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Quote-to-cash: tecnologia para gestão e cobrança de clientes

Quote-to-cash: tecnologia para gestão e cobrança de clientes

24 de setembro de 2021
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Artigo atualizado em 24 de setembro de 2021

Quote-to-cash (algo como “da cotação ao dinheiro na conta”, em português) é um termo utilizado para se referir ao itinerário completo de uma venda, que começa na definição do preço de um produto ou serviço e termina no recebimento do devido valor em conta. Entre as duas pontas desse percurso, estão incluídas as outras diversas operações que compõem a atividade das vendas, como formulação de contrato, cadastro do cliente, emissão de boletos, controle de cobranças, processamento do pedido, envio de nota fiscal etc. Dependentes umas das outras, essas tarefas podem muito bem ser integradas através da tecnologia para simplificar e otimizar o trabalho dos times de vendas. 

Pois é exatamente esse tipo de ferramenta que a startup de finanças pioneira PLIPAG desenvolveu, a fim de automatizar os processos de cobrança das empresas e melhorar o relacionamento delas com a sua base de clientes. O MVP (mínimo produto viável) da fintech foi apresentado ao mercado em 2018 como a primeira solução quote-to-cash do Brasil, isto é, um software de gestão e cobrança de clientes para negócios de diversos segmentos que cobram mensalidades, como escolas, cursos, agências, associações, contadores, empresas de tecnologia, entre outros. 

Entre outras funcionalidades, o programa conta com um portal que facilita o acesso dos consumidores à 2ª via dos boletos, comprovantes e histórico de pagamentos. Também possui um painel em que o empreendedor consegue acompanhar os principais dados do seu negócio em tempo real. De acordo com o site do PLIPAG, é possível reduzir até 90% do trabalho da equipe de vendas e 50% das despesas de uma organização através da plataforma, além de aumentar em 30% a retenção de clientes. 

A importância de as empresas manterem uma relação saudável com os seus clientes foi enfatizada por Guilherme Bento, cofundador e CEO do PLIPAG, que falou ao Distrito a respeito das soluções de quote-to-cash: “Se você cobra o mesmo cliente todos os meses, receber o pagamento não é o mais importante. Ter todos os dados do cliente, histórico, anotações, documentos, notificações e insights, tudo no mesmo lugar e com foco no relacionamento: isso é o mais importante.”

Já a produção do software do PLIPAG, por sua vez, foi evoluindo conforme o relacionamento da fintech com os seus próprios clientes: “O processo de desenvolvimento da ferramenta foi baseado em muita experimentação e aprendizado junto aos nossos clientes. Focar nas pequenas empresas que cobram mensalidades foi o primeiro passo, mas somente depois de lançar o produto e conversar muito com os primeiros usuários entendemos a real necessidade de acrescentar os recursos de gestão de clientes ao software.”

O PLIPAG surgiu da parceria entre dois colegas de trabalho do Ebanx, fintech de pagamentos criada em 2012 e que adquiriu status de unicórnio em 2019, após um investimento do fundo de private equity americano FTV. A startup foi acelerada pelo Sistema Fiep e pela americana TheVentureCity, de quem ainda recebeu o seu primeiro aporte, no fim de 2020. Nesse último mês de agosto, o PLIPAG anunciou outro aporte, desta vez da Niu Ventures, também dos Estados Unidos. Somados, os investimentos da fintech já ultrapassaram um milhão de reais. O dinheiro será aplicado no desenvolvimento de seu software, pelo qual as empresas clientes do PLIPAG devem processar mais de R$ 50 milhões até o final deste ano. 

No Brasil, as soluções de quote-to-cash ainda estão apenas engatinhando, mas a tendência é que suas vantagens atraiam cada vez mais empresas que cobram mensalidades. Guilherme Bento afirma que o próprio PLIPAG está ajudando a criar esse mercado no país, que coloca o cliente cobrado em primeiro lugar, e não apenas como mais um número: “O relacionamento com os clientes é a base de tudo, mas vem sendo negligenciado há muito tempo pelas soluções financeiras, que olham somente para o processo de pagamento. Mas isso está mudando. Com boa parte das empresas indo para o modelo remoto ou híbrido e a digitalização dos serviços, o foco na experiência do consumidor e as ferramentas que fazem mais do que o básico vão ser o novo normal. É para isso que estamos nos preparando.”