Corrida dos Unicórnios: qual startup atingirá o valuation bilionário?
Artigo atualizado em 23 de fevereiro de 2023
Corrida dos Unicórnios: que startup vai atingir o valuation bilionário primeiro?
O Distrito acaba de lançar a 4ª edição do Corrida dos Unicórnios, um relatório completo sobre as startups brasileiras com o maior potencial de atingir a marca de US$ 1 bilhão em valor de mercado e adquirir o tão sonhado status de “unicórnio”.
O termo “unicórnio” foi idealizado em 2013 em um artigo assinado pela investidora Aileen Lee para o portal TechCrunch. O objetivo de Lee era encontrar uma expressão que capturasse a essência das empresas de tecnologia com avaliação privada igual ou superior a US$ 1 bilhão. Assim é que, no universo corporativo, a palavra “unicórnio” ganhou a conotação de uma tecno-empresa rara, valiosa.
Dez anos após a publicação de Lee, o termo acabou se tornando genérico e, — no mundo todo, existem centenas de startups chamadas de unicórnios. Naquela época, porém, foram localizadas somente 39 startups bilionárias.
Mas nem por isso os monocerontes (outro termo para unicórnio) perderam o seu brilho nos ecossistemas de inovação tecnológica mundo afora. Na verdade, alcançar o valuation de US$ 1 bilhão continua a ser uma das metas mais cobiçadas por qualquer empreendedor.
Neste sentido, descubra qual o atual cenário das startups unicórnio no Brasil e quais são aquelas que deverão entrar para esse grupo em breve, de acordo com os analistas do Distrito.
Empresas unicórnios no Brasil
Atualmente, existem 23 startups unicórnios no Brasil, que receberam cerca de US$ 13,5 bilhões em investimentos. Para efeito de comparação, na Argentina, existem sete monocerontes, que, juntos, somam US$ 2,2 bilhões em investimentos.
A primeira empresa de tecnologia a adquirir o status de unicórnio na América Latina foi a Decolar, em 2015. No Brasil, as startups bilionárias começaram a surgir em 2018, com a 99Táxi, o Nubank e o iFood.
Em 2021, assim como no resto do mundo, o nosso ecossistema de inovação também recebeu um volume recorde de investimentos e nada menos do que dez tecno-empresas nacionais atingiram o valuation bilionário. No ano seguinte, os aportes de risco diminuíram e apenas a Neon e a Dock se tornaram unicórnios em nosso país.
Por falar nisso, o setor de finanças é o mais representativo dos monocerontes brasileiros. 8 dos nossos 23 unicórnios são fintechs. O padrão se repete em toda a América Latina, onde 41% das startups bilionárias pertencem ao setor financeiro.
Confira também: Novas tecnologias: quais as tendências para 2023?
As startups aspirantes a unicórnio no Brasil
Como mencionado anteriormente, o Corrida dos Unicórnios 2023 apontou as startups com maior potencial de chegar ao valuation bilionário no Brasil.
Apesar de 2022 ter sido um ano de retração no mercado global de capital de risco, ainda assim, elaboramos uma lista com dez tecno-empresas brasileiras com chances reais de ganhar seu valioso chifre nos próximos meses.
A definição dessas dez empresas aspirantes a unicórnio considerou a análise do histórico de rodadas de investimento que elas concluíram, a data do aporte, o destino dado ao dinheiro arrecadado e a relevância das casas de venture capital que apoiaram as startups.
Segue a lista (em ordem alfabética):
1 – Alura
A Alura é uma plataforma de aulas de programação on-line fundada em 2004 pelos irmãos Paulo e Guilherme Silveira. Em 2022, a startup de educação concluiu uma fusão com a FIAP, faculdade de graduação e pós-graduação em tecnologia com três campi em São Paulo. O acordo permitiu que a Alura entrasse no mercado de educação superior e ainda dobrasse o seu faturamento no último ano, que ficou por volta de R$ 420 milhões.
