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Conheça a trajetória da healthtech Hilab e o plano de internacionalização

Conheça a trajetória da healthtech Hilab e o plano de internacionalização

5 de janeiro de 2021
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Artigo atualizado em 5 de janeiro de 2021

Fundada em Curitiba, em 2004, a então Hi Technologies (que passou por um rebranding e mudou para Hilab recentemente) é uma healthtech referência quanto a testes laboratoriais remotos com valores abaixo do mercado.

A startup já participou de diversos estudos produzidos pelo Distrito Dataminer, que acompanha mensalmente o setor de saúde por meio do Inside Healthtech Report. Em 2020, o Hilab conquistou o tão sonhado break even ou ponto de equilíbrio – que é quando o custo total e a receita total são iguais.

Além disso, em fevereiro do ano passado, um mês antes da quarentena ser implementada no país, o Hilab concluiu a captação de um investimento de US$ 10 milhões. Com a rodada, a Península, gestora do empresário Abílio Diniz, e a Endeavor Catalyst passaram a integrar o quadro de acionistas da empresa.

Como funciona o modelo de negócio do Hilab

As 20 opções de testes são ofertadas por meio de um dispositivo que é oferecido em comodato para parceiros como redes farmacêuticas e estes definem um combo com os exames de preferência – desse modo, cada parceiro pode “personalizar” o modelo de negócio.

A informação do exame é enviada para o laboratório clínico da  Hilab que, então, faz a análise do resultado e devolve via email ou celular para o paciente em até 30 minutos.

Somente no ano de 2020, já foram feitos mais de 2 milhões de testes – com um crescimento de 50x em número de pacientes. No caso da Covid-19, como um exame sorológico demora normalmente 24h e a solução da startup tem um resultado em 30 minutos, é possível dizer que o dispositivo economizou mais de 2682 anos de tempo dos pacientes.

Este mês, a startup anunciou o seu mais novo dispositivo: o Hilab Molecular, que é um equipamento que realiza técnicas como PCR e outras, sendo capaz de detectar o coronavírus ainda nos primeiros dias de infecção.

Entrevista exclusiva com o CEO do Hilab

Em entrevista exclusiva ao estudo mensal Inside Healthtech do Distrito, Marcos Figueiredo, CEO do Hilab, contou como a startup está buscando democratizar o acesso à saúde no Brasil.

Como o Hilab planeja fazer uma disrupção no setor da saúde? E quais os principais desafios que pretendem enfrentar?

Nós estamos buscando democratizar o acesso a diagnóstico via telemedicina, a disrupção que buscamos é em todo mundo ter o acesso a um exame rápido e de qualidade. Que esse dado esteja disponível de forma limpa e segura para que os médicos e gestores públicos e privados consigam analisar a saúde populacional como um todo e não só o indivíduo. Esse é o principal desafio que estamos enfrentando, o acesso da população toda.

banner divulgando o Inside Healthtech Report.

Como o produto de vocês conflita com a atual configuração do sistema de saúde?

A gente enxerga que existe uma complementaridade do nosso serviço com a atual configuração do sistema de saúde. O sistema atual ainda depende muito de hospital e estruturas físicas grandes para poder trazer diagnóstico e tratamento para o paciente. Nós estamos tentando ajudar nesse problema, descentralizando o diagnóstico para que esteja disponível em todos os lugares sem precisar de grandes estruturas físicas, além de usar a digitalização e centralização de dados para tomadas de decisão e intervenções mais rápidas e efetivas.

Atualmente o Hilab atua principalmente em um modelo B2B2C. Por que escolheram esse modelo de negócios e não diretamente para o consumidor (B2C)?

O Hilab é um laboratório de análises clínicas que usa a tecnologia como aliada na hora de realizar a análise do exame. Nós enxergamos que, hoje, o Brasil já tem uma quantidade de locais de saúde que pode atender a maior parte da população – aliando esses locais e os profissionais que já trabalham neles com a telemedicina diagnóstica você empodera os profissionais de saúde e possibilita que esses locais se tornem mais eficazes na solução de problemas de saúde. O modelo B2B2C facilita ter parcerias para disponibilizar nossa tecnologia de forma mais rápida para mais pessoas e também entender a jornada do paciente para entregar a melhor experiência possível. Optamos fazer o modelo B2B2C pois somente desta maneira conseguiríamos de fato estar em todos os lugares para atender ao maior número de pessoas com um preço acessível e assim ajudar na democratização ao acesso à saúde. 

Vocês que atuam em todos os estados brasileiros, percebem diferenças de hábito na população quanto ao uso do Hilab?

Durante o cadastro para a realização de um exame, um questionário é aplicado. Este questionário nos auxilia na hora de laudar o exame e também na geração de dados epidemiológicos, já que somos também uma plataforma que gera dados em tempo real. 

Os principais dados identificados este ano relacionados ao teste da covid-19 foram nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste, que apresentaram as maiores proporções de fatores de risco, principalmente ser fumante e trabalhar de forma presencial. O Sul teve a maior proporção de pessoas que não utilizam máscara ao sair de casa (6.50%).

Foram fatores de risco significativos o uso de transporte público (13%), o trabalho presencial (13%) e ter uma profissão considerada de risco (profissional da saúde, atendente de supermercado, equipe de limpeza, etc), que aumentou em 28% o risco de teste reagente.

Outra diferença de hábitos está relacionada às doenças sazonais, como a dengue. Em alguns estados, como por exemplo em Minas Gerais e no interior do Paraná, o aumento do número de exames é muito significativo.

O produto de vocês tem o certificado do FDA. Um dos objetivos é atuar nos EUA?

Sim, a internacionalização do Hilab está entre os próximos passos que pretendemos dar. Esse ano, pudemos concretizar um dos grandes objetivos da empresa: a democratização do acesso à saúde. A pandemia ampliou as verticais de atuação, ou seja, o Hilab realizou exames em diferentes locais, como  Av. Paulista, comunidades de São Paulo, Rocinha, aldeias indígenas, entre outros. Acreditamos que seria incrível realizar exames na 5th avenue, por exemplo.

Inside Healthtech Report

O Inside HealthTech surgiu para prover mais inteligência para tomada de decisão. Aqui você irá encontrar, mensalmente, análises sobre quantas rodadas de investimento aconteceram no setor, as principais movimentações e tendências na área de tecnologia voltadas para a Saúde e quais startups estão dominando este meio. Assim, você fica por dentro de tudo o que está acontecendo no mercado de HealthTech no Brasil.

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