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Fintechs latino-americanas captaram US$ 15 bi desde 2014

Fintechs latino-americanas captaram US$ 15 bi desde 2014

22 de julho de 2024
5 minutos de leitura
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Artigo atualizado em 22 de julho de 2024

O setor Fintech na América Latina continua em expansão, destacando-se pela capacidade de adaptação às novas demandas tecnológicas e regulatórias do setor financeiro.

O relatório FinTech Report 2024 do Distrito oferece uma visão detalhada desse cenário. Ele aborda aspectos como o crescimento dessas startups, investimentos recebidos, tendências emergentes e previsões para o futuro.

Neste post, apresentamos um resumo dos principais pontos discutidos no relatório, fornecendo insights para atuantes e entusiastas do setor de finanças. Saiba mais!

Panorama de Mercado

Até o primeiro semestre de 2024, a América Latina contava com 2712 fintechs ativas, sendo 58,7% dessas startups de origem brasileira.

O período de 2012 a 2019 foi marcado por um crescimento acelerado, com um aumento significativo no número de novas fintechs, especialmente no Brasil. Após o pico de 2019, houve uma desaceleração no ritmo de novas fundações, possivelmente devido à saturação do mercado e à alta competição.

No entanto, as fintechs permanecem resilientes, desempenhando um papel crucial na transformação dos serviços financeiros.

Brasil é líder em volume de captação. 

Nesse contexto, os investimentos em fintechs latino-americanas somaram cerca de US$ 15,6 bilhões nos últimos 10 anos. E o Brasil lidera em volume de investimentos, representando mais de US$ 10 bilhões captados desde 2014.

Em 2021, o setor registrou um pico de US$ 5,7 bilhões em 363 deals, impulsionado pela necessidade de digitalizar serviços financeiros por conta do distanciamento social.

Entretanto, nos anos posteriores, os investimentos sofreram uma retração, mas 2024 mostra sinais de recuperação, pois já soma U$ 2,2 bilhões aportados até o momento.

No que diz respeito às rodadas de investimento, essas variam conforme o estágio de desenvolvimento das startups, com destaque para as séries B e C.

Movimentos recentes do setor financeiro

Ao olhar para as movimentações do mercado, responsáveis por propiciar um ambiente favorável a novas soluções desenvolvidas por essas startups, o Banco Central do Brasil se destaca como um dos principais catalisadores de mudanças.

Iniciativas como o Pix, Drex e o desenvolvimento do Open Finance são exemplos disso. Em 2024, o Pix representou 17% de todas as vendas online na América Latina, por exemplo.

Diante disso, o BC planeja a abertura do código-fonte do Pix, visando ampliar sua adoção internacional por países parceiros. Em 2025, ele também pretende disponibilizar o Pix por aproximação em parceria com carteiras digitais como Google e Pay e Apple Pay.

Paralelamente, o Drex, a moeda digital brasileira, se encontra em fase de testes pelo Banco do Brasil e seus funcionários.

Regulamentações para o Banking as a Service (BaaS) também fazem parte dos planos da instituição financeira, que pretende rodar consultas públicas ainda esse ano.

Por fim, mudanças tributárias agora permitem às fintechs brasileiras apurar o Imposto de Renda com base no lucro presumido. Isso potencialmente reduz a carga tributária delas em até 50%.

Tendências: da Inteligência Artificial ao Blockchain

O setor de fintechs sempre esteve na vanguarda da inovação, implementando soluções nunca antes vistas no setor financeiro.

Para que isso seja possível, tecnologias emergentes são utilizadas por essas startups. Em 2024, destaca-se o uso da Inteligência Artificial, Inteligência Artificial Generativa, Tokenização e Finanças Descentralizadas em redes Blockchain.

Inteligência Artificial e Segurança

A adoção da IA está transformando o setor, com aplicações que vão desde automação de processos a fim de prevenir de fraudes. O crescimento das fraudes financeiras, impulsionado pela digitalização acelerada e pelo aumento das transações online, tornou a segurança uma prioridade para as fintechs.

Segundo a Aliança Antigolpe Global, 41% dos brasileiros foram vítimas de golpes financeiros, resultando em perdas de R$ 325,2 bilhões em um ano​​.

Diante disso, a IA Generativa está emergindo como uma tendência promissora, com potencial para adicionar bilhões em valor ao setor bancário global.

Tecnologias como Know Your Customer (KYC) ou “Conheça Seu Cliente”, Know Your Business (KYB) ou “Conheça seu Negócio” e Prevenção à Lavagem de Dinheiro (PLD) estão sendo aprimoradas com o uso de IA, aumentando a segurança e a eficiência.

Tokenização e Finanças Descentralizadas (DeFi)

A tokenização de ativos está ganhando tração, permitindo a transformação de ativos reais em tokens digitais negociáveis. Essa tecnologia facilita a posse fracionada e a negociação de ativos de maneira mais eficiente e transparente.

No Brasil, ela está sendo impulsionada pelo lançamento do Drex, que facilita a negociação de tokens através de uma moeda digital segura e regulada. A tokenização também possibilita a criação de novos produtos financeiros, como títulos digitais e frações de ativos, aumentando a liquidez do mercado.

Portanto, essa tendência decorre da necessidade de maior eficiência e transparência nas transações financeiras, além da crescente demanda por novos instrumentos de investimento.

Segundo pesquisa realizada pelo Market Research Future, o mercado de tokenização está projetado para crescer de US$ 6,8 bilhões em 2024 para US$ 23,4 bilhões até 2032, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 19,6%​​.

Além disso, as Finanças Descentralizadas (DeFi) também estão em crescimento, oferecendo serviços financeiros sem intermediários tradicionais, como bancos. Plataformas de empréstimos peer-to-peer, exchanges descentralizadas e ferramentas de gestão de ativos são exemplos de aplicações DeFi.

Essa tendência é impulsionada pela busca por maior inclusão financeira e pela redução de custos e burocracias associadas aos serviços financeiros tradicionais.

Assim, o FinTech Report 2024 destaca a robustez e a vitalidade das fintechs na América Latina. Com investimentos significativos, inovações tecnológicas e um ambiente regulatório em evolução, as fintechs continuam se posicionando como um agente de impacto na economia do país e do continente. Saiba mais acessando o relatório!