Ecossistema de soluções: a visão de uma healthtech para crescer na nova economia
Artigo atualizado em 26 de julho de 2021
A visão de ecossistema de soluções não é nova no mercado. Amazon, Google e Alibaba são exemplos de gigantes que tornaram-se referência pelos seus ecossistemas, que unem diferentes produtos e serviços para agregar mais valor na experiência do consumidor. A partir desses modelos, muitas empresas também estão mudando suas estratégias, sempre priorizando o foco no cliente.
Uma delas é a Bionexo, que começou em 2000 como uma healthtech de produto único, se transformou em multiprodutos e tem a visão de tornar-se um ecossistema de soluções em saúde. Atualmente, a empresa tem operações no Brasil, Argentina, Colômbia e México e conecta 2.500 instituições a mais de 30 mil fornecedores em sua plataforma.
“Algumas dessas instituições estão ainda nos primeiros passos da sua jornada de transformação digital, então nós conseguimos contribuir de várias formas para digitalizar o setor. Nossa estratégia é endereçar as diferentes necessidades que essas companhias têm do ponto de vista tecnológico”, afirma Rafael Barbosa, CEO da Bionexo em entrevista ao Distrito.
Criando um ecossistema
Nesse caminho, a inovação aberta é um componente essencial para uma empresa que busca construir um ecossistema de valor em torno do cliente. A Bionexo, que já incorporou em seu portfólio as startups GTT Healthcare, Manager e Avatar, pretende se aproximar ainda mais da comunidade de empreendedores a partir da recém-firmada parceria com o Distrito.
Além da inteligência interna, Rafael entende que construir soluções com outras empresas ajuda a fortalecer a visão de futuro da Bionexo de construir uma plataforma em nuvem ampla para atender a mais necessidades do setor. “Ao longo do tempo, percebemos que podemos resolver cada vez mais problemas, seja com novas funções desenvolvidas internamente ou por meio da parceria com outras empresas.”
“Estamos buscando ampliar o nosso diálogo com o ecossistema empreendedor e levar para os nossos clientes mais do que está surgindo nesse cenário muito rico que vem se formando no Brasil. À medida que ele vai amadurecendo, temos que ter a filosofia de abertura para construções conjuntas. Não só no nível comercial, mas na microinteração de produtos”, explica Rafael.
Customer-centricity
Uma das principais premissas para criar um ecossistema de negócios é ter uma estratégia voltada às necessidades do cliente. Segundo Rafael, essa sempre foi uma parte importante da cultura da Bionexo e foi fundamental para garantir a sobrevivência da empresa durante a pandemia da Covid-19. Por atuar dentro do setor de saúde, a organização teve que tomar medidas rápidas, que impactaram diretamente no atendimento de clínicas e hospitais à população com a doença.
Uma das principais respostas foi a liberação da plataforma de compra e gestão de insumos por 90 dias de forma gratuita para hospitais de pequeno e médio porte e fornecedores da área da saúde. “Sempre tivemos um contato bem próximo com o cliente, de forma recorrente e em todos os níveis. Essa preocupação, associada ao nosso modelo de gestão, permitiu uma resposta rápida às novas demandas nesse momento de crise.”
“Conseguimos fazer tudo isso e ainda trazer um bom retorno para a companhia, crescer, ter rentabilidade. Estamos conseguindo atravessar essa pandemia e isso é muito fruto de uma mentalidade geral de fazer as coisas de maneira diferente e mais eficiente”, declara o executivo.
Confira mais detalhes da estratégia e visão da Bionexo para a construção de um ecossistema na entrevista abaixo:
Entrevista com Rafael Barbosa
1. O que foi mais importante para a Bionexo evoluir de uma healthtech de produto único para a visão de ecossistema existente hoje?
Nós temos aqueles princípios dos quais não abrimos mão, como responsabilidade, respeito, transparência, empreendedorismo. Uma parte muito importante da nossa cultura é procurar resolver o problema do cliente. Somos uma empresa que usa a tecnologia para construir um setor de saúde mais eficiente e transparente e isso gera impacto direto na condição de saúde geral da população, por meio dos nossos clientes e parceiros. Essa cultura de ser movido por propósito é uma coisa que com certeza mantemos até hoje.
Ao mesmo tempo, a nossa cultura vem evoluindo e se fortalecendo ao longo do tempo, ela está em constante transformação. É por isso que procuramos incorporar inovações, como é o exemplo da nossa parceria com o Distrito para fazer inovação aberta. Acho que essa cultura de resolver os problemas dos clientes e de ser movido por propósito vem sendo aperfeiçoada à medida que buscamos crescimento acelerado.
2. Quais são os principais focos dos projetos de inovação aberta da Bionexo neste momento?
Hoje atingimos mais de 2.500 clientes, seja no Brasil, Argentina, Colômbia ou México. Temos clara consciência de que não vamos explorar todo o potencial da nossa plataforma e de alcance a esses clientes somente com investimento próprio. Por isso, nossa ambição é sermos mais do que um aplicativo, mas um sistema operacional. Assim como um iOS, que tem os seus aplicativos nativos, desenvolvidos pela Apple, mas também tem aqueles de terceiros que utilizam a mesma plataforma. Isso faz com que a experiência do usuário seja muito mais rica.
O nosso caminhar é nesse sentido, passar de uma empresa de um produto só, para uma de multiprodutos, até chegar a uma plataforma tecnológica que possa servir o setor de saúde no Brasil e na América Latina de maneira muito ampla, agregando soluções nossas e soluções de terceiros de maneira unificada. Essa é nossa grande visão e a inovação aberta é absolutamente essencial para a execução dessa estratégia.
3. Como a tecnologia e a inovação estão presentes na Bionexo hoje?
Eu sempre resisti à ideia de ter uma área de inovação na Bionexo, porque nós somos uma empresa de tecnologia e temos que ter inovação no nosso DNA. Por isso, trabalhamos com esses pontos em três dimensões diferentes. A primeira é a inovação do ponto de vista da construção do produto. Todo o processo de desenho de produto é pensado para atender às necessidades dos nossos clientes e isso faz com que a empresa consiga entregar soluções novas e muito transformadoras.
A segunda dimensão é a nossa maneira de fazer as coisas dentro da organização. Por exemplo, a nossa avaliação de desempenho das lideranças tem um componente de inovação, relacionado à proposição de novas ideias. Já a terceira dimensão é esse diálogo aberto com a comunidade de empreendedores, que estamos fortalecendo nos trabalhos com o Distrito. Num futuro breve, vamos ver produtos diferentes conversando de maneira mais fluída para servir o cliente. Queremos muito participar dessa visão.