Healthtech Summit 2021 – Confira como foi o evento
Artigo atualizado em 29 de outubro de 2021
Quais são as principais tendências e desafios quando falamos em inovação na saúde? Para responder essas perguntas, além de dar um contexto geral sobre os cenários de investimento do setor, realizamos dia 26 de outubro o Healthech Summit 2021. Os convidados presentes foram lideranças de diferentes players do mercado que debateram sobre questões importantes sobre o futuro desse ecossistema, como paciente e como consumidor, as novas tecnologias da área e as consequências da pandemia para o setor. Você pode conferir o evento completo no vídeo disponibilizado abaixo e ver os principais highlights de cada debate a seguir.
Abertura
A abertura do evento contou com nosso CIO Bruno Pina e Giovanni Guido Cerri, Presidente do Conselho de Inovação do Hospital das Clínicas. Giovanni abriu o debate falando sobre o Inova HC, um hub de inovação aberta localizado no Hospital das Clínicas administrado em parceria com o Distrito. O hub tem objetivo de estimular o empreendedorismo e inovação na área da saúde. O convidado lembrou ainda da importância de trabalhar conjuntamente com diversos agentes da sociedade para melhorar a saúde, como governo, acadêmicos, empreendedores e startups, pois segundo ele, “inovação só se faz de forma colaborativa”.
Panorama de Investimentos em Healthtechs no Brasil
O painel sobre investimentos contou com a participação de Nádia Armelin, Founder no Aggir Ventures; Diego Marrara, Partner no Distrito; Luiz Noronha, Partner na DNA Capital e Mario Lemos, Head of Innovation and Strategy na Novartis .
Ao debaterem sobre os motivos da evolução dos investimentos no país, falou-se sobre o imenso território para inovar quando há inúmeras dores a se resolver, como é o caso da saúde no Brasil. Foi falado também sobre um setor promissor para atração de investimentos, que são as plataformas que promovem cuidados integrados do paciente.
Outras oportunidades apontadas foram o uso de inteligência artificial e iniciativas com foco na prevenção.
Também falou-se que a verdadeira disrupção no cenário brasileiro é aumentar o acesso da população à saúde e torná-la eficiente, daí o importante papel do sistema de inovação em baixar custos e articular stakeholders por meio de tecnologia.
Soonicorns – O que falta para termos o primeiro unicórnio na saúde brasileira?
Para falar sobre os próximos unicórnios da saúde no Brasil, o Co-Founder & CEO do Distrito, Gustavo Araújo, recebeu representantes das startups que estão tendo sucesso no setor, como Thomaz Srougi, Founder & Executive Chairman na Dr. Consulta, Guilherme Azevedo, Founder na Alice e Ubirajara Maia, Vice-Presidente de Tecnologia e Produto na Bionexo.
Cada um contou sobre os desafios de manter a escalabilidade do seu negócio e trouxe a previsão de que estamos cada vez mais próximos de um unicórnio brasileiro, pois o cenário de healthtechs nacionais está bem aquecido. Também abordaram sobre os principais desafios do mercado, já que a saúde é uma área que envolve diretamente vidas e é importante evitar erros. A previsão apontada pelos participantes é que as startups que vão crescer e trazer mudanças significativas são aquelas que são fortemente focadas em inclusão, qualidade de serviços e experiências que criem conexão entre médico e paciente.
A evolução através do Digital no cuidado da Saúde Mental
Para falar sobre o tema da saúde mental, o evento trouxe Renata Simioni, Gerente de Saúde Corporativa no Grupo Boticário; Daniel Fatori, Psicólogo e Psiquiatra; Thiago Rodrigo, Psiquiatra e Luiz Roberto, Impact Ventures na Indigo.health.
Foram apresentadas pesquisas sobre saúde mental na pandemia, uma delas apontando o aumento da busca por terapia on-line.
Renata trouxe um grande aprendizado da área da saúde mental ao trabalhar com colaboradores do Grupo Boticário: parar de focar apenas no indivíduo para considerar o contexto em que ele está inserido. Para resolver verdadeiramente o problema, é preciso tocar em temas muitas vezes evitados pelas empresas, como carga de trabalho, remuneração e diversidade e inclusão.
O Dr Thiago apontou a importância de trabalhar a questão da educação do gestor, mostrar que a empresa pode ter uma melhor produtividade quando as pessoas cuidam de sua saúde mental e quando inseridas em um ambiente com menos pressão.
