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Banco Original fala sobre a segunda fase do open banking

Banco Original fala sobre a segunda fase do open banking

3 de setembro de 2021
10 minutos de leitura
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Artigo atualizado em 3 de setembro de 2021

O superintendente executivo Fábio Lins, do Banco Original

No último dia 13 de agosto, o Banco Central deu início à segunda fase de implementação do open banking. Através desse ‘sistema bancário aberto’, qualquer empresa poderá ter acesso às informações financeiras de uma pessoa, sendo possível conhecer o histórico delas de imediato e oferecer produtos e serviços personalizados, de acordo com os seus antecedentes bancários.

Pois com esta segunda fase, os brasileiros já podem solicitar às instituições em que são clientes o compartilhamento das suas informações cadastrais com outras empresas. Poderão ser compartilhados nome, endereço e dados transacionais de conta, como extratos, informações sobre cartão e operações de crédito, além do histórico da poupança.

Para que esse compartilhamento seja seguro e monitorado, a segunda fase do open banking foi subdividida em quatro estágios, que acontecerão entre agosto e outubro:

  • De 13 de agosto a 12 de setembro – apenas dados cadastrais podem ser compartilhados, entre as 8h e 18h em dias úteis e restritos a 0,1% dos clientes das instituições financeiras
  • De 13 a 26 de setembro – informações transacionais e de poupança podem ser compartilhadas, entre as 8h e 18h em dias úteis e restritos a 0,5% dos clientes das instituições
  • De 27 de setembro a 10 de outubro – dados de cartão e operações de crédito entre as 8h e 18h, todos os dias, e 24 horas às quintas e sextas, limitados a 1% da base de clientes das instituições
  • De 11 a 24 de outubro – todas as informações previstas para a segunda etapa de implementação do Open Banking poderão ser compartilhadas, todos os dias e em qualquer horário, limitadas a 10% dos clientes das instituições

Fintechs de open banking no Brasil

No Brasil, existem 52 startups que desenvolvem tecnologias para facilitar o compartilhamento das informações financeiras dos clientes entre as empresas. Desde 2018 até este mês de setembro, elas já receberam mais de US$ 120 milhões em investimentos (gráfico). 

De 2018 para 2019, o volume de capital aplicado nessas fintechs disparou, muito por causa do início dos debates sobre as novas regulações do open banking. Neste ano, já foram mapeadas quatro rodadas de investimento dentro desse ecossistema, que juntas somam US$ 39 milhões.

O gráfico mostra o volume de capital aplicado em fintechs com serviços de open banking de 2018 a setembro de 2021 no Brasil, em milhões de dólares

Pioneiros do open banking

No Brasil, a primeira comunicação entre duas empresas via open banking aconteceu em agosto de 2019. Nesse mês, bem antes de a primeira fase de implementação do sistema bancário aberto, os clientes do Banco Original puderam transferir os seus dados para o aplicativo da fintech Guiabolso e ter todos os seus gastos categorizados. 

Em janeiro de 2020, o Guiabolso ainda anunciou o lançamento de um serviço de inteligência de dados para que outras empresas tivessem acesso ao histórico financeiro dos seus clientes, mediante consentimento. Com isso, elas conseguiriam acessar informações de conta corrente, cartão de crédito e investimentos em diversas organizações financeiras do Brasil a partir de uma única integração com o aplicativo.

No seu site, a fintech também disponibiliza uma página com a relação completa de agências bancárias das principais organizações financeiras do Brasil. O trabalho foi feito com a base de dados do open banking e permite que os usuários confiram as taxas de juros cobradas pelos bancos. Segundo Mateus Brum, head de Growth do Guiabolso, esse é um bom exemplo de como o sistema bancário aberto pode ajudar as pessoas: ‘Nosso time de tecnologia conseguiu conectar os dados do open banking com as agências, fazendo com que os dados dessas instituições estejam sempre atualizados.’

Banco Original pronto para o open finance

Desde a sua criação, o Banco Original foi estruturado em um modelo todo digital, tendo sido o primeiro banco no Brasil a permitir a abertura de conta corrente 100% por meio de dispositivos móveis. A empresa nasceu com a proposta de ajudar as pessoas a ter acesso a serviços bancários digitais, facilitando a sua relação com o dinheiro. Hoje, o Original já apresenta uma vitrine de produtos e serviços completa para os seus clientes.

Também desde o início, a estratégia do Banco visava o open banking — muito inspirado pela popularidade da tecnologia no Reino Unido. Atualmente, por meio de sua vertical de Banking as a Service, o Original oferece sua estrutura de APIs* para outros players e fintechs do mercado, uma iniciativa pioneira no sistema financeiro nacional. Aliás, o próprio domínio openbanking.com.br pertence ao Banco Original, que utiliza a página como fonte de informação sobre o tema.

Fábio Lins, superintendente executivo de canais, PIX e open finance do Banco Original, ressalta a importância do ‘sistema financeiro aberto’: ‘O open finance vai revolucionar todo o nosso sistema financeiro. Isso exige muita tecnologia, para prover segurança aos clientes e instituições. Por ter surgido para o open finance, o Original já estava pronto para iniciar esse procedimento antes mesmo da primeira fase definida pelo Banco Central.’

