Retrospectiva 2021 Distrito: os principais acontecimentos do mercado de inovação no ano
Artigo atualizado em 12 de janeiro de 2022
Em 2020, o ecossistema de inovação brasileiro não só resistiu à crise da Covid-19, como também recebeu um volume de investimentos inédito em sua história. Em 2021, esse crescimento se fortaleceu e as nossas startups receberam nada menos do que US$ 9,4 bilhões em aportes, quase o triplo a mais do que no ano anterior.
Muitos dos fundos de venture capital que lideraram ou participaram dos maiores aportes em startups brasileiras no ano passado têm sede fora do país: SoftBank, Tiger Global Management, Tencent, Accel, Ribbit Capital e QED Investors são alguns deles. Desde 2018, essas casas de investimento começaram a prestar mais atenção na América Latina como um todo e descobriram no continente um terreno fértil para negócios disruptivos.
De acordo com Shu Nyatta, sócio do SoftBank que lidera um fundo de US$ 5 bilhões para a América Latina, a tecnologia na região está mais relacionada à inclusão do que à disrupção: ‘A maioria da população é carente de quase todas as categorias de consumo. Do mesmo modo, a maioria dos negócios está desprovido de soluções de base tecnológica modernas’. Já Ethan Choi, da Accel, o mercado de inovação latino-americano está crescendo porque a tecnologia está sendo incorporada em cada aspecto da vida dos consumidores. Para ele, isso aumentou a demanda por serviços digitais, que levou ao surgimento de mais startups e, consequentemente, atraiu novos investidores.
Dois mil e vinte e um também foi o ano em que o número absoluto de investidores no ecossistema de inovação brasileiro mais aumentou em relação ao ano anterior: até esse último mês de setembro, 544 investidores diferentes aplicaram dinheiro em startups nacionais; no ano de 2020 inteiro, foram 404.
Outro movimento que seguiu firme ao longo deste ano foi o das fusões e aquisições. Em 2021, 247 startups foram compradas no Brasil. Entre os fatores que contribuíram com esse crescimento, está o amadurecimento dos produtos e serviços desenvolvidos pelas nossas startups, que conquistaram a confiança das grandes corporações nacionais. Hoje, essas organizações estão todas de olho no potencial de inovação das jovens empresas tech e em como elas podem transformar radicalmente a indústria em que operam.
Dentro do nosso mercado, as financial technologies (fintechs) são as mais adquiridas por outras empresas ou mesmo por outras startups. Em um país em que os serviços bancários ainda estão bastante concentrados nas mãos das companhias tradicionais, faz sentido que outras organizações tentem dissipar esse monopólio através da compra de fintechs.
Como não poderia deixar de ser, os unicórnios também deram as caras nessa temporada. No Brasil, dez novas startups atingiram um valor de mercado superior a um bilhão de dólares em 2021: C6 Bank, unico, Olist, Mercado Bitcoin, Facily, Frete.com, Cloudwalk, Merama, MadeiraMadeira e Hotmart.
Pois bem: o Distrito acaba de lançar um relatório com uma curadoria completa do ecossistema nacional de inovação nos últimos doze meses. Através desse material, você poderá acessar dados e estatísticas para estudar mercados e segmentos, obter informações sobre mudanças em leis regulatórias, antecipar novas tecnologias e ficar por dentro das tendências e previsões para 2022.