Estratégia da Danone Nutricia foca em novos negócios
Artigo atualizado em 18 de setembro de 2020
A Danone é uma empresa global de alimentos, presente em mais de 130 países, com aproximadamente 100 mil pessoas compartilhando de uma mesma missão: Levar saúde por meio da alimentação ao maior número de pessoas. Aqui no Brasil são 3 negócios focados em saúde: Águas (Waters), Lácteos e bebidas à base vegetal (EDP) e nutrição especializada, a DANONE NUTRICIA que trabalha para fortalecer a saúde e o bem-estar das pessoas quando mais precisam, visando a transformar de forma positiva suas vidas.
A Danone Nutricia foi criada da fusão das unidades de negócio Early Life Nutrition (ELN) e Advanced Medical Nutrition (AMN) em fevereiro de 2019, chegou ao mercado com o propósito de transformar vidas por meio da nutrição. Com a união das expertises de suas unidades de negócio, se torna uma potência em nutrição especializada do Brasil, tendo em seu portfólio soluções nutricionais especializadas, inovadoras e fundamentadas pela ciência de marcas como Aptamil, Neocate, Ketocal, Nutridrink, Nutrisson e Cubitan, que traduzem a essência dessa empresa, por serem marcas que visam transformar a vida de seus consumidores.
Mas como manter a velocidade de inovação dentro de uma empresa com nível global, tamanho expert científico e ao mesmo tempo garantir a qualidade dos produtos? Conversamos com a Carla Frontini, Gerente de Novos Negócios da Nutricia e fica claro que a resposta está na forma com que a inovação aberta é realizada e vista dentro da companhia.
Novos negócios: o olhar para dentro e fora da organização
A cultura e estímulo para a inovação são parte da estratégia da Danone Nutricia e a área de Desenvolvimento de Novos Negócios nasceu em 2019, com o papel de acelerar oportunidades de negócio para a divisão e contribuir para essa transformação cultural. Para fazer com que isso aconteça em uma indústria regulamentada como a de saúde, foi preciso buscar ideias fora de casa e para isso trabalhar com Inovação Aberta, ou seja, através de conexões externas e complementares oriundas do ecossistema de inovação. O primeiro passo foi olhar para dentro, levantar as demandas de negócio e com isso buscar sinergias das áreas internas com players externos para o desenvolvimento de soluções.
Tais conexões acontecem em quatro frentes de atuação: interação com startups, desafios com universidades, projetos realizados em parceria com indústrias/empresas (cross industry) e aproximação com os hubs de inovação em saúde.
Segundo a Carla, este tipo de estratégia permite que a Danone entre com contato com empresas e empreendedores em diferentes estágios de maturidade, estimulando pensar de forma diferente, expandir nossos horizontes e ainda possibilita a transformação de processos. “Conectamos com universidades não só para fomentar pesquisas, mas para acompanhar a comunidade acadêmica nessa transformação e estar perto dos futuros líderes”. Estes diferentes contatos nos ajudam a aterrizar planos e sair do mundo das “ideias”.
O primeiro grande passo para que os projetos possam realmente sair do papel é entender a fundo o desafio, de forma a ter claro o problema e direcioná-lo para as diferentes formas de conexão. Tudo isso alinhado com a estratégia da empresa. De forma resumida, as startups permitem o desenvolvimento de resultados rápidos e inovadores, já as interações com as universidades garantem um aproveitamento de sua capacidade intelectual e técnica em suas mais variadas modalidades (desde os pesquisadores, pós graduandos e graduandos). No caso de cross industry existe a relevância no mercado pela parceria de grandes empresas em prol de um objetivo comum, e as atividades com o hub fazem com que a companhia se torne cada vez mais conhecida no ecossistema, concedendo espaço para a criação de conexões futuras com diferentes agentes de inovação.
Assim concluímos que atuando com diversas frentes e conexões há uma maior possibilidade de encontrar soluções inovadoras, sendo o sucesso dependente da venda interna do projeto, a multidisciplinaridade, a imersão no desafio, o envolvimento de áreas cross da companhia, a sinergia de propósitos com parceiros – sejam eles universidades, startups, indústrias e o ecossistema como um todo, e principalmente a cultura da empresa estar aberta ao erro.
Fishing e scouting
Para se tornar uma empresa na qual as startups e demais parceiros tenham interesse em realizar parcerias, a Danone Nutricia vem trabalhado com duas principais formas de contato: O chamado scouting no qual a área de Novos Negócios realiza a busca ativa, e o fishing, no qual a procura pela parceria é feita pela própria startup.
Estas duas formas de interação complementares permitem que a empresa esteja sempre em contato com parceiros, e não dependa somente da forma tradicional para desenvolver seus projetos – otimizando as atividades dos times. Ademais, muitas vezes a empresa não enxerga alguma oportunidade, ou está além do core business da startup – por isso nada melhor do que a própria ter a possibilidade de indicar onde está o ponto de conexão.
Para o fishing as startups podem se inscrever através deste link, preencher o formulário e assim poderá ser contactada por qualquer uma das divisões da Danone (Nutricia, Water ou Essential Dairy and Plant-Based). As equipes responsáveis dentro de cada divisão entrarão em contato caso encontre sinergia com os desafios de negócio.
Case de projeto com startup da Danone Nutricia
Recentemente a Danone Nutricia lançou dois novos produtos em conjunto com startups, a Pic-Me e a Natural Science, duas das selecionadas do primeiro programa de aceleração da empresa, realizado em 2019.
“Com a Pic-Me lançamos uma barrinha proteica com ingredientes naturais, rica em cálcio, colágeno e vitamina D, já com a Natural Science, startup curitibana, foi co-desenvolvido uma fórmula em pó de proteína vegetal, nos sabores baunilha e caramelo”, conta Carla. Os produtos foram desenvolvidos com foco em adultos que buscam uma longevidade ativa, e fazem parte do novo posicionamento da marca FortiFit.
Com resultados promissores não apenas nas entregas da POCs (provas de conceito) mas também na transformação cultural, a empresa partiu para a realização de uma segunda edição do programa, atualmente conhecido como Danone Nutricia Transforming Lab. Para isso foi realizado um levantamento com diversas áreas da companhia para a definição dos desafios lançados no edital desse ano. Foram mais de 350 startups inscritas, sendo 5 selecionadas: Biogenetika (nutrição personalizada), Plataforma Verde (logística reversa sustentável), Meplis (engajamento e suporte para pacientes), Oncase (análise de dados) e Forsee (inteligência e planejamento para sequenciamento de produção).
A empresa como todo está sendo envolvida no programa, que conta com os Diretores como sponsors de cada uma das startups e Gerentes como padrinhos e madrinhas para que os projetos estejam de acordo com as expectativas das áreas e possam de fato serem absorvidos e escalados. A previsão é que os resultados sejam apresentados em um Demo Day interno no início de dezembro. “Iniciativas como essa, não só promovem novas oportunidades de negócio, como também proporcionam mudança nas formas de trabalho das mais diversas áreas, redução de custos e diferencial competitivo” conclui Carla.