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Clarke Energia, que viabiliza contratos no Mercado Livre de Energia, capta R$ 6,6 mi

Clarke Energia, que viabiliza contratos no Mercado Livre de Energia, capta R$ 6,6 mi

3 de dezembro de 2021
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Artigo atualizado em 3 de dezembro de 2021

O Mercado Livre de Energia é um ambiente de negócios em que as empresas geradoras, comercializadoras e consumidoras podem negociar o fornecimento de energia elétrica livremente e de acordo com a autorização de órgãos reguladores. Nesse Mercado, os contratos de compra e venda de energia elétrica são firmados diretamente entre o fornecedor e as organizações consumidoras, que podem escolher o melhor serviço segundo os seus próprios critérios. Atualmente, empresas com demanda de energia de no mínimo 500 kW e no máximo 1.500 kW podem negociar no Mercado apenas com provedores que produzem energia a partir de fontes que recebam estímulos, como a solar e a eólica. Já empresas com demanda a partir de 1.500 kW são livres para contratar de quaisquer fontes.

Pois bem: fundada em 2019, a Clarke Energia é uma startup que opera como marketplace do Mercado Livre de Energia, fazendo a ponte entre fornecedores de energia e empresas com conta de luz a partir de R$ 10 mil. O que a Clarke faz é unir cargas de empresas menores para que, juntas, elas alcancem os 500kW de demanda mínimos exigidos para entrar no Mercado. A startup ainda cuida de toda a parte burocrática do processo, desde o primeiro contato das empresas com as distribuidoras até a gestão da economia na fatura após a migração para o novo provedor. Segundo a Clarke, suas companhias clientes economizam até 30% na conta de luz graças aos novos contratos assinados no Mercado através da plataforma da startup. Em sete meses, a Clarke intermediou cinquenta contratos, para organizações como: Burger King, Dr. Consulta, Le Cordon Blue, Maple Bear, Mobly, e Habib’s.

Nessa quarta-feira, dia 1, a Clarke Energia anunciou um aporte de R$ 6,6 milhões liderado pela EDP Ventures Brasil, braço de venture capital da EDP, empresa global no setor de energia e que opera há mais de vinte anos no Brasil. A EDP também participou da rodada semente da Clarke, ocorrida em abril do ano passado. ‘Acreditamos na solução da Clarke e no impacto que ela traz para as empresas. São serviços que encontram sinergia com áreas da operação da EDP. Nosso segundo investimento na Clarke demonstra nosso compromisso em apoiar as startups do nosso portfólio com o nosso conhecimento do mercado, além do suporte das nossas áreas de negócios, para que possam alcançar todo o seu potencial’, destaca Carlos Andrade, vice-presidente de Clientes da EDP no Brasil.

A rodada foi acompanhada pela CSN Inova Ventures, fundo de corporate venture capital da Companhia Siderúrgica Nacional, que tem como objetivo utilizar a solução da Clarke para levar economia e opções mais sustentáveis de energia para a sua cadeia de suprimentos e parceiros comerciais. Também participou do investimento a Niu Ventures, com a aposta de que a Clarke tem todas as características visadas por investidores do Vale do Silício: time excepcional, crescimento exponencial e um mercado gigantesco prestes a ser transformado pela tecnologia. ‘Fizemos essa captação pois são investidores extremamente estratégicos. Eles estão entre uns poucos que investem em energia e, além de toda bagagem no desenvolvimento de tecnologia, também serão parceiros comerciais que vão nos ajudar a criar a maior gestora de clientes livres do Brasil”, afirmou o CEO e cofundador da Clarke Energia, Pedro Rio.

Ainda segundo Pedro, o mercado brasileiro de energia é pouco competitivo e possui estrutura regulatória engessada. O que pode mudar esse cenário é a PL 414, apresentada no início deste ano e que tenciona aprimorar o modelo regulatório e comercial do setor elétrico no Brasil com vistas à expansão do Mercado Livre. Atualmente, o projeto está aguardando despacho do presidente da Câmara dos Deputados. Obviamente, o mercado nacional de energia é enorme, e ainda está apenas no começo da disrupção. Aliás, junto com os empreendedores Rodrigo Camargo e Victor Copque, o propósito de Pedro Rio ao fundar a Clarke Energia era justamente levar a tecnologia digital para um setor tradicionalmente analógico. Estão conseguindo, e os números dos últimos sete meses não mentem: R$ 30,6 milhões de GMV (Gross Margin Value) e um crescimento de 28% ao mês. Com o investimento, a meta é chegar em seiscentos clientes, R$ 800 milhões de GVM e, assim, ser a maior gestora de clientes livre do Brasil.