A transformação do banco BV por meio da conexão com startups
Artigo atualizado em 21 de julho de 2021
Hoje, a inovação e o empreendedorismo são fundamentais para o crescimento de todos os mercados. Nesse contexto, as startups têm um papel importante. Isso porque trabalham com novas tecnologias e soluções, focadas em resolver dificuldades do cotidiano, tanto das pessoas quanto das empresas.
Para inovar com a ajuda de quem já pratica isso no dia a dia, muitas empresas tradicionais têm apostado na parceria com startups. Isso é feito por meio da inovação aberta, uma estratégia benéfica para ambas as partes, corporação e startup, que podem crescer juntas. Essa parceria se dá, normalmente, com as corporações buscando, no ecossistema de inovação, soluções para as dificuldades que enfrentam.
É o caso do banco BV, por exemplo. Fundada em 1988, a instituição financeira é considerada o quinto maior banco privado do Brasil, oferecendo soluções voltadas para pessoas físicas e jurídicas.
A empresa já conta com uma área de inovação, o BV/lab, e, mais recentemente, investiu na procura por startups que pudessem dar apoio em uma série de desafios. A iniciativa foi realizada em parceria com o Distrito, que assessorou a estruturação das etapas e contou com sua base de mais de 15 mil startups para divulgar e avaliar as empresas inscritas.
Leia o case abaixo para entender como essa parceria funcionou e como o banco BV se conectou com startups para resolver desafios por meio da inovação aberta.
Desafio
A instituição já contava com uma área de inovação, o BV/lab, quando, no final de 2020, colocou em prática uma trilha de open innovation, denominada BV/lab Facilita. Inicialmente, foi realizado um piloto, em parceria com a área de ciência de dados, com o objetivo de normalizar os bancos de dados da instituição para obter insights para o negócio.
Com o sucesso do piloto, outras áreas do banco se interessaram em participar da iniciativa. Os departamentos, então, mapearam uma série de desafios que poderiam ser solucionados por meio de parcerias com startups.
- A área de atendimento, por exemplo, tinha como objetivos aumentar o engajamento dos clientes com os produtos, intensificar o relacionamento do cliente com a marca (de forma escalável e automatizada), reduzir cancelamentos e aprimorar o uso de dados na tomada de decisão da companhia.
- Já a equipe de cobrança buscava aumentar a eficiência dos processos internos e a comunicação interna e automatizar processos para maior eficiência.
- A terceira área participante, Pessoas & Cultura, procurava startups que ajudassem a melhorar a experiência do trabalho remoto para colaboradores PCD.
Estratégia
Essas necessidades foram mapeadas e validadas e, a partir daí, o banco BV deu início à busca no ecossistema. Nesse momento, o Distrito atuou com a sua expertise em inovação aberta, inteligência de dados e implementabilidade de soluções para validar e descrever os desafios que seriam apresentados ao mercado.
Além disso, a parceria também contou com a produção de uma landing page, estratégia de divulgação e acompanhamento das inscrições e conexões. Na página do programa estavam descritos os desafios enfrentados pela empresa e possíveis ferramentas que poderiam ajudar a resolvê-los, assim como as instruções para participar e as etapas que fariam parte do processo de seleção.
As startups puderam se inscrever entre 23 de março e 14 de abril de 2021.
Resultados
Nas três semanas em que as inscrições estiveram abertas, mais de 150 startups demonstraram interesse no programa, algumas em mais de um desafio. O processo teve diversas etapas, como inscrição, triagem, seleção, pitch, POC e avaliação final.
Depois das inscrições, foi feita uma triagem em que foram analisadas as informações enviadas para entender se as soluções realmente se encaixavam nos desafios propostos. As que passaram pela triagem foram entrevistadas pelo BV, que em seguida escolheu as melhores startups, que seriam apresentadas para as áreas de negócio.
Cada área selecionou as startups com as quais gostaria de ter uma conversa direta — o momento do pitch. Depois da escolha das áreas, era a hora de alinhar os próximos passos. Foi estruturada a POC (proof of concept, ou prova de conceito) e os critérios de sucesso, dando início a uma fase de testes conduzida pelo BV/Lab em conjunto com a área de negócios.
O líder de inovação do BV, Bruno Franco, ressalta que todas as startups inscritas ficam em uma base de dados interna da empresa. “Assim, podemos acompanhar a evolução de cada uma delas. Em um primeiro momento a solução pode não nos atender, mas pode se tornar uma solução aderente a desafios futuros”, explica.
Aprendizados
Para o banco BV, lançar o desafio para o mercado foi uma maneira de consolidar sua conexão com o ecossistema de inovação.
Além disso, também permitiu que áreas que não estão diretamente ligadas com inovação e tecnologia pudessem ter contato com as soluções do mercado. Afinal, essas soluções permeiam nosso cotidiano e devem estar cada vez mais presentes em todos os departamentos das empresas.
Com o desafio, o banco BV também pôde conhecer dezenas de soluções que vão ao encontro de desafios enfrentados por diversas áreas do banco.
“Conseguimos dar maior agilidade aos nossos processos, ter ganhos em escalabilidade e fomento do mindset de inovação e conexão com o ecossistema”, afirma Bruno Franco.
O profissional destaca, ainda, a importância de se unir a parceiros como o Distrito para a realização de projetos de inovação aberta, como foi o caso desse desafio: “O Distrito foi parte fundamental nesse processo e tem ações importantes, que vão desde organizar a comunicação das necessidades mapeadas até a divulgação delas para o mercado. A parceria fortaleceu ainda mais a iniciativa de Open Innovation (Inovação Aberta) do BV”.
Segundo Gustavo Araujo, co-fundador e CEO do Distrito, o envolvimento do time de inovação do banco BV foi fundamental para o sucesso do projeto. “Em todas as etapas da jornada, a equipe foi extremamente colaborativa e hands-on junto com o nosso time. Além de resolver os desafios atuais da corporação por meio de inovação aberta, as pessoas do BV também estão muito interessadas em aprender como trabalhamos, e isso é muito positivo”, conclui.