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Startups latino-americanas captam US$ 935,98 milhões no 1º tri de 2024

Startups latino-americanas captam US$ 935,98 milhões no 1º tri de 2024

15 de abril de 2024
4 minutos de leitura
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Artigo atualizado em 15 de abril de 2024

Neste primeiro trimestre, as startups latino-americanas captaram US$ 935,98 milhões. O montante, que teve um aumento de 42,95% em relação ao mesmo período de 2023, foi distribuído em 181 rodadas.

As startups latino-americanas começaram o ano com o pé direito. Neste primeiro trimestre, elas captaram US$ 935,38 milhões, distribuídos em 181 rodadas. Isso implica em um sólido aumento de 42,95% no volume de investimento em relação ao registrado no mesmo período de 2023, que foi de US$ 654,76 milhões.

Mas não é só isso, os M&As também crescera  neste início de ano. Ao todo, foram realizadas 47 operações no primeiro trimestre, um aumento de 27,02% em relação ao mesmo período do ano passado.

Esses aumentos sugerem que o mercado está entrando em uma fase de consolidação, indicando que soluções ainda em desenvolvimento podem ser adquiridas por empresas com maior capital disponível.

Por fim, após um período de queda, os investimentos se mantiveram estáveis ao longo dos meses, especialmente no número de rodadas realizadas, conforme o gráfico abaixo.

Investimento em startups latino-americanas por mês
Investimento em startups latino-americanas por mês. Fonte: Distrito

Fintechs lideram em volume captado e número de deals

Não surpreendentemente, as fintechs foram destaque nos aportes desse primeiro trimestre, captando cerca de US$ 432,70 milhões em 48 deals.

Os setores de HealthTech e RetailTech vieram logo em seguida, levantando US$ 46,4 milhões e 13,17 milhões respectivamente.

Essa liderança das fintechs não é algo novo: historicamente, essas startups são conhecidas por trazer soluções inovadoras, impulsionar o mercado e aumentar o apetite dos investidores. E agora, com a agenda do Banco Central do Brasil voltada para a inovação, o mercado de venture capital está cada vez mais otimista com essas startups.

Vale destacar também que o setor de FinTech puxou um movimento de consolidação das soluções mais maduras no mercado de startups latino-americanas, que estão se mobilizando para adquirir empresas ainda menos maduras.

Esses números expressivos refletem não apenas a robustez do ecossistema de startups na América Latina, mas também o interesse dos investidores em consolidar e expandir empresas promissoras.

Equity crowdfunding já captou 43% de todo o volume de 2023

Outro destaque deste primeiro trimestre vai para o equity crowdfunding. Só nos três primeiros meses desse ano, o Distrito já mapeou US$ 3,9 milhões em captações via financiamento coletivo de startups.

A título de comparação, o ano inteiro de 2023 registrou US$ 8,9 milhões em investimentos nessa modalidade. Ou seja, só nesse primeiro trimestre, as startups latino-americanas levantaram 43% do volume total do ano passado.

Por fim, vale apontar que, historicamente, o setor que mais captou via equity crowdfunding também foi o setor de FinTech. Ao todo, desde 2014, as fintechs já captaram US$ 26,1 milhões.

O que podemos esperar de desafios e oportunidades para startups latino-americanas?

Apesar do primeiro trimestre ter registrado números promissores, é inegável dizer que ainda há muitos desafios para o mercado latino-americano de startups.

Primeiramente, um aspecto que não pode passar batido foi a diminuição da presença do Brasil no panorama do venture capital latino-americano no volume captado. A saber, enquanto a América Latina como um todo registrou um crescimento no volume aportado, no Brasil, houve uma queda de 12,26% no montante investido em comparação com o mesmo período de 2023. Além disso, o ticket-médio nacional foi de US$ 3,94 milhões — na América Latina esse número foi de US$ 6.28 milhões.

Outro ponto importante é que os setores de HealthTech e RetailTech não mostraram sinal de recuperação ou avanço, evidenciando uma estagnação. Essa falta de progressão aponta para a necessidade em olhar para outras frentes de inovação para revitalizar essas áreas.

Por fim, outro grande desafio reside na cautela dos investidores late-stage. Esse primeiro trimestre foi marcado por rodadas menores, o que aponta para a falta de entusiasmo dos investidores em estágios finais, especialmente no Brasil.

Apesar disso, ainda há muito otimismo para o mercado, uma vez que, segundo a CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), há uma expectativa de queda na inflação na América Latina. Caso essa queda ocorra, os investimentos podem aumentar consideravelmente.

Além disso, esse trimestre sugere uma maior diversificação geográfica dos investimentos, o que traz mais dinamicidade para a região.

Em suma, mesmo com desafios, as tendências e expectativas para o próximo trimestre permanecem otimistas. Por isso, podemos esperar oportunidades de crescimento e inovação que prometem impulsionar ainda mais o cenário das startups latino-americanas.