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Por que empresas já bem estabelecidas investem em novas startups? Não há dúvidas de que se uma grande corporação optasse por inovar por conta própria, levaria muito mais tempo e gastaria muito mais recursos. Uma das estratégias de inovação aberta que mais vem crescendo nos últimos anos é o Corporate Venture Capital (CVC). Os investimentos […]
Artigo atualizado 8 de setembro de 2021
Por que empresas já bem estabelecidas investem em novas startups? Não há dúvidas de que se uma grande corporação optasse por inovar por conta própria, levaria muito mais tempo e gastaria muito mais recursos. Uma das estratégias de inovação aberta que mais vem crescendo nos últimos anos é o Corporate Venture Capital (CVC).
Os investimentos de empresas já estabelecidas em startups são uma maneira para as corporações entrarem em contato com o que há de mais inovador no mercado, além de diversificar a fonte de renda da companhia.
Somente nos sete primeiros meses deste ano, o volume de aportes de fundos de CVC no Brasil chegou a US$ 622 milhões, triplicando o valor investido em 2020, segundo o novo estudo Corporate Venture Capital Report 2021. Este movimento ocorre também no cenário econômico global, no qual os investimentos de capital de risco corporativos já se aproximam de US$ 80 bilhões só este ano.
Apesar do amadurecimento do mercado, a prática ainda gera muitos questionamentos entre os executivos das empresas. Por que apostar em CVC e não em outra estratégia de inovação aberta? Como criar um fundo e gerenciá-lo? Quais resultados medir? Se essas são as suas dúvidas, ao longo deste artigo traremos algumas orientações extraídas do Corporate Venture Capital Report 2021.
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De acordo com uma pesquisa lançada, em 2018, pela Endeavor, em parceria com a EY-Parthenon e a Cátedra Insper-Endeavor, a expressão Corporate Venture é utilizada para caracterizar qualquer esforço de uma corporação para criar novas iniciativas empreendedoras (entrepreneurial ventures), sejam elas internas ou externas.
As empresas podem seguir dois caminhos que não se excluem. O primeiro envolve criar práticas empreendedoras a partir de recursos da própria organização – pessoas, dinheiro, infraestrutura, etc. Ou seja, o Corporate Venture Interno (CVI).
O CVI também pode ser definido como intraempreendedorismo, que é quando a empresa aposta em projetos de colaboradores. Dessa forma, eles desenvolvem algum produto que seja aderente à estratégia da organização.
Normalmente, há programas que incentivam este tipo de prática em que a empresa organiza algum tipo de processo. Os funcionários são estimulados a montar grupos, desenvolver protótipos e modelos de negócio. E, assim, colocam em prática novos produtos que podem vir a fazer parte do portfólio da companhia.
O segundo é o Corporate Venture Externo (CVE). O termo se refere ao esforço de uma empresa em criar iniciativas empreendedoras. Dessa forma ela se utiliza não só recursos internos, mas também busca estabelecer alguma forma de interação e envolvimento com startups inovadoras.
Isso envolve uma busca por novas ideias e conhecimentos fora dos limites da organização. Esse envolvimento pode ser feito de várias formas, em diferentes níveis de comprometimento e risco.
Há empresas que elevam esse nível de comprometimento, assumindo os riscos inerentes a uma transação que envolva participação acionária.
Esse é o formato conhecido como Corporate Venture Capital (CVC). A empresa pode realizar um investimento direto na startup, ou decidir por investir em fundos de investimentos com esse propósito.
Esse engajamento pode ocorrer de duas maneiras:
A empresa investidora fornece à startup conhecimentos especializados em administração e marketing, direção estratégica e/ou uma linha de crédito.
O diferencial está em ter a corporação como aliada que irá chancelar e ser parceira. A grande empresa quando investe em uma startup está trazendo todo conhecimento técnico e especialistas de diversas áreas.
A prática não é nova, desde o século passado já temos casos de empresas consolidadas criando seus fundos de investimento em capital de risco, mas o desenvolvimento do ecossistema de inovação fez o Corporate Venture Capital ganhar força nos últimos anos.
Um Corporate Venture Capital não é um processo de impacto imediato, mas um investimento em inovação voltado para o futuro – especialistas estimam que os resultados podem aparecer somente em 6-8 anos após os primeiros investimentos.
Além disso, o CVC demanda um montante considerável de capital por parte da corporação e muitas vezes requer a contratação de especialistas externos para auxiliar em aspectos teóricos e práticos.
Um aspecto importante sobre o investimento em capital de risco em geral, inclusive o CVC, é que erros são parte normal do processo. É preciso saber lidar com as falhas e aprender com elas para estruturar uma tese e uma prática sólidas. Os erros vão acontecer em várias etapas, desde os deals, parcerias, retornos, entre outros.
Com relação ao investimento, a questão principal é como fazer para minimizar o risco inerente ao processo, e não como evitá-lo totalmente. Quando o Venture Capital tradicional desenvolve uma tese de investimento, os gestores sabem que a maior parte das suas apostas não vai retornar o capital investido. O que acontece é que algumas poucas startups trazem retornos financeiros espetaculares, compensando o desempenho das demais.
Essa realidade também se aplica ao CVC: a maioria dos investimentos não traz retornos relevantes para o bottom line da empresa, mas algumas dessas apostas podem ter resultados significativos e, no melhor dos casos, verdadeiramente transformadores, quando não disruptivos.
Desse modo, é crucial que todos os stakeholders envolvidos com iniciativas de inovação dentro de uma corporação estejam alinhados, compartilhando informações, aprendizados, perspectivas e visão estratégica. Mais importante, nunca se deve perder de vista os objetivos ao explorar o ecossistema de startups e criar unidades de CVC.
