Quais são as Super Fintechs brasileiras? Entenda por que elas se destacam tanto
Artigo atualizado em 31 de julho de 2019
Nubank, Neon, PagSeguro, GuiaBolso e muito mais. Todas essas Super Fintechs estão entre as startups que mais crescem no Brasil. Mas por que elas são tão extraordinárias assim? Para desvendar e responder essas perguntas mapeamos as maiores fintechs brasileiras para descobrir o que elas têm de tão especial.
Em nossa última exploração ao mundo das fintechs brasileiras, o Fintech Mining Report de maio de 2019, mapeamos 553 startups e ressaltamos a maturidade do setor, destacando o considerável número de negócios bem consolidados e capazes de impactar o mercado com sua tecnologia. A partir disso, surgiu a ideia: que tal um novo material para explorar melhor estas “Super Fintechs”? E foi exatamente o que fizemos! Chegamos a um indicador bem interessante, cujo produto final é a lista de 18 Super Fintechs que você pode conhecer melhor em nosso relatório completo.
Todo esse mapeamento e estudo que fizemos é com o intuito de ajudar você a solucionar uma dor muito comum seja entre grandes corporações e startups que estão começando.
A falta de referência no mercado e estudos que tragam um detalhamento aprofundado, com números e informações, sobre o que startups de grande porte, muitas Unicórnio, fizeram para se destacarem.
Confira abaixo quais são as 18 Super Fintechs brasileiras:
São Paulo centraliza as Super Fintechs
Um dado interessante é que 78% das Super Fintechs estão em São Paulo. A dominância de São Paulo como sede das empresas é forte, mas não inesperada, se considerarmos o contexto brasileiro econômico e de inovação, que tende a favorecer as empresas paulistas e recompensar as que se deslocam para o estado.
Indo mais além, se compararmos o número de funcionários (gráfico abaixo), a Stone é um outlier claro disparado se comparado com as demais. Isso se deve em grande parte à sua estratégia de inserção no mercado baseada na capilaridade, com um grande contigente de funcionários dedicados a conseguir novos clientes para a operadora.
O boom de startups
Grande parte das Super Fintechs surgiu a partir de 2010, foram 13 startups das 18 que nasceram entre esse ano ou depois. Inclusive, 2010 é conhecido como o ano do boom de startups não só de FinTech como de todos os outros setores do mercado.
No entanto, na lista que trazemos, algumas das Super Fintechs são verdadeiras anciãs na escala de tempo de startup. Como é o caso da Certisign e da Conductor, por exemplo. Assim, as duas surgiram no final dos anos 90, período em que poucas empresas de tecnologia financeira operavam no país.
Conheça mais das Super Fintechs
Para você saber um pouco mais das Super Fintechs separamos 5 delas e contamos um pouquinho mais da história delas. Para saber mais sobre todas as outras é só acessar o nosso report!
Creditas
A Creditas, do espanhol Sergio Furio, operou até 2017 sob o nome de BankFacil e oferece crédito com garantia imobiliária ou automotiva. Seu modelo de negócios permite que ela ofereça taxas abaixo das praticadas em linhas de crédito pessoal ou cartões, por exemplo, chegando a um valor inferior até ao crédito consignado, um dos menores do mercado.
Além da quantia impressionante de venture capital já captada, a Creditas pode se gabar de um crescimento invejável. De 2016 para 2017, a receita da empresa cresceu 700% e, de 2017 para 2018, 500%. A empresa fechou o último ano com uma carteira de R$500 milhões e mais de 500 funcionários na equipe.
Guia Bolso
É um app que promete organizar sua vida financeira, dando dicas de como fazer o seu dinheiro servir melhor. Além disso, o aplicativo se conecta automaticamente com suas contas bancárias para que você não precise registrar transações manualmente.
A empresa já conquistou mais de 4,5 milhões de usuários ativos. Analisando a vida financeira do usuário, o GuiaBolso faz sugestões de como alterar seus gastos para poupar mais e chegar aos objetivos que ele determina.
Com tanta informação sobre as finanças de quem usa o app, o passo seguinte fez todo sentido: passar a oferecer empréstimos com condições extremamente personalizadas, mirando quem mais se beneficiaria deles.
Nubank
A ideia era tão simples quanto atrativa: um cartão de crédito sem anuidade e gerenciado totalmente via aplicativo, reduzindo custos de agência, funcionários, burocracia e taxas. Com isso, aliado a uma marcante estética roxa e um atendimento humanizado, o Nubank cresceu em ritmo acelerado. O lançamento da NuConta e a transformação em banco digital, em 2017, fizeram com que a startup captasse cada vez mais investimentos e usuários – hoje já são mais de cinco milhões.
Novos produtos e serviços, como a função débito e a emissão de títulos de renda fixa, mantêm a evolução da marca. Com sucesso na captação de investimentos e no crescimento, o Nubank foi a primeira fintech da América Latina a se tornar um Unicórnio.
PagSeguro
É uma spinoff do UOL e do Grupo Folha, tem um status controverso como startup – ela não foi elencada, por exemplo, na nossa lista de Unicórnios brasileiros, apesar de ter uma capitalização de mercado de quase 10 bilhões de dólares.
Além disso, sua relevância como empresa de tecnologia financeira é inegável: entre transações online e sua maquininha feita para micro e pequenos empreendedores, a “moderninha”, a PagSeguro já conta com mais de 4 milhões de clientes e dezenas de bilhões de reais processados anualmente.
Agora, chegou a vez da empresa entrar no mundo das contas digitais: o PagBank, lançado em maio de 2019, já oferece contas digitais, pagamentos instantâneos, ortabilidade da folha de pagamento e cartões de débito e crédito.
Stone
A Stone Pagamentos surgiu de uma brecha no mercado, ocasionada pelo fim do monopólio das adquirentes VisaNet (atual Cielo) e Redecard, que detinham direitos exclusivos sobre as bandeiras Visa e Mastercard, respectivamente.
A lei que proibiu essa exclusividade em 2010 não só permitiu que comerciantes usassem uma única maquininha para todos os cartões como também abriu espaço para que outras adquirentes surgissem no setor, agora que poderiam aceitar quaisquer bandeiras. Hoje, a Stone controla cerca de 5% do mercado de adquirentes.
Isso foi o suficiente para que seu IPO na Nasdaq fosse um sucesso, e hoje a empresa conta com uma capitalização de mercado de mais de US$7 bilhões.