Grupo Mafra investe em Inovação Aberta para ter os hospitais no centro do processo
Artigo atualizado em 7 de julho de 2020
Atualmente os hospitais precisam ter um controle de estoque e logística extremamente alinhados entre si e que funcionem com primazia e eficiência, afinal o que está em jogo é a saúde e bem estar dos pacientes. Dessa forma, muitos hospitais contém grandes estoques e contam também com parceiros para entregar o que for necessário o quanto antes.
É nesse contexto que a Mafra Hospitalar se destaca ao ser a distribuidora de materiais e medicamentos hospitalares líder no mercado brasileiro. Com mais de 20 anos de atuação, a empresa se destacou ao possuir uma transportadora própria, o que possibilita dar suporte e entrega imediata aos hospitais às instituições de saúde que atende. “O que fez a Mafra chegar nesse patamar é a logística agressiva que adotamos ao longo dos últimos anos. Por exemplo, se um hospital em São Paulo faz um pedido numa terça-feira, é bem provável que ele já receba o material no dia seguinte pela manhã”, comenta Guilherme Tavone, Gerente de Inovação e Transformação Digital do grupo.
Ao olharmos para história, tamanho e escala da Mafra, percebemos o quanto a empresa é relevante em seu segmento de atuação e vem cumprindo com seu papel de simplificar a saúde do Brasil. Mas a companhia está ciente que para continuar na posição de liderança que está hoje, não pode se acomodar e precisa inovar. Dessa forma, atualmente, a empresa enfrenta o seguinte desafio: como entregar mais valor para os hospitais e players que são atendidos? Essa pergunta será respondida ao longo deste estudo de caso.
Desafio
A Mafra percebeu que sua operação logística é seu grande diferencial, mas não deve parar por aí. A empresa continuará investindo e reformulando-se para ser relevante logisticamente, mas tem consciência que o mundo está mudando. Outros players também estão melhorando e desenvolvendo ainda mais a operação logística para atender as necessidades dos clientes.
Dessa forma, os líderes da Mafra perceberam a importância de olhar cada vez mais para o cliente e colocá-lo no centro do processo. A Mafra está mudando sua visão e posicionamento e quer ajudar os hospitais em todo o processo de armazenamento e estoque dos medicamentos. Em conjunto com o Distrito, a empresa mapeou as principais dores desses players e levantou algumas questões importantes:
- O que acontece com esse produto depois que chega no hospital? Como é estocado, qual o processo e como funciona?
- Como esse medicamento chega ao paciente? Qual a jornada do produto até a pessoa que irá consumi-lo? Como ajudar nesse momento?
- Quais serviços podem ser criados ou complementados para trazer mais eficiência, redução de custos e segurança aos hospitais?
Estratégia
Antes de abordarmos, de fato, as ações que foram realizadas para enfrentar o desafio que a Mafra encontrou, é preciso entender como começou todo o processo de inovação.
Nos últimos anos, a Mafra iniciou um processo interno de mudança de mindset voltado para a Transformação Digital, que contou com a volta em 2018 de Leonardo Byrro na liderança da companhia. O empresário já havia sido anteriormente, de 2013 a 2016, CEO da Cremer, uma das marcas pertencentes ao Grupo Mafra. “O Léo fez uma imersão e passou algum tempo nos Estados Unidos e Vale do Silício. Ele já tinha um pensamento muito forte sobre evolução e a importância de se se aproximar dos ecossistemas de inovação”, comenta Tavone.
Posteriormente, em 2019, o grupo acelerou o investimento em iniciativas focadas em inovação e trouxe Tavone para comandar os projetos. Nesse mesmo período, a empresa começou a se aproximar do Distrito tornando-se mantenedora do hub de inovação Distrito InovaHC, maior espaço e ecossistema focado em startups e empresas do setor de saúde.
Da parceria, nasceu também uma iniciativa focada em entender o conceito de Hospital 4.0. Atualmente, após esse mapeamento realizado, a Mafra está em processo de desenvolvimento de novas soluções, abordagens e iniciativas. Além disso, também está sendo feito um trabalho de posicionamento e aproximação de startups que possam ajudar a empresa a oferecer novos produtos e contribuir com os hospitais para terem uma gestão de estoque mais independente.
Abaixo, listamos as estratégias adotadas nos últimos anos e evidenciada por Tavone durante a entrevista realizada.
- Mudança de mindset: o grupo começou a mudar sua cultura e trouxe referências externas e uma liderança focada nisso.
- Gestão da inovação: investiu-se mais em profissionais inteiramente focados em inovação.
- Aproximação e parceria com outros players: a Mafra se aproximou do Distrito e se conectou com o ecossistema de healthtechs brasileiras.
- Relação com stakeholders: começou a se conectar e procurar startups para se tornarem parceiras e ajudarem a empresa a se desenvolver.
- Pesquisa e análise de mercado: foi a campo, entrevistou instituições de saúde e mapeou as principais dores do setor.
- Desenvolvimento de novos projetos e iniciativas: começou a desenvolver novos produtos focados no mapeamento realizado das dores
- Posicionamento: realizou um trabalho de percepção de suas marcas e posicionamentos, e ajustou seu discurso de acordo com o novo mindset e práticas de inovação.
Solução
Como vimos ao longo do estudo de caso, a solução encontrada pela Mafra foi a construção de um processo de inovação que se iniciou com a mudança de mindset até o desenvolvimento de novas iniciativas. Como aliado desse processo, a empresa encontrou no Distrito um parceiro focado em Open Innovation que ajudou o grupo a se conectar com hospitais e outros players para assim entender o que pode agregar valor no serviço que a Mafra oferece.
A empresa também está mudando processos internos e focando em determinadas áreas para implementar a metodologia ágil. Além disso, está fazendo negócios também com startups, visando a redução de custo e o aprendizado. “O Grupo Mafra está focado em fortalecer parcerias que ajudem na transformação da saúde do Brasil, em tempo difíceis como o que estamos vivendo foi possível evidenciar a importância e a força da Mafra em cumprir esse papel. Muita coisa mudou, o que não mudou fortaleceu a obsessão pela satisfação do cliente e o propósito em cuidar de cada vida”, comenta Tavone.