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Subversão sutil: colaboração em novos patamares

Subversão sutil: colaboração em novos patamares

13 de março de 2019
6 minutos de leitura
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Artigo atualizado em 13 de março de 2019

“Investimos muito no comprometimento do time, mas é difícil manter a calma quando o plano de ação não mostra sinais de validação e os projetos emperram em justificativas autoimunes. A gente sabe que a colaboração é um elemento aglutinante, mas como seguir com esse mapa se chegamos outra vez na encruzilhada do baixo desempenho?” – SILVIO, Fundador de Startup

“Sou chamado e chamo todo o time para a concretização de ideias de forma coletiva, mas ´paralisamos´ no dilema em impulsionar resultados no modo colaborativo. Na hora de entregar, prefiro seguir a receita do líder que tudo pode.  Sei que o custo social e emocional tende a ser alto, mesmo quando o resultado positivo acontece. Prefiro ir direto ao ponto do que agir na manipulação, no mimimi que a colaboração convida.” –FREDERICO, Head de Tecnologia

O Silvio e o Frederico são personagens fictícios ou personas que ilustram o que acontece na maioria dos negócios inovadores: uma encruzilhada em como elevar o desempenho do time impulsionando ou não resultados no modo colaborativo.

Vivemos no Distrito o máximo potencial do paradigma da colaboração: inovação aberta, em rede, inclusiva, multidisciplinar, intersetorial, transformativa, baseada na visão compartilhada e no engajamento de múltiplos atores em modelos flexíveis de criação, produção e adoção de inovações.

No Distrito, vejo que a colaboração é uma “anomalia” bem-vinda. Ela extrapola a busca por eficiência máxima dos negócios que, na visão tradicional, só prosperam pela repetição. Aqui no Distrito é possível operar em novos patamares.   

Vibro pelo privilégio em frequentar esse espaço, desde o dia em que fui convidado para o encontro de boas vindas de início de ano da pós-graduação do Centro Universitário FAE, em Curitiba, onde sou um dos professores do curso de Economia Criativa e Empreendedorismo, com a disciplina Design Thinking. Fiz questão de me convidar para permanecer aqui no Distrito por alguns dias e agora não quero mais sair.

Aqui, no Distrito, o jogo é da tensão entre a Normalidade e Ruptura envolvendo negócios estabelecidos e startups. Hospedada na FAE, o Distrito quer superar o dilema da intensidade radical das startups versus a normalidade e o incrementalismo do mundo corporativo.

O Distrito é um desses espaços privilegiados para a subversão por meio da colaboração. No entanto, subversão pode ser fonte de violência e necessita ser ressignificada e multiplicada com o sutil.

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Subversão Sutil

Além de professor da FAE, sou empreendedor do Subversão Sutil, um recém nascido. Idealizo, integro e impulsiono experiências para ativar novos patamares da colaboração com autoconsciência, em organizações nacionais e multinacionais, ancorado em mais de 25 anos de experiência com liderança de equipes criativas de alta performance.

No Subversão Sutil trato da dor que nasce da dificuldade em colaborar em ambientes que envolvem a busca por uma inovação disruptiva. Esse negócio nasce do CollabSoul, um movimento que fundei em 2015 com a intenção de “inspirar pessoas e organizações para uma gestão humanizada voltada à colaboração e à inovação, gerando felicidade e bem-estar”.

No Subversão Sutil, a régua que mede a relação entre normalidade e ruptura é a mesma que o Distrito adota e a FAE busca. Para compor de forma positiva a tensão entre normalidade e ruptura, necessitamos colaborar em novos patamares, levando em conta um novo paradigma de gestão.   

Mas do que se trata, afinal, o paradigma da colaboração que envolve o Subversão Sutil?       

Subversão é reconhecer que somos todos extraordinários, imersos em ciclos coletivos criativos. Somos um fenômeno de mudança intensa. De anomalia em anomalia, vamos formando um tecido de coragem. Somos um sistema que inevitavelmente entrará em colapso, para mais uma vez perseguir a estabilidade e a maturidade.

Sutil é buscar resultados superiores sem violência, instabilidade e dissolução. Sutil é viabilizar novos modelos de negócios e novas formas de criação, produção e distribuição do conhecimento, levando em conta a interdependência e a complexidade que exige movimentos em modo ´acupuntura´.  

No Distrito, busca-se na colaboração um canal de redução da imprevisibilidade e voltado à combinação de um comportamento coletivo visionário em articulação com uma interação social intensa emergente sincrônica, dando sentido a uma realidade ainda pouco clara.

No Subversão Sutil, novos patamares de geração de valor acontecem além do paradigma da “comunidade”. Colaborar em novos patamares envolve o desmonte do que é normal e do que é extraordinário. No lugar de se considerar normal a subversão, o sutil e o extraordinário passam a ser corriqueiros, ampliando ao máximo o processo de destruição criativa.  

Quando a Subversão e o Extraordinário são vistos como algo positivo, é possível subverter a lógica e fazer com que verdades, cada vez mais provisórias, impulsionem a ascensão de uma normalidade baseada em experimentação criativa contínua.

A urgente necessidade da humanidade por bem-estar, integridade e sustentabilidade justifica espaços como o Distrito, onde a inovação, como fenômeno de mudança radical imersa em colaboração, transforma a mudança extraordinária em um lugar comum.

Marcelo Castilho idealiza, integra e impulsiona experiências para ativar novos patamares da Colaboração, em organizações nacionais e multinacionais, ancorado em mais de 25 anos de experiência com liderança de equipes criativas de alta performance, é assessor de inovação educacional no Design da FAAP, cofundador do CollabSoul e um dos idealizadores do GBA em Felicidade, primeiro programa de formação em Liderança do gênero no Brasil. É formado em Design pelo Mackenzie, MBA em Gestão de Projetos pela FGV, Mestre em Administração pela PUCPR com foco em Colaboração e Inovatividade e Master of Arts em Automotive Design pela Coventry University, Inglaterra. Possui formação em Liderança pela Metaintegral Associates, é líder facilitador pela Adigo Consultores e também possui formação em psicodrama, mediação de conflitos, sociocracia, arte de anfitriar, thinking environment  e comunicação não violenta. É coautor de livros no campo do Design, Colaboração e Criatividade. Marcelo é professor da FAE no curso de pós graduação em Economia Criativa e Empreendedorismo.