A propósito: no Brasil, a abertura do histórico financeiro dos clientes não será obrigatória apenas para os bancos, como em outros países. Qualquer organização que ofereça serviços financeiros, como corretoras de seguros, companhias de câmbio, fundos de previdência, caixas econômicas, cooperativas de crédito e outras precisarão seguir a prática. Daí o Banco Central ter adotado o conceito mais abrangente de open finance, em vez de apenas open banking.

O executivo Fábio Lins falou com o nosso time sobre a segunda fase do open finance e como o próprio Banco Original está inserido nesse sistema financeiro aberto:

Você acredita que houve receio das instituições financeiras quanto à abertura do mercado promovida pelo open banking? E quanto aos próprios clientes dos bancos?

O Banco Original quer a todo custo valorizar a abertura do mercado financeiro. É nisso que a gente acredita. Nascemos dessa forma, porque já imaginávamos que o nosso cliente não seria exclusivo, que ele seria compartilhado. Hoje, sabemos que as pessoas têm, em média, 3,6 contas. Portanto, o cliente é soberano para escolher com quem quer contratar seus produtos financeiros. 

Aliás, o Banco Original nem era obrigado a entrar nessa segunda fase, que é reservada aos bancos grandes, classificados como S1 e S2. No entanto, decidimos no início deste ano que entraríamos em todas as fases. Obviamente, nenhuma instituição vai se declarar contrária ao open banking, até porque o Banco Central as está obrigando a se adaptar às novas normas regulatórias. Mas o Original é o banco que quer fazer o open banking voluntariamente, e não porque está sendo obrigado. 

Nesta segunda fase, as pessoas poderão dar autorização para que uma instituição financeira acesse as suas informações no banco onde elas têm conta, o que gera o receio de que essas pessoas recebam ofertas de serviços melhores. Naturalmente, da mesma forma que iremos atacar a base de clientes da concorrência, nós também seremos atacados, o que aumentará a competição no mercado.

Em relação às pessoas, nosso desafio é mostrar a elas que o open banking é seguro. O receio das pessoas é em compartilhar as suas informações, ainda mais quando ouvimos falar de diversos casos de vazamentos de dados. Já nos próximos dias, iremos pedir o consentimento de um milhão de pessoas para acessar os seus dados em outras empresas. Com o histórico financeiro delas em mãos, coisa que era muito difícil de obter até então, iremos pedir sua confiança para fazer o melhor uso da sua informação: podemos entregar uma oferta melhor! Antes de a outra empresa liberar a informação, o próprio aplicativo do Original vai abrir a tela de login dessa empresa para o cliente inserir seus dados: CPF, agência, conta, senha… Ninguém consegue entrar a não ser o próprio cliente. É a partir dele que obtemos acesso ao seu próprio histórico financeiro. 

Enfim: não tem como um hacker, um fraudador, entrar no meio do caminho e acessar os dados do cliente. É tudo criptografado, na codificação mais complexa possível. Então, isso dá muita segurança. E é isso o que temos que explicar para a população. Ela tem que entender os benefícios que irá ganhar e que o processo é seguro. 

Como tem sido o planejamento do Banco Original para as próximas fases do open banking, a três e a quatro?

Na terceira fase, acontece a maior disrupção do open finance como um todo. Pois não será mais open banking, mas open finance. Esse ecossistema é muito maior do que bancos. Isso significa que, a partir de 29 de outubro, qualquer estabelecimento financeiro — ou não: anotem bem, pois também os não financeiros, desde padarias, mercados, açougues, farmácias… até o WhatsApp, a Amazon, o Ifood, enfim: qualquer instituição vai poder iniciar um PIX para o cliente. 

O PIX é o método de transferência imediato de maior sucesso na história do Brasil. Imagine que um cliente poderá enviar um PIX da sua conta no Banco Original através de um caixa de supermercado, por exemplo. Isso irá ampliar imensamente os canais de distribuição de serviços financeiros no país. Evidentemente, esses estabelecimentos terão que ser autorizados pelo Banco Central para fazer isso, já a partir da próxima fase. 

Como o Banco Original já tem as APIs de PIX, já estamos iniciando os testes com esse processo. Nós iremos atuar como um receptor de PIX nesse exemplo que dei de supermercado, do cliente, por meio do supermercado, fazendo um PIX através do Banco  Original. E vice-versa: do Original fazendo o papel do supermercado. Nesse caso, uma pessoa ou empresa, mesmo sem ser cliente do Banco Original, poderá fazer um PIX com o nosso aplicativo, na área pré-login. 

A fase seguinte é a quarta, que será muito parecida com a segunda. A segunda incluiu consentimento, cadastro, conta corrente, cartão e empréstimo. A quarta, prevista para dezembro, vai ter investimentos, seguros, câmbio e previdência. O Banco Central aumentará o leque de produtos. Assim, o cliente poderá autorizar o Banco Original a acessar os dados de seguro que ele tem na concorrência e receber uma oferta mais completa, mais personalizada, com uma taxa melhor etc. Isso também valerá para o investimento, câmbio e previdência.

Da mesma forma, como o Banco Original já tem as APIs de todos esses produtos financeiros, entraremos na fase quatro sem nenhuma dificuldade.

*API é uma tecnologia que permite às empresas compartilharem as informações financeiras dos seus clientes entre si de modo padronizado.