Pular para o conteúdo
VoltarVoltar
Como a inovação aberta pode ajudar empresas a atingirem métricas ESG

Como a inovação aberta pode ajudar empresas a atingirem métricas ESG

13 de maio de 2021
9 minutos de leitura
time

Artigo atualizado em 13 de maio de 2021

Quem acompanha as notícias de economia e negócios certamente já sabe do que se trata o ESG. A sigla para environmental, social and governance (em português, ambiental, social e governança) reúne fatores usados para medir a sustentabilidade das empresas e tem ganhado cada vez mais importância. 

A boa notícia é que negócios que desejam se adaptar a essas novas exigências não precisam trabalhar sozinhos. Uma solução pode ser a inovação aberta, conceito segundo o qual é possível fazer inovação em parceria com startups, universidades e consumidores. Já existem, inclusive, empresas jovens focadas em auxiliar negócios mais tradicionais a se adaptarem às métricas ESG.

É sobre essa relação entre inovação aberta e métricas ESG que vamos falar neste artigo. Se você quer conhecer cases e saber como sua empresa pode se beneficiar, continue a leitura!

Por que corporações devem se preocupar com ESG?

Há algumas décadas, era aceitável que empresas visassem somente o lucro, sem se preocuparem com o impacto de suas ações no meio ambiente e na sociedade.

No entanto, nos últimos anos, a pressão por uma maneira de consumir mais inteligente começou a surgir, partindo principalmente das novas gerações, como a geração Z. Tudo isso impactou o mercado e fez com que as empresas passassem a se preocupar com o tema.

Foi nesse contexto que se fortaleceu a pauta ESG. Para empresas que querem inovar e se manter no mercado, a preocupação com o meio ambiente, a sociedade e a governança precisa existir.

Para o diretor de negócios da Engeform Engenharia, Eduardo Araújo, por exemplo, a prática do ESG é importante por três razões principais: o impacto social legítimo, o posicionamento de marca e engajamento de clientes motivados pelo consumo consciente e, por fim, as oportunidades maiores de receber investimentos externos.

Mas como atingir essas métricas? Para se inspirar, falaremos das práticas que têm sido adotadas por algumas empresas no próximo tópico.

Quais práticas de inovação as empresas têm adotado para melhorar as métricas de ESG?

Em busca de melhorar suas métricas de ESG, os negócios têm ido em busca de práticas diversas, muitas vezes encontrando apoio na inovação.

Quando o assunto é meio ambiente, a Engeform, por exemplo, tem apostado na inovação como aliada, preservando recursos naturais e investindo em edifícios sustentáveis. 

Além disso, nos âmbitos social e de governança, a empresa criou o departamento de gestão do conhecimento e inovação, que é responsável por incentivar a inovação com iniciativas internas, como o Projeto Engenheirar, para despertar a cultura inovadora do time, trazendo resultados a curto, médio e longo prazo, e externas, com parcerias estratégicas e conexões com startups.

“Além disso, fomentamos também o empreendedorismo e a educação no país, ao fazer parcerias com universidades e startups, além do uso e promoção de tecnologia para redução de prazos de obras, diminuindo o impacto social causado, e também contribuindo com iniciativas sociais que transcendem nossas áreas de atuação”, conta o diretor de negócios da empresa.

Na companhia ferroviária e de logística Rumo, não é diferente. Há cinco anos, a empresa estava muito voltada à capacidade operacional, mas mudou de foco. “Temos mudado para uma abordagem mais voltada para os clientes”, diz a gerente executiva de meio ambiente e sustentabilidade, Renata Ramalho.

Por meio de consulta aos principais stakeholders e à alta liderança, a empresa identificou os fatores de ESG que são relevantes para o negócio e que estão vinculados aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).

Com isso, a empresa assumiu publicamente uma série de compromissos, como segurança dos colaboradores, processos e operações, estímulo à eficiência energética e diversidade de gênero nos processos seletivos e mapa de sucessão, dentre outros. Também publicou relatórios em índices relevantes sobre os resultados e números de emissões de gases de efeito estufa.

No âmbito social, a Rumo tem investido ainda em iniciativas em benefício das comunidades de suas áreas de atuação, por intermédio de leis de incentivo fiscal. E, quanto à governança, o destaque é a presença de duas executivas no Conselho de Administração pela primeira vez na história da empresa, além de ter criado um Comitê Estratégico e de Sustentabilidade, composto por três membros, um deles independente, com mandatos de dois anos.

Como as startups têm ajudado grandes corporações a adotarem melhores práticas de ESG?

Empresas que decidem investir em melhores práticas de ESG não precisam trilhar esse caminho sozinhas. Elas podem contar com parcerias com startups inovadoras, que contribuem com soluções inteligentes.