2 – Cerc
A Cerc se define como a primeira infraestrutura do mercado financeiro nacional especializada em crédito. Seu objetivo é aumentar a segurança e a eficiência do uso de recebíveis em operações de crédito realizadas por financiadores. A companhia de série C já arrecadou US$ 117 milhões em investimentos desde que foi criada, em 2015.
3 – Cora
Fundada apenas em 2019, a fintech Cora recebeu um aporte de US$ 10 milhões liderado pela Kaszek Ventures e Ribbit Capital — o maior investimento seed da América Latina na época. Em 2020, veio uma série A de US$ 26 milhões em que entraram as casas gestoras QED Investors e o Greenoaks Capital. Em 2021, a companhia anunciou uma série B de US$ 116 milhões liderado pelo Greenoaks, com participação de todos os outros fundos anteriores e mais dois novos: o Tiger Global e o Tencent.
4 – Evino
A Evino é um e-commerce de vinho que surgiu em 2013 para inserir a cultura vinícola no dia a dia dos brasileiros. A companhia de série B acaba de abrir uma loja conceito em São Paulo com um pequeno laboratório de vinho, onde os consumidores podem criar sua própria bebida. Até agora, a Evino já levantou US$ 131 bilhões em investimentos de risco.
5 – Flash
A Flash é uma startup que fornece tecnologias para as empresas administrarem benefícios e despesas corporativas. A tech de série C arrecadou US$ 132 bilhões de companhias gestoras como Tiger Global, monashees e Global Founders.
6 – Omie
Entre os investidores da Omie, estão as gigantes Astella, Riverwood Capital e Softbank. O último investimento da startup foi em 2021, uma série C de US$ 110 milhões que ainda teve uma extensão sem valor divulgado. A Omie é dona de um sistema de gestão empresarial na nuvem para controle de clientes e de caixa.
7 – Órigo Energia
Neste ano, a Órigo Energia concluiu uma rodada de série D de US$ 45 milhões para expandir a sua oferta de energia solar por assinatura a residências e empresas de todo o Brasil. Até 2025, a startup planeja investir R$ 4 bilhões em fazendas solares para levar energia a mais de 500 mil clientes.
8 – PetLove
A Petlove foi criada como um e-commerce em 1999 para se tornar o maior ecossistema digital para pets do Brasil. Meses atrás, a tech recebeu uma mega investimento de US$ 146 milhões para ampliar o seu programa de assinaturas e ampliar a sua malha logística. A Petlove tem Kaszek e monashees entre os seus investidores.
9 – Pismo
A Pismo tem uma plataforma que ajuda instituições não financeiras a fornecer serviços bancários e de pagamentos. A companhia participou de apenas uma rodada de investimentos, anunciada em outubro e no valor de US$ 108 milhões. Os investidores foram os gigantes SoftBank, Accel e Amazon. A Pismo já tem clientes na Ásia e planeja abrir escritórios nos Estados Unidos e na Inglaterra.
10 – Solfácil
Em 2022, a Solfácil amealhou uma rodada de série C de US$ 100 milhões liderada pelo QED Investors e com participação do SoftBank, dono do maior fundo de venture capital do mundo. Poucos meses depois, o aporte ainda contou com uma extensão de US$ 30 milhões. A startup financia projetos de energia solar fotovoltaica em todo o Brasil para residências, comércios, empresas, indústrias e propriedades rurais.
Leia também: Retrospectiva do ecossistema de inovação 2022.
O que esperar para 2023?
Em relação a 2021, em 2022 houve uma queda de 54% no volume de investimentos de risco direcionado para as startups brasileiras. Contudo, nesse mesmo período os valores investidos nas dez companhias apresentadas acima caíram apenas 6,5%, mesmo com todas as adversidades macroeconômicas que afetaram o nosso ecossistema tech no ano passado.
Porém, em 2022 também houve redução no número de acordos assinados (deals) e aumento do ticket médio dos aportes, sinais que refletem o avanço das startups nacionais para estágios mais avançados de desenvolvimento. Assim é que a estrebaria dos nossos unicórnios pode ficar um pouquinho mais cheia ainda em 2023.
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