de informações entre elas. Com a API do Facebook, um e-commerce pode oferecer ao cliente a opção de fazer login rápido usando o perfil da rede social. Com a API do Google Maps, uma loja pode inserir no seu site um mapa do Google com o seu endereço.

Por fim, a prática do embedded finance virou tendência no Brasil em 2018, quando o Banco Central retirou a necessidade de autorização prévia para uma instituição de pagamento entrar em operação no país.


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