Pular para o conteúdo
VoltarVoltar
Toda fintech precisa entender como funciona a análise de crédito

Toda fintech precisa entender como funciona a análise de crédito

6 de outubro de 2020
6 minutos de leitura
time

Artigo atualizado em 6 de outubro de 2020

A internet e a tecnologia revolucionaram diversos setores do mercado, incluindo a área financeira. Com esse avanço surgiram as famosas fintechs, empresas online que facilitam o acesso do consumidor a produtos e serviços financeiros.

Para oferecer crédito a um consumidor, essas empresas precisam ter certeza de que vão receber o valor de volta. Afinal, se um amigo te pedisse dinheiro emprestado, você provavelmente se interessaria em saber se ele possui condições para te pagar no futuro.

A análise de crédito é um processo criado justamente para oferecer essa segurança a quem oferece crédito, principalmente de forma online, como é o caso das fintechs.

Distrito for Startups

As fintechs e o crédito facilitado ao consumidor

A primeira fintech lançada no Brasil foi a Guia Bolso, em 2014. Com a missão de mudar a forma de prestar consultoria financeira, essa empresa motivou o surgimento de muitas outras e, atualmente, o mercado conta com grandes modelos desse negócio, como: Nubank, PicPay, Quinto Andar, dentre outras. 

Elas são empresas que oferecem soluções financeiras totalmente online e surgiram com o intuito de desburocratizar processos bancários, oferecer taxas mais atrativas para o cliente e crédito para quem não teria acesso nos bancos tradicionais.

O problema é que quanto mais facilitado o acesso ao crédito, maior o risco de inadimplência do consumidor e, por isso, investir em uma análise de crédito aprofundada é fundamental.

Análise de crédito para fintech: o que é? 

O processo no qual as instituições financeiras verificam a capacidade de pagamento do cliente é chamado de análise de crédito. Nesse processo, o risco do indivíduo não honrar a sua dívida é analisado pela instituição antes mesmo do crédito ser liberado. 

O objetivo dessa avaliação de crédito é identificar o perfil e as condições financeiras do cliente a partir da coleta de informações básicas e de seus dados financeiros.

Dessa forma, a fintech consegue definir se aprovada ou não a solicitação do cliente e, se aprovada, estipula um valor mínimo de compra, a taxa de juros aplicada e o prazo de pagamento das parcelas.

A análise pode ser feita com a ajuda de ferramentas como o score de crédito da Serasa e SPC, uma pontuação que vai de zero a mil e é calculada de acordo com os hábitos financeiros do consumidor.

Existe também a classificação de risco, nela são avaliados fatores, como: idade, profissão, renda, atividade profissional, patrimônio, tipo de residência, dentre outros.

Dicas para implementar uma análise de crédito assertiva

1. Estabeleça uma política de crédito 

Como a sua fintech vai conceder crédito para o consumidor? Antes de mais nada é necessário definir uma política de concessão. Você vai facilitar o acesso aos produtos e serviços financeiros para negativados? Ou vai atender somente pessoas com score médio e alto? 

Essa etapa define a classificação de riscos para a sua empresa, portanto, merece toda a sua atenção na hora de definir um modelo. 

2. Consulte o SCR

O Sistema de Informações de Crédito do Banco Central do Brasil (SCR) é um banco de dados que armazena informações sobre títulos e créditos junto às instituições financeiras. Esse sistema permite que você faça uma melhor avaliação de riscos antes de fornecer alguma operação de crédito.

A consulta é gratuita e pode ser feita no próprio site do Banco Central, lá contém informações do seu cliente sobre: dívidas com empréstimos, financiamentos, cartão de crédito e muitas outras operações. 

No blog da Foregon você pode conferir conteúdos aprofundados sobre SCR, bem como o passo a passo para consultá-lo. 

3. Conheça o score do seu cliente 

O score de crédito, como dito anteriormente, é uma pontuação que sinaliza a probabilidade do consumidor ficar inadimplente nos próximos 12 meses.

Quanto mais completa for a sua pesquisa, menor a chance de você deixar de receber o dinheiro na data estipulada. A Serasa e o SPC são os principais órgãos de proteção ao crédito que disponibilizam essas informações para as empresas. 

4. Ajuste a sua oferta ao perfil do cliente 

Seu cliente tem um score de crédito baixo mas mesmo assim você quer conceder um produto ou serviço financeiro para ele? Nesses casos, para diminuir o risco de inadimplência ou prejuízo para sua fintech, o ideal é ajustar a oferta ao perfil do cliente. 

Por exemplo, se trata-se de um empréstimo, os juros devem ser maiores e o pagamento em menos parcelas. Já para cartões de crédito, o limite pode ser menor, de acordo com a renda do cliente. 

5. Conheça a fundo o seu cliente 

Outra forma de obter mais informações do seu cliente é através da avaliação das informações presentes no Cadastro Positivo, um banco de dados reunidos pelos birôs de crédito. 

Diferente da lista de inadimplentes, o Cadastro Positivo reúne dados sobre os bons pagadores. Lá sua fintech poderá analisar o comportamento e situação financeira do cliente que paga suas contas em dia.

Quando a fintech deve negar crédito?

Negar uma solicitação de produto ou serviço financeiro nem sempre é ruim para o consumidor, em alguns casos, você pode estar ajudando ele a não se endividar ainda mais.

A concessão de crédito sempre condicionada à capacidade de pagamento. Se não existe, você não deve aceitar. Porém, nesses casos explique sempre o motivo da recusa do crédito e ofereça outras opções adequadas ao perfil do consumidor naquele momento. Assim, todos saem ganhando.