
GPT: o que significa a sigla do ChatGPT da OpenAI?
Artigo atualizado em 8 de maio de 2025
A sigla GPT (Generative pre-trained transformer), ou “Transformadores generativos pré-treinados” em português, representa uma família de modelos de linguagem avançado desenvolvida pela OpenAI, empresa e laboratório de inteligência artificial estadunidense.
Esses modelos são um tipo de grande modelo de linguagem (LLM) que utiliza aprendizado profundo, ou deep learning, e redes neurais para processar e gerar conteúdo.
Impulsionando ferramentas amplamente conhecidas como o ChatGPT e outras aplicações de IA generativa, a tecnologia GPT permite a criação de textos, imagens, áudios e até códigos a partir de comandos do usuário, ou seja, prompts.
Neste artigo, vamos entender a fundo o que significa GPT, como essa tecnologia funciona e qual o seu impacto no cenário atual da inteligência artificial. Confira o que você vai encontrar:
- O que é e o que significa?
- Como os Modelos GPT Funcionam na Prática
- Tipos de modelos, sua trajetória e evolução
- Aplicações e Casos de Uso
- Desafios e Considerações Éticas
- Conclusão
O que é GPT e o que significa?
Conforme mencionado, GPT é a sigla para “Generative pre-trained transformer”, que pode ser traduzida como “Transformadores generativos pré-treinados”. Essa definição encapsula os três pilares fundamentais da tecnologia:
- Generativo: Significa que o modelo é capaz de criar novos conteúdos, sejam textos, imagens ou outros formatos, que se assemelham a resultados criados por humanos. O modelo gera dados novos aplicando padrões e a estrutura de seus dados de pré-treinamento às entradas do usuário.
- Pré-treinado (Pre-trained): Indica que o modelo passou por uma fase inicial de treinamento extensivo em vastos conjuntos de dados não rotulados. Esse pré-treinamento ensina o modelo a detectar padrões na linguagem, tornando-o apto a fazer previsões precisas.
- Transformador (Transformer): Refere-se à arquitetura de rede neural subjacente. Essa arquitetura, introduzida por pesquisadores do Google em 2017, é particularmente eficaz para processar sequências de dados, como texto. Ao contrário de modelos mais antigos que processavam dados sequencialmente, os transformadores podem analisar frases ou sequências inteiras de uma vez, compreendendo as relações entre as palavras independentemente da distância entre elas.
Portanto, um modelo GPT é, de forma simplificada, um transformador que foi pré-treinado em uma grande quantidade de dados para ser capaz de gerar conteúdo novo, inédito. Esses modelos fazem parte da família dos grandes modelos de linguagem (LLMs), ou large language models, que utilizam aprendizado profundo.
Leia mais: Entenda tudo sobre o funcionamento da Inteligência Artificial!
Como os modelos GPT funcionam na prática
O funcionamento de um modelo GPT envolve analisar uma sequência de entrada e usar matemática complexa para prever a saída mais provável.
Em sua essência, ele utiliza probabilidade para identificar a próxima palavra mais adequada em uma frase, considerando todas as palavras anteriores.
Essa capacidade de entender o contexto e gerar respostas relevantes é alimentada por seu treinamento em bilhões de fontes de dados textuais disponíveis publicamente na internet.
A base do poder dos modelos GPT reside em dois aspectos principais:
- Pré-treinamento Generativo: Conforme explicado anteriormente, este processo ensina o modelo a detectar padrões em dados não rotulados, permitindo que ele aplique esses padrões a novas entradas. É uma forma de aprendizado não supervisionado.
- Arquitetura Transformer: Essa arquitetura possibilita que o modelo processe todas as partes de uma sequência de entrada em paralelo. Isso é crucial para estabelecer as chamadas “dependências de longo alcance”, que são as relações entre tokens (unidades de palavras ou partes delas) distantes em uma sequência.
A arquitetura transformer utiliza módulos como encoders e decoders, além de mecanismos de autoatenção.
Os mecanismos de autoatenção são a característica distintiva dos transformadores, permitindo que eles processem a sequência de entrada inteira de uma só vez e direcionem sua “atenção” para os tokens mais importantes, onde quer que estejam localizados na frase.
