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Câmbio as a Service digitaliza operações internacionais

Câmbio as a Service digitaliza operações internacionais

26 de setembro de 2022
7 minutos de leitura
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Artigo atualizado em 26 de setembro de 2022

Transformações no mundo da tecnologia e no ambiente regulatório são o pano de fundo para o surgimento do câmbio as a service

As regras que conduzem o sistema financeiro brasileiro estão passando por transformações, inclusive na área de câmbio.

Essas movimentações são impulsionadas pela Agenda BC#, proposta do Banco Central do Brasil (BCB) para modernizar a regulação e a inovação de processos entre instituições (financeiras ou não) e estimular a competição e a inclusão financeira no mercado.

No final de 2021, foi aprovado o Novo Marco Legal do Câmbio. A partir dele, surgirão novas alternativas para instituições financeiras e seus clientes, otimizando custos, tempo e acesso.

É nesse contexto que surge o câmbio as a service (CaaS).

O que é software as a service (SaaS)?

No entanto, para entendermos o câmbio as a service, primeiro precisamos falar do modelo de negócios software as a service (SaaS), presente em companhias de diversos setores, sobretudo no financeiro.

Os softwares por assinatura — ou “como serviço” — tornam disponíveis programas e recursos de computação (armazenamento, poder de processamento, bancos de dados) sob demanda através de uma rede de servidores remota, a famosa “nuvem”.

Em 2021, os investimentos em startups provedoras de softwares por assinatura dispararam no Brasil, muito por causa da facilidade de integração do serviço às plataformas das empresas assinantes.

Outra vantagem do SaaS é o baixo custo da assinatura. Afinal, toda a infraestrutura e manutenção do software ficam a cargo da provedora do serviço que obtém ganhos de escala, e não da empresa cliente.

O que é câmbio as a service (CaaS)?

Assim como o software as a service, o CaaS também é uma solução via API* (application programming interface). O serviço permite que empresas e pessoas possam realizar operações de câmbio de forma fluida e sem obstáculos.

O CaaS pode ser integrado a plataformas digitais de quaisquer companhias que desejam oferecer serviços de câmbio aos clientes, seja como produto principal ou apenas complementar.

Atualmente, existem 23 startups de câmbio em operação no Brasil. 

Porém, não são apenas as novas empresas de tecnologia que fornecem serviços de câmbio em nosso país.

O Bexs Banco, há trinta anos no mercado de câmbio, é pioneiro no modelo as a service, tendo como objetivo simplificar o acesso às operações de câmbio em diferentes negócios: e-commerces, investimentos, comércio exterior e startups de agricultura.

Como funciona o Câmbio as a Service?

Com o objetivo de modernizar as operações de câmbio, as fintechs e instituições financeiras mais tradicionais oferecem softwares de fácil integração e, consequentemente, custos reduzidos e poucas barreiras de entrada.

Desta forma, a tecnologia consegue transformar plataformas de diferentes setores e correspondentes cambiais em uma empresa tech que realiza operações de câmbio.

Em entrevista para o portal Finsiders, Odilon Costa, diretor executivo na Sinqia, afirmou que o grande desafio das fintechs nessa nova era do câmbio é “desenvolver soluções aos clientes eliminando burocracias e proporcionando agilidade e redução de custos operacionais”.

Passaram-se quase dez anos que milhões de e-shoppers brasileiros que frequentavam marketplaces internacionais se beneficiaram do câmbio as a service. Utilizando meios de pagamento locais, como boletos e cartões de crédito nacionais, via serviço de câmbio integrado aos provedores de pagamento, eles passaram a comprar em mercados globais utilizando o real.

Muitos desses consumidores contaram com a solução de câmbio do Bexs Banco, que oferece interface operacional de contratação do serviço para as empresas e garante o cumprimento dos requisitos regulatórios e de segurança necessários para a operação cambial.

Quais as vantagens dos investimentos internacionais para brasileiros?

Assim como as compras em marketplaces e e-commerces estrangeiros, a negociação de ativos no exterior também foi facilitada pelo câmbio as a service. 

Com as soluções de câmbio via API integradas às corretoras digitais estrangeiras, os brasileiros passaram a ter acesso a uma gama mais ampla de produtos, são centenas de ativos financeiros nos Estados Unidos, inclusive na NYSE e na NASDAQ.

Uma dessas corretoras é a Avenue Securities, que hoje conta com mais de 600 mil clientes.

A infraestrutura que a startup desenvolveu para dar acesso a investimentos no exterior para brasileiros ficou mais fluida com a solução CaaS oferecida pelo Bexs Banco.

A parceria permitiu que os usuários da plataforma da Avenue fizessem uma transação em real e em seguida realizassem a conversão da moeda, passando a ter os valores em dólares para investir nas bolsas norte-americanas e outros ativos.

Câmbio as a Service leva a inovação para o setor agro

O mundo do agro, tão pujante para a economia brasileira, também avança na transformação digital. 

Geralmente, as transações internacionais do setor costumam exigir uma série de operações burocráticas para serem concluídas, como envio de e-mails, chamadas telefônicas com operadoras de câmbio e outros participantes da contratação.

Com o câmbio as a service integrado a qualquer página de venda de produtos agrícolas, os importadores e exportadores podem negociar o câmbio com rapidez e sem obstáculos, com menor risco de variações e tratamento apropriado de dados privados.

A OpenSolo, por exemplo, fornece serviços ligados à jornada comercial das cadeias de trigo e de frutas, legumes e verduras (FLV). Sempre que um cliente completa uma transação internacional na plataforma da startup, ele pode pagar através de uma operação de câmbio, incluindo as fases de cotação e fechamento.

Uma operação cambial na OpenSolo tem início quando compradores e vendedores compartilham as suas informações entre si. Uma integração da API do Bexs à plataforma da agtech permite integrar esses dados e concluir o câmbio digitalmente.

As mudanças regulatórias no mercado de câmbio brasileiro começaram em 2021, quando o BCB permitiu que outras organizações além de bancos e corretoras fizessem parte desse ecossistema.

Atualmente, cerca de 160 instituições estão autorizadas a realizar operações cambiais no Brasil. Com as alterações que estão sendo implementadas, estima-se que 900 fintechs poderão escolher entrar nesse mercado, direta ou indiretamente.

Já o chamado Novo Marco Legal do Câmbio foi publicado no final de 2021 e anulou antigas diretrizes ainda em vigor no nosso país. Espera-se que, nos próximos meses, o progresso na nova lei seja ainda mais robusto. Aliás, o Banco Central está inclusive ouvindo players do mercado para aprimorar a legislação.

Uma das normas divulgadas no último ano foi a da criação do prestador de serviços de eFX. Uma startup de finanças, agricultura ou companhia de varejo com esse papel estará permitida a intermediar operações de pagamentos que contenham inúmeros produtos fornecidos entre o Brasil e o mundo.

A empresa ainda precisará de uma organização financeira autorizada para concluir a operação, mas apenas a possibilidade de intermediação já ampliará a vitrine de produtos que poderão ser oferecidos aos usuários.

O avanço regulatório tem total aderência com a evolução dos serviços de câmbio ofertados no modelo digital e via API. Os grandes vencedores dessa transformação serão os brasileiros, sejam eles consumidores ou empresas. Nessa nova era do mercado de câmbio, o país estará mais conectado ao mundo.

*API é uma tecnologia que permite às empresas compartilharem as informações financeiras dos seus clientes entre si de modo padronizado