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Data driven: o que é e porque é essencial para a sua estratégia de inovação

Data driven: o que é e porque é essencial para a sua estratégia de inovação

21 de junho de 2022
11 minutos de leitura
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Artigo atualizado em 21 de junho de 2022

Estamos na era dos dados e uma quantidade enorme deles estão disponíveis com o potencial de alimentar um novo período de inovação baseado em fatos nas corporações, apoiando novas ideias com evidências sólidas. 

Impulsionadas pelo impulso de satisfazer melhor os clientes, simplificar as operações e esclarecer a estratégia, na última década, as empresas acumularam dados, investiram em tecnologias e contrataram talentos analíticos. 

No entanto, para muitas organizações, uma cultura forte e orientada por dados permanece indefinida, e os dados raramente são a base universal para a tomada de decisões. Mas afinal, o que é uma cultura data driven e como aplicá-la? Saiba neste artigo. 

O que é Data Driven

O termo data driven descreve um estado do negócio em que os dados são usados ​​para impulsionar a tomada de decisões e outras atividades relacionadas com eficiência, em tempo real. 

Atingir o patamar de data driven é como a diferença entre dirigir um automóvel e viajar a cavalo. As empresas orientadas por dados chegam ao seu destino com mais rapidez e eficiência. Vale destacar que os dados vão além de uma ferramenta, mas se tornam a metodologia que irá guiar a organização para uma ideia clara de seu negócio, com maior capacidade de aproveitar oportunidades e mapear tendências de desenvolvimento. Boas práticas da orientação através dos dados incluem dados bem integrados e confiáveis, além de automação algorítmica, incluindo inteligência artificial (IA).

Ser ou tornar-se data-driven é uma resposta a grande transformação cultural e econômica em andamento, conhecida como indústria 4.0. Cada revolução industrial dispara uma série de novas mercadorias, eficiências e possibilidades. O vapor impulsionou o desenvolvimento para a primeira revolução industrial, a eletricidade para a segunda fase e a Tecnologia da Informação para a terceira. Os dados seguem como carro-chefe para a quarta revolução, apoiando novas capacidades e potencial econômico. As empresas reconhecem agora que as informações que eles produzem são combustível para sobreviver e prosperar na nova economia.

Como surgiu o Data Driven

O Data Driven surgiu como uma extensão da ciência de dados. Para se manterem viáveis ​​e prosperarem neste ambiente em rápida mudança, as empresas precisam ser boas em antecipar tendências e oportunidades e reagir em tempo real.

Tal necessidade estimulou todos os tipos de objetos personalizados e conectados, como máquinas industriais que economizam dinheiro e sinalizam quando precisam de manutenção. Esses serviços combinam informações digitais de tráfego e redes sociais. Também trouxeram maior eficiência para elementos-chave para o desenvolvimento das corporações, como cadeias de suprimentos e marketing de consumo, para citar apenas alguns exemplos.

Essa explosão também levou outras organizações a reavaliar suas estratégias e buscar a infraestrutura em nuvem para aliviar as ferramentas que não conseguiam acompanhar as crescentes necessidades dos negócios.

E isso se intensificou com a pandemia:  gerou-se a necessidade de digitalização de diversos processos e atividades cotidianas, tais como trabalhar, estudar, ir ao médico, fazer compras e até mesmo participar de conferências sem sair de casa. Algumas dessas mudanças podem ser permanentes, levando a transformações estruturais na sociedade e na economia. Consequentemente, o crescimento da necessidade da tomada de decisões orientadas por dados e análises continuarão ganhando tração.

Motivos para tornar sua empresa Data Driven

A tomada de decisão estratégica, orientada a dados, talvez encontre a sua principal dificuldade na cultura da empresa. Vale destacar que, se uma organização deseja fugir da obsolescência e se manter competitiva no mercado a partir de uma cultura inovadora, é só com a visão de análises de dados concretos que essa mudança irá ocorrer. 