Para a Engeform, por exemplo, a conexão com startups fez com que a empresa tornasse mais eficiente a gestão das obras. O diretor de negócios da engenheira cita como exemplos a parceria com startups como Controller e Agilean, por meio das quais a empresa tem uma gestão visual e democrática das informações para todos os steakholders, sejam internos ou externos. 

Em termos de sustentabilidade, Eduardo Araújo destaca a redução de impressões e uso de papéis, possível graças à conexão com a plataforma Snagr, para digitalização de projetos, e o ZPT Digital, para digitalização da gestão de documentos de terceiros. 

“Outra conexão importante foi com a EkonoWater, para reúso de água de lavatórios para uso em mictórios e bacias sanitárias, que pode gerar uma economia de cerca de até 150 mil litros de água potável por ano”, conta o diretor de negócios.

Já um dos cases da Rumo é o edital de aceleração Fuse, que apoia as iniciativas de startups com foco no desenvolvimento de propostas para reduzir o número de acidentes em ferrovias, que sempre foi uma preocupação da empresa. 

“Com isso, vimos no Fuse a possibilidade de nos aproximarmos e criarmos a oportunidade para que startups e empreendedores pudessem apresentar alternativas e soluções inovadoras com foco na redução de abalroamentos (colisão envolvendo trens e veículos automotivos) e atropelamentos”, conta Renata Ramalho.

Dessa forma, as equipes conseguiram desenvolver propostas significativas e coerentes para o combate a uma das maiores questões em ferrovias no mundo todo: a segurança nos cruzamentos entre a linha férrea e as vias urbanas. Foram mais de 180 inscrições, incluindo projetos vindos de Israel, Canadá, Portugal e Suíça, e mais de 60 colaboradores da Rumo envolvidos diretamente no programa.

Dentre as equipes selecionadas, a Harpia, de Divinópolis (MG), propõe a utilização de drones na ferrovia para alertar os maquinistas sobre o movimento nas passagens em nível. Já a Tribuzana, de Florianópolis (SC), pretende unir inteligência artificial e dados para prevenção de atropelamentos, por meio da análise de imagens de quase acidentes processadas por câmeras digitais nas locomotivas.

Quais são os principais desafios para implementar práticas de ESG atualmente?

Agora que você já conhece alguns cases de como a inovação aberta pode ajudar empresas a alcançarem métricas de ESG, apresentamos alguns desafios que negócios podem encontrar nesse caminho. 

Engeform

Eduardo Araújo, diretor de negócios da Engeform Engenharia
  • Eduardo Araújo, diretor de negócios da Engeform Engenharia

“Quando pensamos nos principais desafios para implementar as práticas de ESG, é possível pensar em cinco principais pontos que as empresas podem passar. O primeiro, é a necessidade de realizar uma coleta abrangente dos temas relativos a ESG que já estavam presentes nas diversas áreas da empresa. Em seguida, vem o desafio de fazer o diagnóstico dessas ações e adotar padrões, que podem variar de acordo com o segmento de atuação.

Em terceiro, saindo da parte de levantamento das práticas, temos a necessidade de pensar em estratégias e ações para envolver um número maior de pessoas na empresa para fazer crescer a cultura do propósito do ESG, de modo que possamos criar sinergia entre os projetos que já estão em andamento e que façam sentido para a empresa e para as pessoas. Ainda relacionado ao propósito, temos o desafio de entender e mostrar a importância das métricas ESG para o crescimento da organização, escrever uma política que seja alinhada e que nos direcione a alcançar os objetivos.

Por fim, para atingir esses objetivos, temos que ter em mente que esse tipo de projeto sempre necessita de um comprometimento total da alta liderança e conselho da empresa, para que, desta forma, seja possível fomentar na cultura e criar metas e indicadores que sejam factíveis de realização e monitoramento.”

Rumo

Renata Ramalho, gerente executiva de meio ambiente e sustentabilidade da Rumo
  • Renata Ramalho, gerente executiva de meio ambiente e sustentabilidade da Rumo

“Na nossa visão, o assunto ESG tem que fazer parte da estratégia, dos processos e inclusive dos modelos de decisão para investimento e todas as ações dentro da empresa. Todos precisam entender que essa é uma agenda fundamental para gerar valor e ter sustentabilidade no negócio no longo prazo.

O grande desafio para as companhias é ter metas claras e medir isso de forma absolutamente transparente, munidas das ferramentas disponíveis no mercado para isso. Precisamos ter a mesma disciplina que observamos em outros índices, como balanços que são publicados diariamente, para definição de targets e medição de todos os índices para que a evolução seja constante. Com isso, nossas organizações estarão em patamares cada vez melhores dentro do contexto de ESG.”

Para saber mais sobre ESG e sobre os negócios inovadores que estão ajudando outras empresas a alcançarem práticas mais sustentáveis, acesse o Inside ESG Report, relatório completo do Distrito sobre o assunto.

banner distrito esg tech