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CIO Emerging Tech Summit 2024: IA e suas aplicações em corporações

CIO Emerging Tech Summit 2024: IA e suas aplicações em corporações

27 de junho de 2024
6 minutos de leitura
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Artigo atualizado em 27 de junho de 2024

O CIO Emerging Tech Summit 2024 reuniu, no auditório da KPMG, em São Paulo, diversos especialistas e diretores de inovação que trouxeram reflexões acerca do potencial da IA e AI Workers, de hiperpersonalização e de confiabilidade, segurança e controle da IA para CIOs. Boa leitura!

Na terça-feira (11), a KPMG sediou o CIO Emerging Tech Summit 2024. O evento realizado pelo Distrito em parceria com a Oracle, Opah e KPMG trouxe grandes nomes do mercado de inovação para discutir oportunidades e experiências no setor, principalmente relacionadas à Inteligência Artificial.

E não é por acaso que essa tecnologia foi a temática principal do evento: segundo dados levantados pelo Distrito, a Inteligência Artificial representa mais de 60% do volume investido em startups de tecnologia emergente na América Latina, totalizando US$ 2,4 bilhões.

Portanto, com a crescente relevância da Inteligência Artificial no cenário corporativo, evidenciada pelo significativo volume de investimentos, o CIO Emerging Tech Summit 2024 se consolidou como um evento crucial para líderes e especialistas discutirem o futuro das tecnologias emergentes.

As palestras e debates proporcionaram insights valiosos sobre como a IA está moldando estratégias de inovação e transformando diversos setores. A participação de renomados profissionais destacou a importância da IA na condução das empresas rumo a um futuro mais eficiente e inovador.

A nova era dos AI Workers

No primeiro painel, Gustavo Araújo, CIO do Distrito, trouxe o conceito de AI Workers, ou Trabalhadores de Inteligência Artificial, que são sistemas avançados de IA projetados para executar tarefas que tradicionalmente exigiriam intervenção humana.

Essas tarefas podem incluir desde a automação de processos administrativos, análise de grandes volumes de dados, e até mesmo a tomada de decisões baseadas em algoritmos complexos.

Dionisio Agourakis, fundador da JAI, startup que permite que empresas terceirizem processos operacionais core para AI Workers, fala sobre as transformações permitidas pelos AI Workers.

Entramos em uma era onde a IA assume características multimodais, como o mais recente modelo do ChatGPT, e são capazes de ter conversas em tempo real e usar Processamento de Linguagem Natural (NLP) para entender contextos e aprender com interações.

Com essas habilidades, os AI Workers se introduzem no cotidiano corporativo, aumentando a eficiência, reduzindo custos operacionais e permitindo que as pessoas se concentrem em atividades mais estratégicas e criativas, transformando significativamente a dinâmica do ambiente de trabalho moderno.

Agourakis também destaca a diferença entre AI Workers e a Automação Robótica de Processos (RPA). Enquanto RPAs operam dados estruturados e baseados em regras pré-definidas, AI Workers realizam tarefas complexas baseadas em objetivos, sem a necessidade de dados estruturados, sendo um salto muito grande de automação e enriquecimento de processos.

Hiperpersonalização e a experiência do cliente

A hiperpersonalização foi assunto recorrente no CIO Emerging Tech Summit. Trata-se do uso de estratégias utilizando tecnologias como Inteligência Artificial e processamento de dados para criar experiências e ofertas altamente personalizadas para cada indivíduo, baseando-se em uma análise detalhada de seus dados comportamentais, históricos de compra, preferências e interações.

Leo Chaves, CEO e Founder da Infinity 6, plataforma de inteligência de dados, fala sobre a relação da personalização com o comportamento do consumidor. Sendo assim, o histórico de dados de clientes é o atributo mais importante para a eficiência de uma personalização de alta acurácia.

“Não é o dado pelo dado… é a estratégia no qual se extrai esse dado, porque você precisa torná-lo inteligente para que ele seja direcionador. Um dado não inteligente não direciona nada”

Os benefícios dessa estratégia são concretos, pois os níveis de conversão das iniciativas das empresas aumentam significativamente.

Levi Fonseca, Diretor Executivo de Serviços Financeiros, Vendas Diretas e Compras da C&A, comenta sobre como personalizar campanhas estrategicamente otimiza o tempo do cliente e aumenta sua satisfação e experiência de compra.

Quando se fala do papel da Inteligência Artificial na hiperpersonalização, a tecnologia permite atender às expectativas dos clientes em relação aos processos que entregam os serviços a eles.

Em outras palavras, ela é capaz de proporcionar um nível de análise e conclusão de processos mais rápido, fluido e com menos fricção.

Ao integrar a hiperpersonalização em suas operações, as empresas não apenas aumentam suas taxas de conversão, mas também fortalecem a lealdade do cliente e impulsionam o crescimento a longo prazo.

Como destacado pelos líderes do setor, a chave está em transformar dados em estratégias inteligentes, proporcionando um ciclo contínuo de melhorias e inovações no relacionamento entre cliente e empresa.

Segurança na implementação de IA por empresas

O evento também aproveitou para falar sobre segurança na utilização de Inteligência Artificial por corporações, pois o uso crescente desta tecnologia também traz consigo uma série de riscos significativos que não podem ser desconsiderados.

Ricardo Santana, sócio-líder de análise de dados da KPMG, aponta que o primeiro grande risco na implementação de soluções de IA por empresas é o vazamento de dados e como as empresas devem ter cuidados ao lidar com seus dados internos de maneira segura.

Nesse sentido, ele cita que as corporações devem se adequar a ética do uso de IA e com isso, adotar algumas estratégias de uso:

  • garantir a segurança de seus dados;
  • garantir a segurança no uso dos dados e das tecnologias;
  • definir uma arquitetura de referência que irá proteger os dados;
  • criar uma governança.

Diante disso, Santana relembra que, no Brasil, existe um projeto de lei (PL 2.338/2023) para o uso de IA que visa estabelecer normas gerais para o desenvolvimento, implementação e uso de sistemas de IA no país.

Assim, protegendo os direitos fundamentais e garantindo a implementação de sistemas seguros e confiáveis que beneficiem as pessoas, a democracia e o desenvolvimento científico e tecnológico.

Outro aspecto comentado foi a maneira no qual os dados são utilizados. Paulo Campos, Founder e CTO na Think AI, empresa especializada em IA Generativa e tecnologia de ponta, discute a importância do cuidado com a fonte e o uso dos dados.

Origem dos Dados: É crucial saber de onde os dados vêm. Dados de fontes confiáveis garantem que as informações sejam precisas e úteis para os modelos de IA.

Processamento dos Dados: É igualmente importante saber como os dados serão processados e por quem. Quando se utiliza um provedor ou modelo de terceiros, deve-se garantir que esse provedor esteja processando os dados de maneira confiável e segura.

Portanto, tanto a origem quanto o processamento dos dados são críticos para garantir a qualidade e a confiabilidade das soluções de IA desenvolvidas. Não deixe de assistir à transmissão completa do evento e descubra ainda mais como essas inovações podem transformar a sua empresa!