É fato que o mercado vem se tornando cada vez mais competitivo, não apenas pela entrada de novos players, mas também com o aprimoramento de produtos, serviços e processos que as grandes empresas adotam em suas rotinas. Isso se deve em grande parte pela mudança de comportamento dos consumidores que é resultado da transformação digital que estamos vivendo. 

Ademais, existem algumas razões pelas quais uma cultura orientada a dados é importante e que podem ajudar você a revolucionar completamente a cultura da sua empresa. 

Promover a colaboração entre as diferentes equipes da organização

Além do uso de dados, a colaboração entre diferentes equipes da empresa é o segundo fator-chave pelo qual uma cultura orientada a dados é crucial. Os insights profundos obtidos por meio de análises avançadas e preditivas pela equipe de ciência de dados são o ponto de partida. 

Esses insights gerados pela análise de dados podem ajudar outros membros da organização em seu trabalho diário e conectar as ideias de diferentes departamentos.

Promover a democratização de dados

Uma cultura orientada a dados ajuda a eliminar os “guardiões” que criam um gargalo para a divulgação de  dados. Na maioria das organizações, o departamento de TI atua como o “proprietário” dos dados, enquanto os usuários desses dados precisam passar por eles. 

Uma cultura orientada a dados carece do compartilhamento dos dados para mais membros do negócio para a tomada estratégica de decisões. Além disso, o fácil acesso às informações é essencial para a agilidade do negócio.

Desenvolvimento e lançamento de novos produtos com base em dados 

Pesquisa e análise de dados é a palavra de ordem de uma cultura data driven. Por isso, ao invés de desenvolver um produto na prancheta sem nenhum conhecimento das reais necessidades dos clientes, o uso inteligente de dados é um fator chave no desenvolvimento de produtos de sucesso. 

Realizar pesquisas periódicas com seu público-alvo e coletar dados para análises cada vez mais assertivas das reais necessidades da sua persona podem ser o fator decisivo para o seu negócio decolar. Por isso, estruture pesquisas de campo e bibliográficas e crie rotinas, de forma que elas façam parte do seu planejamento tático

Além disso, os produtos existentes podem ser avaliados e personalizados com base nos resultados dessas análises. Dessa forma, uma cultura orientada a dados oferece às equipes de desenvolvimento de produtos um vislumbre do futuro e do passado.

Como construir uma cultura Data Driven

Aqui estão 5 passos para implementar uma cultura data driven segundo a Harvard Business Review

A cultura orientada a dados começa no topo

As empresas com fortes culturas orientadas a dados tendem a ter gerentes de alto nível que definem uma expectativa de que as decisões devem ser ancoradas em dados – tornando a decisão parte do trabalho tático, não novo ou excepcional. 

Eles lideram pelo exemplo. Essas práticas se propagam para baixo, pois os funcionários que desejam ser levados a sério precisam se comunicar com os líderes seniores em seus termos e em seu idioma. O exemplo dado por alguns no topo pode catalisar mudanças substanciais nas normas de toda a empresa.

Escolha as métricas de sucesso com cuidado 

Os líderes podem exercer um efeito poderoso ao escolher habilmente o que medir e quais métricas eles esperam que os funcionários utilizem como baliza de seu trabalho cotidiano. 

Por exemplo, suponha que uma empresa possa lucrar antecipando os movimentos de preços dos concorrentes. Há uma métrica para isso: precisão preditiva ao longo do tempo. Portanto, uma equipe deve continuamente fazer previsões explícitas sobre a magnitude e a direção de tais movimentos. Ela também deve rastrear a qualidade dessas previsões – melhorando constantemente. 

Corrija rapidamente problemas básicos de acesso a dados

Uma reclamação comum é que pessoas em diferentes departamentos de uma empresa lutam para obter até os dados mais básicos. Curiosamente, essa situação persiste apesar de uma série de esforços para democratizar o acesso aos dados dentro das corporações. 

