[VÍDEO] A crise dos eventos no cenário atual e sugestões de melhorias
Artigo atualizado em 13 de abril de 2020
O mercado de eventos foi pego de surpresa pela crise do covid-19. Shows, teatros, parques, praias… Quase tudo que envolve entretenimento presencial e turismo está suspenso. Para comentar o impacto dessa nova realidade para empresas e profissionais, convidamos para um bate-papo a produtora Dani Martins, que atua na área de eventos desde 2000 e, há algum tempo, ministra cursos para formar outros profissionais.
“De certa forma, se quebrou uma zona de conforto que existia no mercado, já que sempre iria aparecer algo novo. Agora o momento exige muita criatividade e adaptação. Lembro que por volta de março, algumas coisas ainda estavam acontecendo em outras regiões do país fora do eixo Rio-São Paulo. Mas isso logo mudou. Hoje, realmente o mercado está parado.”, conta Dani.
Novas demandas e monetização
Em conversas com vários colegas da área, a produtora nota uma percepção geral de que há muita procura por serviço voluntário (ou seja gratuito). “Mas nem tudo precisa ser assim”, ela ressalva. O principal conselho de Martins é não se deixar levar pelo pessimismo do noticiário, que tem um efeito paralisante. Ela aconselha manter o equilíbrio mental para ser capaz de enxergar novas possibilidades.
- O esforço deve ser para remarcar eventos como shows, em vez de cancelar.
- Empresas que trabalham com estrutura para eventos (montagem de palco, iluminação etc) já estão sendo demandadas para hospitais de campanha, por exemplo.
- Profissionais de fotografia e relacionamento com o público, RSVP (confirmação), podem se adaptar a novas demandas que surgem no e-commerce, que cresceu bastante.
- Indústrias como a de alimentos, que segue em alta, precisam de capacitações estruturadas para suas equipes.
- A saúde mental se tornou uma preocupação ainda maior das empresas e daí surge a oportunidade de eventos que conectem os especialistas da área ao público.
Previsões para a retomada
Como nada dura para sempre, seja bom ou ruim, é natural que quem se preparar melhor para a retomada saia na frente.
A expectativa é que mesmo após o fim da quarentena, muitas pessoas não se interessem em comparecer a grandes aglomerações, por isso é tendência que haja eventos híbridos que possibilitem experiências presenciais e online.
“Também vai ter uma nova concepção de espaço para pessoas em cada evento. Vamos ter que aprender e nos adaptar. Até mesmo em relação às filas e ao tempo de espera”, analisa Dani.
“As negociações com contratantes, mesmo que sejam empresas multinacionais, vão ser mais sensíveis e vão exigir habilidade para alinhar budgets, prazos de pagamento e outras condições. Por outro lado, as agências grandes que superfaturavam produção de eventos vão perder mercado para os pequenos, que tem uma estrutura de custos menor”.