O Corporate Venture Capital se esforça não somente para atingir os objetivos financeiros de retornos exponenciais para o investimento. Mas também para objetivos estratégicos. Como falado anteriormente, é uma maneira de estar à frente do mercado em iniciativas inovadoras e disruptivas.
Um CVC orientado estrategicamente visa, principalmente, aumentar direta ou indiretamente as vendas e os lucros da empresa, fazendo negócios com startups que usam novas tecnologias, entrando em novos mercados, identificando alvos de aquisição e acessando novos recursos.
Os objetivos estratégicos e financeiros são frequentemente combinados para trazer maiores retornos aos investidores.
Um investimento de Corporate Venture Capital também é definido por duas características: objetivo e grau de sinergia entre as operações da empresa investidora e a startup.
Embora as empresas tenham uma gama de objetivos para seus investimentos, esse tipo de financiamento, geralmente, avança em um dos dois objetivos fundamentais.
Eles são feitos, principalmente, para aumentar as vendas e os lucros dos próprios negócios da corporação. Uma empresa que faz um investimento estratégico procura identificar e explorar sinergias entre si e um novo empreendimento.
Por exemplo, a Lucent Venture Partners, que investe fundos da fabricante de equipamentos de telecomunicações em empresas externas, faz investimentos em startups focadas em infraestrutura ou serviços para redes de voz ou dados.
Muitas dessas empresas têm alianças formais com a Lucent para ajudar a vender os equipamentos da empresa ao lado de suas próprias ofertas.
Embora a Lucent, claramente, queira ganhar dinheiro com seus investimentos com essas startups, está disposta a aceitar baixos retornos se seus próprios negócios tiverem um melhor desempenho como resultado dos investimentos.
O outro objetivo de investimento é o financeiro, em que uma empresa está procurando, principalmente, retornos atraentes. Neste, a corporação procura fazer o mesmo, ou melhor, do que os investidores de Venture Capital privados.
A marca consolidada de uma grande empresa pode sinalizar a qualidade da startup para outros investidores e clientes em potencial, retornando, por fim, ao investidor.
Além dos objetivos, a segunda característica que define os investimentos de CVC é o grau em que as empresas do portfólio de investimentos estão vinculadas às atuais capacidades operacionais da empresa investidora, ou seja, seus recursos e processos.
Por exemplo, uma startup com fortes vínculos com a empresa investidora pode fazer uso das fábricas, canais de distribuição, tecnologia ou marca da empresa. Pode adotar as práticas comerciais da investidora para construir, vender ou atender seus produtos.
Os investidores são propulsores no processo de crescimento de uma startup, o nível e a qualidade de seu envolvimento pode ajudar a determinar seu sucesso ou fracasso.
Ao considerar uma rodada de investimento, é imprescindível entender os principais tipos de investidores e suas prioridades, inclusive, alguns deles são muito especializados nas etapas e rodadas em que investirão.
Os investidores “semente” ou “anjo” são, geralmente, os primeiros investidores em uma startup, seguidos por empresas de venture capital e, finalmente, fundos de private equity.
Antes de falar sobre os investimentos relacionados ao CVC, saiba um pouco mais sobre eles:
Um investidor-anjo investe seu próprio capital em startups no estágio inicial. Eles frequentemente atuam ativamente em várias delas e buscam agregar valor estratégico por meio de conselhos e gerando conexões.
Colaboram em ideias sobre o ajuste do product market fit e para a escolha das startups. Concentram-se mais em fatores qualitativos, como quem são os fundadores e as chances do negócio decolar.
Normalmente, investem em startups que já provaram seu modelo de receita.
Ventures Capitals também são focados em quem são os fundadores. Geralmente, como a fase da startup a ser investida já é mais avançada, analisa-se com mais rigor as métricas disponíveis.
São fundos que investem capital diretamente nas empresas. Esse investimento é feito quando a startup vai além de gerar receita e desenvolve margens lucrativas e fluxo de caixa estável. Além de ser capaz de atender uma quantidade significativa de dívida.
Portanto, as empresas de PE observam as principais métricas financeiras, incluindo o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), o fluxo de caixa, o fluxo de caixa livre e, em última análise, o que a IRR acredita que pode alcançar.
Existem Corporate Venture Capitals especializados em investimento para startups em estágio inicial e há também CVC’s para as mais avançadas.
O montante do financiamento é geralmente pequeno no início e, frequentemente, trocado por uma participação acionária no negócio.
Os investidores veem esse capital semente como arriscado. É por isso que alguns preferem esperar até que o negócio esteja estabelecido antes de apostar grandes aportes de capital.
o capital é fornecido a startups que estão em grande expansão. Seja por meio do lançamento de novos produtos, construção de fábricas físicas e melhoria de produtos.
Este é o estágio ideal que a maioria dos CVC’s está tentando alcançar no longo prazo. Quando as ações da startup vão a público, a empresa investidora venderá seus investimentos para obter retornos significativos.
Para entender mais sobre o assunto, recomendamos que dê uma lida em nosso artigo Como investir em startups.
Isso envolve o financiamento de aquisições de uma startup por meio de um fundo de investimento. Além de alinhar a startup com um produto ou linha de negócios complementares, que irão projetar uma marca semelhante para ambas as empresas.
Quando uma empresa interessada decide comprar a startup, a empresa investidora terá a chance de lucrar vendendo suas participações.
As fusões também beneficiam a investidora ao compartilhar recursos, processos e tecnologias com a startup. Dessa forma, isso trará algumas vantagens, como redução de custos, liquidez e posicionamento no mercado.
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