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Workbooths: o futuro do trabalho em mini escritórios individuais

Workbooths: o futuro do trabalho em mini escritórios individuais

7 de março de 2022
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Artigo atualizado em 7 de março de 2022

Cabines de trabalho individuais – ou Workbooths – são alternativa para o modelo híbrido

Os coworkings você já conhece: são aqueles espaços de trabalho compartilhados entre duas ou mais empresas, localizados geralmente em prédios comerciais. Agora, o que pode se tornar tendência no mercado são as workbooths, cabines de trabalho individuais instaladas em lugares como cafeterias e shopping centers.

De acordo com a consultoria Consumoteca, 73% dos brasileiros não querem trabalhar em regime de home office em tempo integral. Porém, em vez de ir para o escritório da empresa, alguns estão preferindo passar o expediente nesses novos mini offices mesmo. 

As vantagens são muitas: para boa parte das pessoas, a própria casa não é o melhor lugar para pegar no batente. A internet falha, a criança faz barulho, a televisão distrai etc. Além disso, o deslocamento até a empresa é um grande empecilho para quem não pode ficar perdendo tempo no trânsito ou no transporte público.
Para as companhias, terceirizar a operação dos escritórios ainda pode ser uma boa maneira de reduzir as despesas, uma vez que as workbooths funcionam na modalidade on demand — ou seja, você só paga pelo tempo que usar.

A aposta em workbooths

Eis que o hype das workbooths chamou a atenção da Tecnisa, uma das maiores organizações do mercado imobiliário brasileiro, fundada em 1977 e tendo lançado mais de 270 empreendimentos, como casas, condomínios, unidades hoteleiras e comerciais.

Apesar de ser uma incorporadora tradicional, a Tecnisa nunca teve problemas em abraçar novas tecnologias. Em 2014, por exemplo, a empresa passou a aceitar Bitcoins como pagamento pela entrada de seus apartamentos.

Em julho de 2021, a Tecnisa anunciou que adquiriu uma participação de 25% na startup de propriedades imobiliárias BoxOffice. Com a compra de uma fatia da proptech, a incorporadora integrou uma plataforma de gestão de reservas online para viabilizar os WorkPods, pequenas estações privativas de trabalho implantadas em bairros residenciais de São Paulo com previsão de lançamento para agosto de 2024 no Highlights Dr. Nelson Moretti – Residencial, outro empreendimento da Tecnisa.

Em entrevista para o Distrito, Joseph Meyer Nigri, CEO da Tecnisa, conta que a sua relação com a BoxOffice teve início em 2019, quando utilizou uma das cabines de trabalho individuais da startup. No entanto, o executivo só viria a fechar negócio com a BoxOffice um ano depois: “Naquela época, não estávamos cientes do potencial do trabalho remoto. Com a pandemia, ficou claro que o modelo híbrido veio para ficar, e passamos a desenvolver produtos com estações de trabalho em bairros residenciais, que chamamos de WorkPods”.

Leia mais: Proptechs: panorama e impacto das startups do mercado imobiliário

Nigri diz que a Tecnisa pretende vender passes de trabalho a empresas que quiserem oferecer as cabines como benefício aos seus funcionários. A parceria também permitirá à incorporadora aprimorar o aplicativo da BoxOffice com a intenção de valorizá-la e, quem sabe, fazer um spin-off no futuro.

O Distrito também conversou com Cesar Concone, cofundador da BoxOffice. Ele conta que planeja fazer da proptech a maior plataforma de soluções de trabalho para profissionais e empresas com equipes híbridas. Para isso, a startup oferece diferentes planos de assinatura (WorkPass, SmartPass, DayPass) de acordo com as necessidades dos clientes e gestão de espaços in company, além de uma rede de parceiros (hotéis, coworkings, cafeterias, shoppings). No curto prazo, o empreendedor também visa expandir o negócio para o exterior.

O trabalho híbrido faz parte do nosso DNA. Fazer com que todos tenham acesso a locais para trabalhar, a qualquer hora e lugar, pagando pelo tempo de uso, é o nosso movimento #WorkAnywhere”, Concone comenta.

Workbooths: o futuro do trabalho em mini escritórios individuais

Fonte: Divulgação

O futuro do trabalho

Em uma pesquisa da consultoria britânica CIPD com 2 mil empresas, 71% dos entrevistados disseram que não notaram queda de produtividade no trabalho remoto. Outros 65% estão pensando em um modelo híbrido (casa e escritório) de trabalho para o pós-pandemia.

Se as workbooths estão se tornando tendência, é porque as startups e organizações tradicionais apostam que o futuro do trabalho será assim mesmo, híbrido.

Desse modo, algumas incorporadoras não veem sentido em incluir na planta dos apartamentos uma área destinada unicamente para o home office, já que esta seria usada só algumas vezes na semana pelos moradores. 

Por outro lado, as empresas tampouco vão querer manter amplos escritórios que não serão ocupados todos os dias por seus colaboradores. Logo, as cabines de trabalho individuais surgem como um meio-termo entre uma coisa e outra, na medida em que o cliente pode alugar um local para trabalhar apenas por um período de tempo, como se estivesse em um Airbnb dos mini offices. 

Aliás, o funcionamento das plataformas de workbooths é bastante parecido com um site de aluguel de acomodações por temporada: o usuário escolhe a cabine de acordo com o local, tamanho e equipamentos, faz a reserva, destrava a porta no horário agendado através do smartphone, usa o espaço e depois vai embora. Tudo online, sem qualquer contato com um funcionário da empresa responsável pelo serviço.


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