O que foi o SXSW para você?
Artigo atualizado em 17 de março de 2019
O título desta matéria representa bem a pergunta que mais ouvi. E foi a resposta mais difícil de responder. O evento te leva para algo que ainda não existe. Eu, Felipe Spina, sou do signo de Sagitário ♐️, e simplesmente voei super alto, não tive terra e nem chão para colocar a realidade de tudo que aconteceu.
Ainda estou fazendo o download de tudo que rolou na minha memória. Percebi que o festival é uma mistura de tendências com coisas estranhas. Austin, é estranha. Keep Austin weird, esse é o lema da cidade.
O futuro é estranho, o novo é estranho. E estranho não é ruim, somente o nosso cérebro ainda não está acostumado.
Falar de cannabis, política aberta, privacidade de dados e outras maluquices dá um pequeno choque no começo. Ainda não temos intimidade. Mas a real que tudo isso mostra o novo, a abertura para novas oportunidades, caminhos, desbloqueio, quebras de crenças limitantes e outros jargões disruptivos.
O poder da empatia
Entre palavras-chave, jogadas pelos participantes, como automação, inteligência artificial, dados e monitoramento, existe uma força maior de uma palavra que é “EMPATIA”. Nós fazemos o input e o output sai por máquinas. O que nós estamos construindo?
A palestra de “Como construir confiança em tempos de desconfiança” do Neil Pasricha foi excelente! Ele deu um exemplo prático. Imagine que a pessoa foi no seu site e você quer colocar os produtos a mostra, para vender, mas não consegue ter confiança para o cliente realizar a compra. Você precisa ter uma página de “quem somos”, “missão”, “valores” e tudo que mostre quem você é e o que quer. Isso gera mais empatia.
Continuous Innovation
Ash Maurya falou sobre Continuous Innovation, uma provocação que afirma que as metodologias estão ultrapassadas como o Agile, Scrum, Lean e etc. Slides estão aqui.
As principais takeaways foram: as empresas grandes estão morrendo porque pararam de falar com seus clientes. Ame o seu problema ao invés da solução. O foco de escala é o produto. Validar sua ideia é maior do que gerar ideia.
A China em ascensão
Também não posso deixar de falar da China, super mencionada pelo fato de ter cientistas no poder. A capacidade do país de executar rapidamente traz uma mudança de paradigma.
Veja abaixo alguns links interessantes sobre AI (Inteligência Artificial) e Storytelling:
Brasileiros representaram
Além disso, os brasileiros bombaram no festival! Teve mais de 1.300. Pessoas super legais de encontrar num evento tão importante. E também tive a honra de fazer um painel falando do cenário de inovação do ecossistema brasileiro.
Dividi o palco com a Priscila Erthel, da Organica, Stella Brant, da 99, Felipe Matos, da inLoco Media, e o mediador foi o Marco Poli. Confesso que foi uma oportunidade única e nunca tinha feito uma apresentação de um painel em inglês. Isso é enfrentar medos.
Lugar de encontrar pessoas que admiro
Na foto, Gabriel Weinberg que escreveu o livro Traction, e a quem admiro muito. A metodologia desse livro me ajuda até hoje no momento de desenvolver planos de distribuição de conteúdo por canal.
Também sou fã do Tim Ferriss que há mais 10 anos lançou o livro “The 4 hour work week” e mudou muito meu jeito de trabalhar, desde escrever emails, automatizar processos, produtividade até outsourcing.
Mas não foi esse tema que o Tim Ferriss falou. Junto com Michael Pollan, os dois discutiram sobre psicodelia, que foi o tema do livro “How to Change Your Mind” (Como mudar sua mente). O bate-papo foi super ousado falando muito do uso de drogas e o tabu que vivemos, que são refletidos pelos interesses políticos e das indústrias que não têm autonomia para regulamentar. Ele revelou sua intimidade com esse negócio e disse que escreveu um livro completamente drogado.
Também teve Mike Krieger e Kevin Systrom (fundadores do Instagram) venderam a rede social para o Facebook em 2012. Que disseram que se arrependeram de ter vendido a empresa, por conta de mudar os propósitos e fazer uma empresa de contagiar notícias falsa e sem conteúdo.
Ativações do SXSW
O evento não ocorre só no ACC (Austin Convention Center), e muitos outros lugares como hóteis; Four Season, Fairmont, Hilton, JW Marriott, e etc.
Além das casas de ativação espalhadas como Sony, LG, DELL, INC, Fast Company, LinkedIn, Mercedes Benz, Casa Brasil by Apex, Samsung e outras.
Tudo super organizado com tendências e menos vendas. Sempre ligado a mostrar produtos que ainda não existem.
As tendências do futuro
Não posso deixar de escrever sobre as tendências da Amy Webb. Muito difícil dizer tudo o que foi mostrado em 384 slides, mas as principais takeaways foram:
- Privacidade morreu! Dados são públicos;
- Otimização por voz (VSO) é o novo SEO;
- A BIG NINE (Soma do G-MAFIA = Google, Microsoft, Amazon, Facebook, IBM e Apple com o BAT = Baidu, Alibaba e Tencent) está cada vez mais crescendo e expandindo os negócios;
- Seus dados pessoais são gravados e demonstram seu comportamento e isso é mapeado para entregar um produto mais adequado a você;
- China continua crescendo, não somente com Inteligência Artificial, mas como pólo para a operacionalização de qualidade da inovação em vários segmentos (principalmente no segmento de Smart City);
- Legisladores em todo lugar do mundo não estão preparados para fazer negócios com os novos desafios da ciência e da tecnologia emergente;
- Consolidação das grandes empresas de tecnologia continua como principal tema para 2019.
Vale a pena baixar o relatório completo (com 9 Futurist Toolkits, frameworks e muito mais).
Muitas histórias boas vão para o lixo
Ao tirar esta foto, pensei: quantas ideias não vão para frente e tudo bem, que comece de novo. Nunca é tarde para recomeçar.
No final, a minha maior takeaway é uma sensação de “South By” personalizado de assuntos para sair do óbvio. Desde um hambúrguer feito de plantas, que foi nomeado como Impossible Food (comida impossível) até um exame de DNA para saber que tipo de atividade física você deve fazer.
Enfim, estou inspirado a fazer a cocriação deste novo futuro.