Como a KPMG se mantém relevante com a ajuda da Inovação Aberta
Artigo atualizado em 8 de julho de 2020
Focada em auditoria e consultoria, a KPMG coleciona números grandiosos: presente em 147 países, são 219 mil colaboradores ao redor do mundo, 5 mil deles só no Brasil.
No entanto, ao olhar para o futuro, a empresa, que foi fundada em 1987, nos Países Baixos, e iniciou suas operações no Brasil em 1915, sentiu que o mundo estava se transformando mas que a oferta de valor da consultoria não mudava na mesma velocidade. Para se manter relevante, portanto, seria preciso inovar.
Para isso, uma das soluções encontradas pela empresa foi a aplicação de Inovação Aberta para criação de uma nova oferta. Assim, desenvolveu a Leap, aliança estratégica entre a KPMG e o Distrito, hub de inovação que conecta empreendedores, startups, empresas e investidores para inovar.
Desafio
O princípio da consultoria sempre foi o de agregar valor oferecendo um conhecimento que a empresa contratante não possui ou que precisa de suporte
O problema é que, atualmente, o acesso à informação é muito mais descentralizado. Há diversas maneiras de acessar um conhecimento, a partir de diferentes fontes. É nesse contexto que, de acordo com a decoder da KPMG & Distrito Leap, Thammy Marcato, “esse proprietarismo de conhecimento, que sempre dominou o mundo da consultoria, perde valor”.
“A hipótese da Leap é a de que o que vai destruir o mundo da consultoria é literalmente a sede pelas verdades absolutas”, conta a profissional. Para ela, as consultorias do futuro não vão ser mais donas das informações, mas sim uma espécie de “orquestradoras”: grandes hubs que entendem as dificuldades do cliente e articulam formas de fazer com que aquela necessidade seja atendida, participando com eles deste processo.
Estratégia
A empresa, então, através de um posicionamento visionário, fez diversos investimentos em iniciativas estratégicas que pudessem apoiá-la nesta transformação. A Leap, uma destas iniciativas, aborda a nova maneira de entregar valor, sendo uma aceleradora de corporações através do ecossistema.
“A base da Inovação Aberta vem daí, dessa necessidade de se conectar para manter relevância”, conta Thammy Marcato.
Para ela, a Inovação Aberta é essencial para alavancar ativos para que se consiga coordenar uma geração de valor, evitando ineficiências ao buscar “reinventar a roda”. “No momento em que você trabalha aberto, você tem muito mais informação, mais dados, mais capacidade de deploy, mais disponibilidade de ativos”, conta. “Há uma geração de valor que é maior do que a soma das partes”.
Inspirado por isto, a Leap (em conjunto com o Distrito Dataminer) participa ativamente do ecossistema e para acompanhar os movimentos de mercado e as startups, levanta constantemente informações sobre milhares de startups brasileiras, buscando fornecer conhecimento relevante sobre este espaço em constante atualização.
Solução
Criada em 2018, a Leap busca resolver problemas centrais dos negócios, reunindo o mundo corporativo mais tradicional e o ecossistema de Inovação Aberta em um novo formato de consultoria.
O objetivo é conectar empreendedores, investidores e universidades para solucionar problemas de grandes empresas, rompendo os vieses estabelecidos para se gerar inovação de impacto, em linhas de código, e não apenas em relatórios de powerpoint.
A ideia já está acontecendo na prática: o objetivo é entregar para os clientes uma solução transformacional e digital, o que inclui repensar mindset, cultura, operações e dinâmica organizacional. Como explica Thammy, “a Leap tem um posicionamento muito claro, que está relacionado com a orquestração do ecossistema. Existem formas de fazer Inovação Aberta. Quando estamos elaborando um projeto, o centro não é a visão da empresa e, sim, a oportunidade e seu potencial de geração de valor”.
É importante compreender que o trabalho realizado é muito distante do matchmaking, em que se resolve um problema pontual e encontra-se uma startup que ajude nesse processo. A Leap não acredita que apenas conectar startups com as corporações resolverá problemas centrais. “Entendemos, olhando as experiências das empresas com projetos de inovação, que para a transformação ter sucesso, ela precisa ser multifacetada, e abordada de forma sistêmica”.