O que esperar da segunda onda da Telemedicina no pós-pandemia?
Para falar sobre o cenário da telemedicina depois de sua evolução durante a pandemia, o painel contou com Rodrigo Demarch, CIO no Hospital Albert Einstein; Guilherme Weigert, CEO no Grupo Conexa; Prof. Fabio Jatene, Vice-presidente do Conselho Diretor no Instituto do Coração (INCOR) e Lilian Arai, COO e Founder na Hackmed.
Falou-se sobre como a telemedicina tem um papel fundamental para apoiar modelos de gestão integrada, e de como ela é importante para o sistema encontrar modelos mais sustentáveis. A tecnologia também foi apontada como uma ferramenta fundamental para integrar a digitalização da saúde por meio de dados.
Um dos principais legados da pandemia apontada pelos participantes foi a mudança de mindset que permitiu com que médicos e pacientes começassem a aceitar esse tipo de atendimento.
Dentre os desafios esperados pelo setor estão a segurança de dados, a falta de acesso digital de parte da população brasileira e a dificuldade de não repetir erros do sistema de saúde, como a ineficiência.
E o que esperar da nova onda da telemedicina? Segundo os palestrantes, mais ferramentas de engajamento do paciente, tecnologias que levem o usuário a cuidar mais da sua saúde e dispositivos que garantem qualidade e segurança do atendimento
Lideranças de Inovação – O Paciente como Consumidor
O paciente como consumidor é o que tem guiado a fase atual do mercado da saúde, e para falar sobre o tema, recebemos Albery Dias, Diretor de Serviços Farmacêuticos na Pague Menos; Juliana Oizerovici, Co-Founder Head na RD; Hugo Begueto, Chief Digital Officer na Tem Saúde; Leonardo Gross, OneDigital Product Marketing Leader na GE Healthcare e Daniel Cavallete, Gerente Executivo de Novos Negócios no Grupo DPSP.
Hugo Begueto falou que percebeu no mercado um movimento das empresas de diversos setores buscando inserir saúde na base de seu negócio, ou seja, para os colaboradores.
Também falou-se sobre como o compartilhamento de dados pelas tecnologias ajuda no processo de personalização dos serviços e como as farmácias têm um importante papel nesta jornada do paciente.
Dentre os desafios levantados em relação ao tema, estão fazer com que os sistemas de tecnologia sejam integrados, tenham fluidez e caibam no bolso do consumidor
Jornadas do Médico e Paciente – Eficiência na Cadeia de Valor
Participaram deste debate Mirian Rodrigues, Head de Inovação e Tecnologia na GSK; César Filho, CEO e Co-Founder na WeCancer; Daniel Greca, Diretor de Negócios no Hospital Sirio Libanes e Stephanie Mazzolani, Innovation Manager no Distrito.
Os convidados debateram sobre a importância do papel do ecossistema de inovação em integrar diversos players para gerar cadeia de valor para médicos e pacientes, por exemplo, a promoção da educação continuada dos médicos.
Comentaram também sobre tecnologias que trouxeram mais inovação para essa cadeia de valor, como agendamentos e prescrições on-line, telemedicina e melhoria do suporte ao paciente por chatbots e internet das coisas.
Também foi comentado os legados da pandemia para a área, como a mudança de mindset para aceitar as tecnologias e a promoção do engajamento do paciente, ao fazê-lo entender que ele também tem um papel ativo no sistema de saúde.
Dentre os desafios levantados, está a mudança de mentalidade do setor conservador e o fardo para o profissional de saúde de ter que lidar com dados e tecnologias sem estar devidamente preparado.
Como uma estratégia de dados pode impulsionar o setor da saúde?
Este painel contou com Ana Carolina Cândido, Health Innovation no Hospital Albert Einstein; Guilherme Tavone, COO na Viveo; Fernando Barreto, CGO & Founder no Grupo 3778 e André Ballalai, Global Market Access na IQVIA.
Guilherme Tavone trouxe a experiência da Viveo, empresa que integra um ecossistema de produtos e serviços para o setor da saúde. Ele contou como a organização lida, organiza e toma decisões com dados para agregar produtos e conexões com o ecossistema.
Falou-se muito sobre os cuidados que se devem ter com a análise de dados preditivos, aquelas que lidam com o risco de um paciente desenvolver uma doença, para não emitir alertas que causem pânico aos pacientes e, assim, sobrecarreguem o sistema de saúde sem necessidade.