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6 dicas essenciais sobre Inovação Corporativa (Corporate Innovation)

6 dicas essenciais sobre Inovação Corporativa (Corporate Innovation)

22 de abril de 2019
6 minutos de leitura
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Artigo atualizado em 22 de abril de 2019

No Brasil, há cerca de quatro anos, vimos um crescimento significativo na discussão em torno da temática da Inovação Corporativa.

Vimos nesse meio tempo o nascimento de diversos espaços focados em inovação como o próprio Distrito, o Cubo (do Itaú), o Inovabra entre outros espaços; Todos eles destinados ao fomento da inovação corporativa e do relacionamento com as startups.

As palavras Corporate Innovation, inovação corporativa e/ou empresarial passaram a ganhar destaque e serem temas recorrentes nas conversas e reuniões entre pessoas de grandes empresas.

Novos cargos foram criados para assumir a Gestão de Inovação e o relacionamento com startups. Tudo isso com o objetivo de fomentar a inovação internamente nas grandes corporações. Foram surgindo novos projetos digitais e até o que conhecemos como Matchmaking (nesse artigo você entende mais do assunto).

O intuito principal dessas iniciativas sempre foi solucionar problemas da empresa. Até aí, tudo bonitinho, parece bacana e fácil, mas não é. Muitos erros foram cometidos desde então. Vamos aprender com esses erros?

Apresento abaixo seis dicas para você entender de forma objetiva como funciona na prática o relacionamento das empresas com as startups.


1. Hackathon NÃO é só para fazer marketing e recrutar talentos

Conversando com um grande amigo, Fernando Tomé, que se especializou em criar eventos sensacionais de Hackatons, ele sempre fala que a primeira coisa que as empresas respondem quando ele pergunta “qual é o objetivo de fazer um hackathon?”, elas dizem: “para fazer marketing”, “recrutar talentos”, “resolver um problema específico da empresa”.

Um Hackathon não resolve isso totalmente, só se for muito bem planejado. Por exemplo: seu Hackathon é o primeiro movimento numa jornada de eventos para sensibilizar seus funcionários e trazer novas ideias para dentro da empresa. Aí é mais válido.

No que diz respeito a recrutar pessoas, Fernando explica: “Recrutamento é um processo que envolve o entendimento de fatores. Como, por exemplo, segmento de atuação, descrição do cargo, soft skills inerentes à função e valores da empresa. Entender bem e colocar esses fatores na mesa durante o planejamento do Hackathon é fundamental para o sucesso da iniciativa”.

O mais importante disto tudo é: sua empresa está pronta para contratar milênios empreendedores que não vão aguentar nem 1 semana na sua estrutura atual?


2. Patrocinar um Startup Weekend é POUCO

Os eventos Startup Weekend da TechStars são hoje a referência global em vivências para que os curiosos (qualquer pessoa de qualquer idade, cargo, cultura, etc) entendam como é montar um negócio digital em poucas horas, criar um time e validar o mercado.

Eu participei e agregou muito na minha jornada empreendedora. Existem corporações que apoiam o evento, patrocinam, mas não deve acabar aí.

Esse é o grande começo de uma empresa na jornada de relacionamento com a comunidade de startups. A vivência é espetacular e eu garanto que nenhuma empresa não se arrepende de patrocinar um evento assim. Mas é preciso MAIS!

Leve os funcionários da sua empresa para participar, coloque os executivos como mentores e avaliadores no dia final (quando se apresentam os pitchs). Apoie os eventos prévios e posteriores.

Comunidade de startups é muito mais do que patrocinar um evento de final de semana. Lembre-se disso! Você deve ir além, deve de fato ser um agente, buscar que seus funcionários e diretores se desenvolvam.

3. Ser SPONSOR de um espaço de inovação e estar em contato com essa galera

Várias empresas apoiam essa iniciativa e eu particularmente considero uma das mais bacanas. Vale até dar uma olhada nesta matéria sobre o que é um programa de mantenedores. Mas, cuidado! Botar grana, colocar a marca na entrada do espaço e frequentar o lugar uma vez por mês ou ir em alguns eventos não ajuda em nada. É jogar dinheiro fora.

Você deve estar presente sempre. Estar presente todos os dias é quando você enxerga as coisas acontecendo de verdade. Coloque alguém fixo no espaço para falar com as startups, fazer negócios, criar conexões valiosas, trazer empresários, marcar reuniões, comunicar abertamente as dores da sua empresa e onde você precisa de ajuda.

Comunique abertamente o porquê da sua empresa patrocinar aquele espaço, quais são suas dores e etc. Faça com que os empreendedores conheçam sua empresa e se engajem.

4. Ser MENTOR em diversas iniciativas

Se você é um executivo de uma grande empresa, por favor, se ofereça para ser mentor em Hackathons, Startups Weekends, programas de aceleração, rodadas esporádicas de mentorias dentro de espaços de coworking, eventos de inovação e etc.

Disponibilizar tempo para conversas abertas com startups dando feedbacks sobre seus produtos e serviços é uma das coisas que mais vão agregar para sua carreira, além de gerar MUITO VALOR para os empreendedores.

Os executivos de grandes empresas têm muito a oferecer, mas muitos ainda não sabem disso. Mergulhe no seu histórico profissional e abra-se completamente para compartilhar vivências e insights sobre inovação com os startupeiros.

5. Matchmaking NÃO transforma a corporação

Grandes empresas têm problemas complexos e uma única startup não será a solução para isso. Gustavo Araujo, sócio do Distrito, comenta sobre o tema: “É preciso pensar processos, arquitetura de tecnologia entre diversas startups e como tudo se integra com a arquitetura de tecnologia da grande empresa. É necessário construir um business case com ROI para aprovar investimentos e, acima de tudo, após ter esses pontos alinhados, é necessário ter capacidade de executar e acompanhar a transformação”.

Ir em eventos de inovação e se conectar a uma startup pode ser o começo, mas está longe de ser algo que mexe no ponteiro de grandes empresas.

6. Contrate alguém FORA DE SÉRIE para a vaga de “Corporate Innovator”

Uma empresa de saúde normalmente vai querer contratar uma pessoa experiente nessa área para a vaga de Corporate Innovator. Numa empresa de varejo, a mesma coisa. Qualquer que seja a vertical da corporação, se essa pessoa já trabalhou com inovação, em startups, ou tem perfil adequado para a vaga — independentemente da área da sua empresa – esse profissional pode ser super valioso para você. Tente trazer alguém novo para dar um ar de frescura para a companhia.

Essa nova pessoa deve usar as técnicas do Open Innovation para criar oportunidades inéditas para a corporação.

CONCLUSÃO

Siga os 6 pontos mencionados acima, mas com um plano bem definido. Você deve criar uma estratégia e entender aonde quer levar a sua empresa no processo de transformação digital.