Startup Exits: como são os eventos de liquidez no Equity Crowdfunding
Artigo atualizado em 16 de junho de 2021
O ecossistema de Equity Crowdfunding cresce e se desenvolve com ajuda dos exits, que retornam lucros aos investidores a partir da venda ou IPO da startup.
Um exit é a principal maneira de obter retornos com investimentos de startups. Esses retornos podem ser extremamente significativos, medidos em múltiplos do valor investido.
Como o exit acontece
São três as maneiras principais que um exit pode acontecer e que um investidor pode obter liquidez, vendendo sua participação:
1) a startup pode ser adquirida por uma empresa maior ou por um concorrente;
2) um investidor subsequente, como um fundo de Private Equity, pode oferecer comprar a participação do investidor;
3) a startup pode realizar um IPO — oferta pública inicial — na bolsa de valores.
Nos três eventos, o investidor vai conseguir vender sua participação, e seu retorno será a diferença entre a quantia que ele investiu para comprar a participação e quanto ele vendeu — ou para a empresa que adquire a startup ou para outro investidor.
Após o investidor receber um retorno significativo e entender quão lucrativo um investimento em uma startup pode ser, é natural que ele queira repetir o processo, e é comum utilizar os retornos para investir em mais startups, correndo atrás de mais retornos significativos. Assim, cada exit abastece mais e mais investimentos em outras startups.
Como funciona a EqSeed e o processo de equity crowdfunding
A EqSeed é uma plataforma digital que seleciona startups e empresas privadas para pessoas físicas e jurídicas investirem coletivamente. Com um cadastro simples, qualquer um pode apostar nos negócios pré-filtrados pela EqSeed e criar seu próprio portfólio de investidas. Aliás, o processo de seleção dessas investidas é bastante rígido.
De acordo com o americano Brian Begnoche, cofundador e atual Chief Revenue Officer da EqSeed, menos de 1% das empresas que se candidatam para captar recursos são aprovadas para lançar rodadas na plataforma. Depois de aplicar dinheiro em uma startup, o investidor aguarda o processo de exit. É nesse momento que os investidores obtêm os retornos sobre o valor que investiram na empresa durante sua fase de captação.
Cases de exit: DinDin e Pegaki
Duas startups do portfólio da EqSeed já atingiram exit, gerando retornos significativos para seus investidores. Recentemente, a fintech DinDin foi comprada pelo Bradesco e a Pegaki, startup de logística, foi comprada pela Intelipost. Após esses exits, vários investidores já investiram novamente em outras rodadas feitas pela EqSeed, comentando que utilizaram os retornos dos exits para acrescentar mais startups aos seus portfólios. No final das contas, deu tão certo que fazia sentido investir novamente em outras startups.
Esse comportamento é excelente para o crescimento do mercado de equity crowdfunding brasileiro.
Tanto a DinDin quanto a Pegaki foram compradas por empresas maiores como decisões estratégicas e, no Brasil, esse tipo de aquisição ainda é a forma de exit mais comum.
Relação entre os M&As e os exits no Brasil
O mercado de M&As é responsável por boa parte dos exits, fazendo jus ao momento de aquecimento que está tomando o Brasil. Segundo o Transactional Track Record (TTR), só no primeiro bimestre de 2021, ocorreram 170 dessas operações, movimentando um total de R$ 64,9 bilhões. O crescimento é gradativo, e o grande destaque é do setor de Tecnologia da Informação, que mês a mês vem aumentando sua participação em M&As. Em abril, o aumento em relação a 2020 foi de 165,2% em quantidade de operações (61) e 10,8% em valor total (R$ 3,1 bilhões). Os dados são do Radar TI, do portal de pesquisa Fusões e Aquisições.
Além disso, cada vez mais startups brasileiras estão conseguindo realizar rodadas de investimento de centenas de milhões de reais. Boa parte dessas captações é utilizada para consolidar seus mercados respectivos, comprando outras startups, representando um exit para os investidores das startups compradas.
O exit do investidor também pode acontecer em uma rodada futura, com um investidor maior, como um fundo de Private Equity oferecendo comprar a participação do investidor. Para investimentos feitos com os termos da EqSeed, o investidor tem a opção, mas não a obrigação, de vender seu equity nesses momentos.
IPO: o sonho de todo empreendedor e investidor
O IPO é o sonho grande de todo investidor e fundador, pois significa que a empresa conseguiu escalar seu mercado com sucesso, e também é um momento de liquidez para todos.
Esse evento é menos comum no Brasil, mas, apesar da quantidade de IPOs nunca ter sido tão expressiva por aqui como em outros países, essa realidade começou a mudar em 2020. Em um levantamento realizado pela EqSeed, de fevereiro de 2020 a meados de fevereiro de 2021, ocorreram 43 IPOs. Milhares de investidores foram contemplados nos mais diversos setores de atuação. As informações foram filtradas diretamente da B3, a bolsa de valores mobiliários brasileira oficial.
Os exits são os momentos de liquidez para o investidor, e muitas vezes geram retornos múltiplos. Esses retornos potenciais são um grande fator do apelo desses ativos e são fundamentais para movimentar esse ecossistema. Conforme os investidores recebem o retorno com a saída de uma startup, a tendência é que ele volte a investir, tendo já comprovado que é possível vivenciar esse ciclo e realizar um retorno significativo.
Esse processo de investir em uma startup, obter lucro com o exit e reinvesti-lo em outras startups é um ciclo virtuoso de injetar capital em empresas inovadoras, gerando resultados significativos tanto para investidores quanto para startups.
Este texto foi escrito em parceria com Brian Begnoche, cofundador e atual Chief Revenue Officer da EqSeed.