Os encoders mapeiam os tokens de entrada para um espaço vetorial (conhecido como “embedding”), atribuindo pesos para determinar a importância relativa.
Os decoders, por sua vez, preveem a resposta estatisticamente mais provável com base nos embeddings preparados pelos encoders, utilizando os mecanismos de autoatenção para identificar as partes mais importantes da entrada.
Tipos de modelos GPT, sua trajetória e evolução
A jornada dos modelos GPT começou com a OpenAI, que tem permanecido na vanguarda do desenvolvimento de IA generativa. A arquitetura transformer foi inventada por pesquisadores do Google em 2017, mas o primeiro modelo GPT foi criado pela OpenAI em 2018.
GPT-1: O ponto de partida
Lançado em 2018, o GPT-1 foi o primeiro modelo a demonstrar o potencial do pré-treinamento em grandes volumes de texto. Com 12 camadas transformer e 110 milhões de parâmetros, ele serviu como uma prova de conceito.
Embora impressionante para a época, o GPT-1 era limitado em tarefas complexas e propenso a “alucinações” (gerar informações incorretas como se fossem fatos).
GPT-2: Ampliando as capacidades
Em 2019, o lançamento do GPT-2 marcou um avanço significativo ao escalar o modelo. Com 48 camadas transformer e 1.5 bilhão de parâmetros, o GPT-2 era capaz de gerar texto mais coerente e contextualmente relevante.
Sua versatilidade permitiu o uso em criação de conteúdo automatizado e chatbots. No entanto, preocupações com o uso indevido (como gerar notícias falsas ou conteúdo prejudicial) levaram a OpenAI a liberar o modelo em etapas.
GPT-3: O salto exponencial
Lançado em 2020, o GPT-3 representou um salto gigantesco em escala e desempenho. Com 96 camadas transformer e notáveis 175 bilhões de parâmetros — cem vezes mais que o GPT-2 — seu treino se baseou em centenas de bilhões de palavras de diversas fontes.
Suas capacidades eram sem precedentes, permitindo conversas mais naturais, escrita de textos variados (ensaios, poesia, código), tradução e mais. O GPT-3 revolucionou o atendimento ao cliente com chatbots mais naturais e a criação de conteúdo com texto de alta qualidade.
A versão gratuita do ChatGPT, inclusive, ainda é baseada no GPT-3.5. Apesar dos avanços, o GPT-3 ainda apresentava limitações, como gerar conteúdo factualmente incorreto ou enviesado.
GPT-4 e GPT-4o: A nova geração
Lançado no início de 2023, o GPT-4 é a versão mais poderosa da OpenAI até o momento. Embora a OpenAI não divulgue o número exato de parâmetros, estima-se que o GPT-4 tenha trilhões, uma arquitetura mais sofisticada e otimizada que seus predecessores.
Ele supera modelos anteriores em qualidade de conteúdo e na evitação de vieses, sendo a base da versão premium do ChatGPT. Contudo, é também o modelo que mais consome recursos.
Em maio de 2024, a OpenAI anunciou o GPT-4o (a letra ‘o’ significa ‘omni’), um modelo multilíngue e multimodal. O GPT-4o possui a capacidade de processar entradas de áudio, visual e texto em tempo real.
Além disso, segundo a OpenAI, o GPT-4o é 50% mais barato e duas vezes mais rápido na geração de texto do que o GPT-4 Turbo.
GPT-5
Em abril de 2025, Sam Altman, fundador da OpenAI, anunciou que o adiamento do lançamento do GPT-5. O comunicado, feito pelo X (antigo Twitter), explicou que a decisão tem como objetivo garantir que o modelo atinja todo o seu potencial em capacidades como raciocínio avançado, processamento multimodal e maior versatilidade de uso.
Segundo Altman, o desenvolvimento do GPT-5 tem sido mais complexo e custoso do que o previsto, exigindo mais tempo para que todos os elementos técnicos possam ser integrados de forma eficaz. Ele também ressaltou que a OpenAI quer estar preparada para uma demanda sem precedentes assim que o modelo for lançado.
Enquanto isso, a empresa disponibilizou versões intermediárias — GPT‑4.1, GPT‑4.1 mini e GPT‑4.1 nano — como forma de manter a evolução contínua de seus modelos antes da chegada oficial do GPT-5.
