As 4 forças da economia digital e o futuro do mercado
Artigo atualizado em 16 de novembro de 2021
Quebrar hábitos que já estão enraizados na cultura corporativa não é uma tarefa fácil, porém uma mudança será necessária para aqueles líderes que queiram acompanhar o desenvolvimento tecnológico e digital que moldará o mundo de amanhã. Hoje em dia, o comum é partir do presente para se planejar para o futuro, mas uma técnica que promete alavancar a inovação, e não só isso, mas também moldar o futuro da corporação, pede para usarmos o próprio futuro como ponto de partida para elaborar um planejamento. Essa técnica é chamada de Future-Back.
Um dos primeiros passos para colocar a técnica do Future Back em prática é idealizar onde a empresa quer e pode estar no futuro, e planejar daí os passos necessários para atingir o futuro idealizado, usando sempre uma folha em branco, para que assim nenhum plano do presente interfira nessa idealização. Quando nos apoiamos em técnicas criadas anos atrás ou usamos apenas os recursos que temos na mão hoje em dia, o futuro acaba sendo regido pelo presente, resultando no que já é tradicional hoje e em uma liderança clássica.
As 4 forças da economia digital
No evento Open Innovation Summit, que ocorreu em novembro,tivemos uma palestra sobre futurismo. O palestrante compartilhou a ideia do Future-Back e concorda que esse é o melhor caminho para que aqueles em posição de liderança não fiquem para trás quando novas tecnologias começarem a surgir.
“Passada algumas experiências no mercado de trabalho, eu listei 4 forças que nos ajudam a entender a economia digital, a transformação digital e a internet como fenômeno. Essas quatro forças são como quatro tsunamis, elas vêm e não estão preocupadas se o modelo de negócio está preparado para isso ou se seu currículo está atento para esse movimento”, comenta o palestrante. As 4 forças listadas por ele são:
- Digitalização
- Automação
- Personalização
- Distribuição
E é importante levá-las em consideração, pois tudo o que puder ser digitalizado, automatizado, personalizado e distribuído será. Na palestra foram mostrados alguns exemplos de empresas que já estão colocando em prática a técnica do future-back, focando nos quatro elementos mencionados pelo palestrante.
A digitalização como força
Um projeto de restaurante japonês comprova o fato de que tudo que puder ser digitalizado, será. Até mesmo a comida. “É o caso do Openmeals, um projeto japonês ligado à alimentação. Dentro dele existem diversas propostas como impressora de comida pixelizada, ou seja, uma máquina que imprime comidas em 3D.” diz Tiago Mattos.
Esse projeto será realizado pelo restaurante Sushi Singularity e, acredite ou não, só não está aberto nesse momento, pois sua inauguração foi adiada devido à pandemia do COVID-19, mas espera-se que em um futuro próximo isso aconteça. O projeto idealiza como será a alimentação daqui a 100 anos. Mudando não só a experiência que temos ao comer, mas também mudando a própria comida em si. Podendo modificar não só as cores das comidas e o formato, como também o valor nutricional, que varia de acordo com as necessidades de cada pessoa. Então, caso você esteja de dieta, tenha alguma alergia ou até mesmo alguma deficiência vitamínica, pode desfrutar da mesma comida que seu amigo, mas com mudanças aplicadas de acordo com cada pessoa.
A automação como força
Já é nítido que o futuro será automatizado, desde a indústria – a qual já vem utilizando a automação há muito tempo – até casas, meios de transporte, serviços de atendimento. Tudo que tiver a possibilidade de ser automatizado, será.
Tiago, em sua palestra, trouxe como exemplo uma empresa que criou um relógio, HealBe Gobe, o qual, a fim de proporcionar uma vida mais saudável e auxiliar no controle do peso, consegue medir quantas calorias a pessoa está ingerindo automaticamente, através da bioimpedância. Além disso, ele também consegue verificar o nível de hidratação, enviando alertas ao usuário para beber água e medir o nível de estresse e emoções da pessoa. Dessa forma, melhorando a vida daquele que usa o relógio, o acessório o auxilia a estar sempre em contato com as necessidades do seu próprio corpo.
A personalização como força
Outro caso de empresa futurista é a loja MTailor. Visualizando um futuro onde tudo será personalizado, ela criou um sistema no qual o próprio consumidor, a partir de modelos de roupa, consegue personalizar cada peça de acordo com suas preferências e necessidades e, através de um aplicativo que escaneia o corpo, fazê-la com medidas precisas para cada pessoa. Eles garantem que o aplicativo é 20% mais eficaz do que um alfaiate profissional. Essa empresa já existe e está em atividade desde 2014.
A distribuição como força
Um ótimo exemplo de distribuição que Tiago trouxe em sua apresentação, é um projeto de maquiagem da L’oréal, a Perso. “ Eles fizeram uma minifábrica de maquiagem, construída por inteligência artificial e robótica. Ela é responsável por gerar as maquiagens que você vai usar apenas naquele momento”, explica Tiago.
No caso da Perso, ao invés da maquiagem ser criada em fábrica e vendida em lojas, para que assim atinja o consumidor final, o cliente compra uma minifábrica, que cria produtos de skincare, batons cremosos e base líquida totalmente personalizados, por meio de robótica e inteligência artificial. Esse produto está para ser lançado e veremos muitas outras ideias parecidas pela frente.
Mentalidade future-back
Essas ideias, e várias outras, quebram com tudo o que estamos acostumados a vivenciar, mas para chegarmos a um futuro que idealizamos hoje, precisamos começar a colocá-lo em prática desde agora. “A maioria das lideranças foi educada a partir de princípios de manutenção e rigidez, para que as empresas se mantenham da mesma forma por muito tempo, mas isso me parece um erro!”, enfatiza Tiago. Em sua apresentação, ele ainda reforça a importância de implementar a prática do future-back: “Quando nós falamos em uma mentalidade para se preparar para as quatro forças dominantes, essa é a mentalidade que gostaria que levassem, uma mentalidade future-back.”