A trajetória na inovação de Daniela Pizzolatto, da Danone Nutricia
Artigo atualizado em 25 de março de 2021
Embora existam diversos cursos e especializações na área de inovação, nada melhor do que aprender na prática. Por ser uma área relativamente nova, o mercado de trabalho proporciona diversas oportunidades de desenvolvimento, principalmente para estudantes em período de estágio.
Foi dessa forma que Daniela Pizzolatto construiu sua carreira em inovação corporativa e adquiriu vários conhecimentos no caminho. Hoje ela é Gerente de Novos Negócios da Danone Nutricia, divisão de nutrição especializada da Danone no Brasil.
Como parte de suas ações para fomentar a equidade de gênero dentro da inovação, o Distrito compartilha as histórias de diversas executivas mulheres em uma série de artigos durante o mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher. Conheça a trajetória de Daniela Pizzolatto e seus maiores aprendizados na carreira em inovação.
Carreira corporativa na inovação
Daniela Pizzolatto teve contato com a Inovação logo em sua primeira experiência de trabalho, em 2011. Quando ainda cursava Propaganda & Marketing, entrou como estagiária de Planejamento Estratégico na CPFL Energia, considerada uma das maiores empresas do setor elétrico brasileiro. “De início, não era o que eu imaginava para a minha carreira, mas logo na entrevista já achei incrível a possibilidade de trabalhar com inteligência competitiva, mapeando novas tendências tecnológicas para apoiar o planejamento estratégico da empresa”, conta.
No momento em que iria ser efetivada, a empresa estava se reestruturando e construindo a área de Inovação, por isso Daniela pediu para mudar para essa nova frente. “Eu vi como uma oportunidade de continuar tendo contato com perspectivas diferentes e trazer isso para o negócio”. Daniela apoiou a gestão na construção da área, garantindo que os projetos de inovação tivessem ligação com o planejamento estratégico da corporação.
Durante os seis anos em que trabalhou na CPFL, Daniela coordenou diversos projetos, incluindo o trabalho com a cultura de inovação. Até que surgiu a oportunidade de ir para a Porto Seguro e atuar na Oxigênio Aceleradora. Daniela era o ponto focal das startups aceleradas e conduziu alguns programas de intraempreendedorismo. “Foi lá onde, de fato, eu aprendi muito sobre inovação aberta”, afirma.
Em setembro de 2019, após dois anos e meio na Porto Seguro, Daniela foi para a Danone Nutricia, com a missão de construir a área de Novos Negócios junto com a nova equipe. “Abrimos várias iniciativas de inovação aberta. Conexões com startups, universidades, outras indústrias. Conexões com o ecossistema como um todo”.
Aprender fazendo
Embora tenha feito especialização em Gestão Estratégica de Empresas e um MBA em Business Innovation, Daniela acredita que adquiriu a maior parte dos seus conhecimentos por meio da carreira. “Eu acabei aprendendo muito sobre inovação fazendo”, afirma.
Durante a faculdade, apesar de ainda não pensar em trabalhar com inovação, Daniela conta que sempre foi uma pessoa curiosa e que contribuia com insights nos trabalhos em equipe. “Eu acho que já tinha em mim esse bichinho da inovação, da criatividade e da colaboração”, reflete. Ao começar a ter contato com perspectivas e visões diferentes, foi quando Daniela descobriu que gostaria de trabalhar com isso. “Eu adorava descobrir coisas novas, como um projeto disruptivo em outro país, e instigar as pessoas para trazer isso para a empresa”.
Para Daniela, inovação é sempre tentar fazer algo de forma diferente para agregar valor no final. “Existem várias frases que explicam inovação e uma das que eu mais gosto é: ‘a inovação é uma boa ideia com uma nota fiscal emitida’. Ou seja, a ideia precisa ter valor percebido”.
O valor da colaboração
Daniela Pizzolatto também valoriza a colaboração entre várias partes, muito presente no processo de inovação. “Em toda minha carreira eu trabalhei com um olhar multidisciplinar para várias áreas. Não sou especialista em nenhuma área, mas como profissionais da inovação temos que conhecer muito sobre todos os negócios da empresa”, explica.
O que contribuiu ainda mais para essa construção horizontal de conhecimento foi Daniela ter trabalhado em diferentes setores: energia, seguros e agora bens de consumo em saúde. “Essa visão me ajuda a fazer conexões entre minhas próprias experiências. Acredito que esse seja um princípio bem forte da inovação, de já pegar coisas que existem e trazer para a sua realidade de uma nova forma”.
Um dos projetos de inovação aberta do qual Daniela mais se orgulha de ter feito parte é a parceria entre Danone e Leroy Merlin, rede de varejo de materiais de construção. Apesar de serem de indústrias muito diferentes, as empresas se uniram por terem uma dor em comum: sustentabilidade e economia circular.
Assim foi criado um projeto que selecionou uma startup para dar nova vida aos resíduos plásticos das embalagens da Danone e transformá-los em produtos que serão vendidos nas Lojas Leroy Merlin, em uma cadeia circular de produção. “Eu me orgulho muito desse projeto, porque a ideia surgiu na divisão Nutricia, mas foi ampliado para toda a empresa.”
Entrevista
1. Você trouxe algum aprendizado da carreira em Inovação para sua vida?
A primeira coisa acho que foi aprender a lidar com falhas e frustrações. Quando passei a ter contato com startups, vi que a realidade do empreendedor realmente não é fácil e nem todos os projetos pelo qual você se apaixona vão para frente. Eu vejo que muita coisa acaba não se concretizando, por diversos motivos, mas é importante ver o valor do aprendizado nesse processo. Com certeza, isso é algo que eu trago da minha carreira para a vida pessoal.
2. Como você vê a evolução da inovação dentro das empresas?
Eu acho que o principal ponto de evolução foi na mentalidade das pessoas que trabalham nesse meio. Com a pandemia então, mais do que nunca. Hoje, muitas empresas já sabem que é preciso olhar para o longo prazo e trazer um diferencial para se manter relevante, não dá para ficar só apagando incêndio.
Com todas as tecnologias que existem hoje, o poder de decisão do consumidor mudou completamente e isso faz com que as empresas corram atrás. Não é mais o que a empresa impõe, é o que o consumidor quer.
Apesar disso, é um aprendizado constante. Não existe uma receita de bolo e por isso as empresas compartilham muitas experiências entre si. Mesmo as grandes empresas que já são referência nessa área, estão sempre crescendo e evoluindo.
3. Quando você começou a ter contato com o Distrito?
Eu já tinha ouvido falar no Distrito quando trabalhava na Porto Seguro. Eu assinava o relatório Inside Fintech, já que a empresa tinha o segmento de cartões. Quando eu entrei para a Danone, o hub de healthtec Distrito InovaHC tinha acabado de inaugurar e como a Danone Nutricia tem foco em saúde e bem-estar, decidimos iniciar nossa parceria para se conectar com o ecossistema. Nos encantamos pela visão de colaboração de todo o time.