Modelos especializados
Com a evolução da tecnologia, surgiram modelos GPT especializados para atender a necessidades específicas. Alguns exemplos notáveis incluem:
- ChatGPT: Adaptado para interações conversacionais, utilizando GPT-3 ou GPT-4 para diálogos em tempo real. É ajustado para manter conversas coerentes e contextualmente relevantes.
- Codex: Uma variante do GPT-3 focada em programação. Ele impulsiona ferramentas como o GitHub Copilot, auxiliando desenvolvedores a escrever e depurar código.
- DALL·E: Embora tenha base na arquitetura GPT, o DALL·E tem o objetivo de gerar imagens a partir de descrições textuais. Isso demonstra a flexibilidade da tecnologia GPT para além de tarefas puramente textuais.
Aplicações e casos de uso de GPT
A flexibilidade dos modelos GPT permite uma vasta gama de aplicações práticas no dia a dia e em diversos setores. Alguns dos principais casos de uso incluem:
- Criação de Conteúdo: Desde artigos de blog e e-mails até posts para redes sociais, os modelos GPT podem gerar rascunhos ou textos completos, otimizando fluxos de trabalho para criadores de conteúdo.
- Chatbots e Assistentes Virtuais: Capacitados por GPT, chatbots podem oferecer interações mais naturais e contextualmente conscientes, revolucionando o atendimento ao cliente.
- Geração de Código: Modelos GPT podem aprender linguagens de programação e auxiliar desenvolvedores, gerando trechos de código e ajudando na depuração.
- Tradução de Idiomas: Aplicativos baseados em GPT podem traduzir idiomas em tempo real, tanto de fontes escritas quanto de áudio.
- Resumo de Conteúdo: GPT pode processar documentos extensos, como relatórios ou artigos, e gerar resumos concisos.
- Análise de Dados: Embora não seja uma ferramenta de análise de dados por si só, integrada via APIs, GPT pode processar grandes volumes de dados e fornecer insights em formatos compreensíveis.
- Saúde: Há estudos explorando o potencial do GPT na área da saúde, como acesso consistente para pacientes em áreas remotas ou opções de cuidado personalizado.
Esses exemplos ilustram como a tecnologia GPT se tornou uma aliada poderosa para otimizar tempo e realizar atividades de complexidade variada.
Desafios e considerações éticas
Apesar dos notáveis avanços e do vasto potencial, é fundamental estar ciente dos desafios e riscos associados ao uso de modelos GPT. Organizações e indivíduos que desejam integrar GPT em seus processos devem considerar:
- Produção de Conteúdo Impreciso: Modelos de IA generativa, incluindo GPT, estão sujeitos a “alucinações”, gerando informações factualmente incorretas ou sem base. Assim, é crucial verificar a veracidade das informações.
- Viés do Modelo: Como os modelos recebem treinamento por meio de grandes volumes de dados da internet, que podem conter visões enviesadas ou discriminatórias, a IA pode gerar respostas que refletem esses vieses.
- Privacidade e Confidencialidade de Dados: Dados inseridos em modelos GPT podem ser usados para processar outras consultas e até para treinar modelos futuros pela OpenAI. Isso representa um risco de segurança para dados confidenciais e pode violar obrigações legais ou contratuais de proteção de dados.
- Violações de Propriedade Intelectual: Modelos como GPT são treinados em materiais protegidos por direitos autorais. O conteúdo gerado pela IA pode, acidentalmente, conter material protegido, levantando preocupações sobre direitos autorais e conflitos de propriedade intelectual. Casos como o processo do The New York Times contra a OpenAI e a alegação da atriz Scarlett Johansson sobre a imitação de sua voz destacam essas preocupações.
Assim, abordar esses riscos é essencial para garantir o uso responsável e ético da tecnologia.
Conclusão
Portanto, a tecnologia GPT, desde suas primeiras versões até os modelos multimodais mais recentes, redefiniu o campo da inteligência artificial e a forma como interagimos com as máquinas, no cotidiano e no trabalho. Compreender o que é GPT, seus mecanismos e sua evolução é fundamental para navegar na paisagem digital atual.
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