Com fome de informações, os analistas não conseguem fazer muita análise e é impossível que uma cultura orientada a dados se enraíze, quanto mais floresça com o acesso limitado às informações.

Quantifique a incerteza

A certeza absoluta é impossível. No entanto, a maioria dos gerentes continua a pedir respostas às suas equipes sem uma medida correspondente de confiança. Exigir que as equipes sejam explícitas e quantitativas sobre seus níveis de incerteza tem efeitos poderosos.

Primeiro, esse movimento influencia os tomadores de decisão a lidar diretamente com potenciais fontes de incerteza: os dados são confiáveis? Existem poucos exemplos para um modelo confiável? 

Em segundo lugar, os analistas obtêm uma compreensão mais profunda do escopo do seu trabalho quando precisam avaliar rigorosamente a incerteza. 

Assim, ao ter uma ideia de quão incerta ou variável uma amostra de dados pode ser, é possível quantificar os riscos para uma melhor tomada de decisão.

Treinamento especializado deve ser oferecido na hora certa

É mais eficaz treinar a equipe em conceitos analíticos e ferramentas antes que estes sejam necessários. Caso os treinamentos sejam realizados em cima da hora, como por exemplo, antes de lançarem um produto, existe o risco dos conceitos não serem assimilados  pela equipe, pois não haverá tempo hábil para que todos se familiarizem com os termos. 

Data Driven e inovação

Inovação aberta é o uso de fluxos de conhecimento internos e externos para acelerar a inovação interna e expandir os mercados e horizontes a serem explorados para o uso externo de inovação. 

No meio desta interação com tantos sujeitos em prol da inovação, centenas de dados estão disponíveis no processo. Esses dados podem ser o guia para as melhores decisões e práticas de um ecossistema, já que o data driven é justamente tomar decisões baseada em análise e interpretação de dados. 

Além disso, ser data driven é um passo importante para as empresas que estão passando pela transformação digital. Segundo a McKinsey, as empresas brasileiras que lideram a transformação digital focam em 3 principais pontos: Estrutura organizacional – Experimentação – Jornada do Cliente. Portanto, a estratégia para implementar a transformação digital em uma corporação deve ser pautada, dentre outras ações, em dados e analytics capturados estruturalmente e integrados via infra-estrutura robusta.

Como as empresas direcionam suas estratégias através de dados

Para entender como uma empresa usa o data driven na prática, vamos ao caso do IFood. A cultura data driven está no centro de todos os projetos de inovação da empresa. Seu diretor de inovação, Marcos Gurgel, contou como foi um desses projetos, o do uso de drones para fazer entrega:

Esse foi um projeto que nasceu dos dados. Primeiro nos perguntamos coisas como quais distâncias poderíamos encurtar com o uso de drones ou quais rotas eram as mais demoradas, apesar de serem curtas”, explica Marcos. “Com análise de dados de operação, vimos que havia uma oportunidade de otimização de logística e expansão da área de cobertura e que Aracaju era a melhor região para começar.

Outro case de sucesso conhecido por utilizar os dados de forma estratégica é o Spotfy. Afinal, para oferecer seus serviços, ele se baseia em dados reais de seus usuários, montando playlists e oferecendo a eles recomendações que realmente se encaixam em suas particularidades, gostos e necessidades.

Referências para aprofundar o aprendizado

Se interessou sobre o assunto e quer aprofundar seus conhecimentos?
Veja aqui algumas de nossas dicas:

Essa matéria da Harvard Business Review traz 10 passos para criar uma cultura Data Driven. 
Este artigo da Forbes explica como o mundo se tornou Data Driven e o que vem depois disso. 
Agora se você ainda tem dúvidas sobre como aplicar o Data Driven, este texto da New Way pode te ajudar.

Como o Distrito pode ajudar

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