Geração Z determina prioridades e padrões de consumo
Artigo atualizado em 16 de fevereiro de 2022
Entender a geração que engloba seu público-alvo é tão importante quanto elaborar um bom produto, principalmente se ele for destinado à Geração Z. Nascidos a partir de 1995, essa nova população é conhecida por ser nativa digital, e já é uma das gerações que mais movimentam dinheiro.
Segundo o Bank of America, a geração Z possui uma renda mundial combinada de US$ 7 trilhões — valor que, apesar de significativo, ainda é inferior ao estimado para outras gerações. Apesar de atualmente esse grupo geracional ainda não poder movimentar grandes montantes de dinheiro por si só, vale destacar que, de acordo com relatório da NRF, 87% das famílias confessam que são influenciados pelos filhos na hora de realizar compras, principalmente bens no setor de jogos, vestuário, alimentos, eletrônicos e viagens.
Ao contrário das gerações anteriores que prezavam pela tradição e qualidade das marcas, os Gen Z se mostram inclinados a fazer suas decisões de compras baseados em valores e ética das empresas, além de prezar por um bom relacionamento com a marca.
Expectativas da geração z
Segundo relatório da Pew Research, a geração nascida a partir de 1995 é a mais diversa étnica e racialmente, além de serem também os adultos com maior índice de escolaridade. Isso implica que a geração Z é exigente, sagaz e perspicaz, principalmente quando se trata de campanhas para atração de clientes.
Por outro lado, a geração Z ainda traz consigo muitas similaridades com a geração anterior, os Millennials, principalmente quando se trata de política. Sua visão mais globalista de comunidade os torna mais progressistas e pró-governo, a favor da diversidade étnica, sexual e racial, e menos patriotas.
A preocupação com o meio ambiente é inata com esse jovens, que segundo relatório do Bank of America, consomem menos carne, bebem menos álcool e levam em consideração aspectos ESG na hora de realizar seus investimentos. Por falar em investimentos, a geração Z é a que até então possui um menor desejo de posse, e maior tendência a fazer uso compartilhado de bens de alto valor, como comprovado em relatório do BBVA que mostra que ter um carro não é uma prioridade para esse grupo.
Ainda segundo o relatório, essa geração enxerga finanças de um jeito singular: para eles, dinheiro é um meio, e não um fim. Por isso, eles priorizam na carreira sua saúde mental e qualidade de vida ao invés de retorno monetário — o que não implica que o salário não seja um fator decisivo na hora de escolher um emprego.
Em suma, a Geração Z é enfática no que se trata de responsabilidade social e ambiental em todos aspectos da sua vida, algo notável em seus hábitos de consumo.
Hábitos de consumo
Experiências são o que ditam o cotidiano da geração Z. Por isso, eles prezam para que suas ações sejam agradáveis e significativas — e quando isso não for possível, que elas sejam o mais rápidas possível para não tomar o bem mais precioso que eles possuem: o tempo.
Traduzido para o universo do consumo, pode-se concluir que a experiência de compra dos Gen Z devem ter ao menos uma dessas características: ágil ou relevante.
A diferença no mundo
A expressão “manifestante de sofá” nunca fez sentido para a geração Z, uma vez que eles têm a consciência de que mesmo de casa é possível contribuir para movimentos que trazem um grande impacto para o mundo. Conscientes de que grandes corporações só se mobilizam quando há uma motivação financeira, esses jovens escolhem com cuidado as empresas que serão beneficiadas com seu dinheiro.
Dito isso, campanhas que pregam diversidade, preocupação com o meio ambiente e questões políticas deverão ser muito mais do que campanhas, se tornando também práticas dentro da empresa. E se enganam aqueles que acham que conseguem despistar ou iludir seus consumidores: essa parcela da população está disposta a investir tempo e dedicação para garantir que as empresas estão de fato praticando o que estão pregando.
Por isso é de se esperar que a procura por produtos sustentáveis, ecológicos, recicláveis e produzidos localmente ganhe cada vez mais destaque no mercado.
É tudo pra ontem
8 segundos. É esse o tempo que você terá para atrair e conquistar clientes da geração Z. Não é de se estranhar que com esse tempo médio de concentração, conteúdos ultra rápidos como vídeos do TikTok e posts de 240 caracteres do Twitter sejam as formas de comunicação mais populares entre essa geração. Esse número é inclusive quatro segundos a menos que a capacidade de concentração dos Millennials, que já eram conhecidos pela necessidade de velocidade em qualquer operação.
Isso significa que o que não for para entreter ou encantar, deve ser rápido. Check out, etapas de pagamentos, operações bancárias e etapas burocráticas devem ser o mais coesas e concisas possível, o que demanda alto investimento na área de user experience e T.I. por parte das empresas.
Contato humanizado e identificação
Para uma geração que preza pela identificação em comunidades e é altamente sociável, ter parte da juventude diretamente impactada pelos efeitos de distanciamento social devido a pandemia trouxe à tona a necessidade de ser tratamento individualizado e humanizado.
O fator humanização pode ser aplicado em todos os sentidos quando se trata de comportamento de compra. Quando realizada em pontos de venda, a geração Z demanda um espaço físico atraente e confortável, que de preferência seja instagramável. Enquanto isso, lojas online devem expor seus produtos com uma linguagem que converse com o público, não seja apenas expositiva e automatizada. Essa também é uma atenção necessária com o atendimento ao cliente, principalmente no que se trata de chatbots.
De modo geral, a Geração Z veio para consolidar o que já havia sido introduzido pelos Millennials. Cabe agora à indústria se adaptar para conquistar essa nova fatia de mercado, que promete ser a mais exigente até então.