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Como o Open Banking vai mudar o panorama das fintechs no Brasil

Como o Open Banking vai mudar o panorama das fintechs no Brasil

24 de junho de 2021
5 minutos de leitura
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Artigo atualizado em 24 de junho de 2021

A implementação do Open Banking no Brasil é um grande passo para a inovação do mercado financeiro nacional. O novo sistema regulatório do Banco Central aplica a premissa de que o usuário é dono das suas informações bancárias e, dessa forma, tem o controle sobre quem terá acesso a elas. 

Especialistas do mercado debateram os impactos do Open Banking no ecossistema de inovação brasileiro em uma live exclusiva do Distrito. Assista abaixo e confira os principais insights deste bate-papo:

Inovação e Open Banking

Um dos objetivos do Banco Central com a implementação do Open Banking é promover a inovação do sistema financeiro nacional. Segundo Thiago Saldanha, CTO da Sinqia, empresa líder em transformação digital e inovação do setor financeiro no Brasil, o BC está impulsionando o setor por meio de uma agenda de inovação e tecnologia. “Ao final da implementação, teremos um sistema financeiro super evoluído no Brasil, avançando 50 anos em 5 por meio da inovação”, afirma Thiago.

O Open Banking é uma oportunidade para a diversificação de produtos financeiros no mercado. Fabrício Violin, gerente de open banking do banco BV, ressalta que o ecossistema de startups é um grande acelerador desse movimento. “É difícil prever o que vai acontecer daqui 10 anos, o quanto isso vai mudar a forma como as pessoas se relacionam com o sistema financeiro. Acredito que várias fintechs irão utilizar esses dados para criar experiências inovadoras, provavelmente em parceria com grandes bancos”, comenta Fabrício.

“O Open Banking é um catalisador de uma mudança estrutural no mercado, que vai promover o livre acesso de dados e a escolha do usuário final sobre como e onde ele consome serviços financeiros”, Ricardo Taveira, fundador e CEO da Quanto, plataforma de open finance. 

Quais serão os efeitos do Open Banking no Brasil?

São muitas expectativas para os efeitos do Open Banking no mercado financeiro. Para Maria Helena Chaves, fundadora da Onidata, plataforma para Crédito Pessoal, CDC e Consignado, com o Open Banking, as instituições poderão criar e oferecer serviços mais adequados e personalizados ao perfil de cada cliente. “Na prática, as instituições conhecerão melhor com quem estão falando. Ainda veremos muita mudança nesse mercado”.

É possível ter uma ideia do que esperar com base na experiência de outros países que já abriram seus sistemas financeiros. Segundo o estudo mensal Inside Fintech Report, desenvolvido pelo Distrito Dataminer, o Reino Unido, primeiro país a adotar o Open Banking no mundo, viu um boom de nascimentos de novas fintechs desde o ano da adoção do novo sistema, em 2018.

O Brasil ainda tem um diferencial, pois é o primeiro país a colocar outros produtos financeiros nesse novo sistema de regulação aberta. “Essa evolução nenhum outro país fez, que é colocar outros produtos financeiros, como previdência privada, unidades de consórcio, tesouraria, fundos, etc, no mesmo patamar de abertura de dados. Isso abre a oportunidade de milhões de produtos para o mercado financeiro e não só para bancos, explica Thiago Saldanha, da Sinqia.

Em outras palavras, o Open Banking é muito mais que um novo sistema no qual as instituições financeiras precisam se adequar, mas uma oportunidade de criar novos negócios e atingir novos públicos. 

Um novo momento para fintechs

Confira algumas apostas dos especialistas para a nova onda de criação de fintechs com a implementação do Open Banking:

Ricardo Taveira, fundador e CEO da Quanto

Ricardo Taveira, fundador e CEO da Quanto

“Entidades menores, especialmente aquelas que querem trazer novos usuários, têm um incentivo muito forte de se conectar no ambiente do open banking para abrir seus próprios dados e consumir de terceiros. Não há um gigantesco aparato necessário. O impacto vai chegar para fintechs de todos os tamanhos, talvez de formas diferentes.” 

Maria Helena Chaves, fundadora da Onidata

Maria Helena Chaves, fundadora da Onidata

“Na prática, as taxas vão praticamente se igualar. Então você vai buscar crédito no lugar que você mais se identifica, assim como quando compra roupa. Acredito que teremos algo como um Marketplace financeiro.”

Fabrício Violin, Gerente de Open Banking do banco BV

Fabrício Violin, Gerente de Open Banking do banco BV

“Potencialmente teremos players dedicados a atender fintechs e prestar serviços para que elas tenham uma oferta de crédito lá na ponta. É difícil prever isso agora, mas acredito que teremos players específicos para atender essas startups.”

Thiago Saldanha, CTO da Sinqia

Thiago Saldanha, CTO da Sinqia

“Alguns produtos que já existem no Brasil, como do Guiabolso, vão ter um salto com o Open Banking, porque agora teremos todos os bancos com APIs que podem ser plugadas de forma oficial e segura. Esse tipo de produto que chamamos de agregadores tendem a crescer muito.”